Que fim levou o sucessor de Parreira na África do Sul?

Que fim levou o sucessor de Parreira na África do Sul?

Entenda o contexto em que Pitso Mosimane assumiu o comando da seleção "Bafana Bafana"

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A África do Sul ficou em evidência após maio de 2004 por ter sido escolhida como sede da Copa do Mundo da FIFA de 2010. Na ocasião, o país venceu a disputa contra Marrocos e Egito e tornou-se o primeiro do continente a ter o direito de sediar o maior e mais importante evento de futebol do planeta.

Além desse fato histórico, a seleção local também ganhou destaque, sobretudo no Brasil, por ter sido comandada pelo técnico Carlos Alberto Parreira. Campeão mundial em 1994, ele assumiu a “Bafana Bafana” em janeiro de 2007, tendo a deixado efetivamente em maio de 2008, por motivos pessoais.

Seus auxiliares à época, o carioca Jairo Leal e o sul-africano Pitso Mosimane, permaneceram no comando do time até o retorno do treinador, em outubro de 2009. Durante este período, Joel Santana o substituiu por indicação do próprio Parreira, chegando inclusive à semifinal da Copa das Confederações daquele ano.

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Como não obteve outros resultados expressivos, por outro lado, Joel foi demitido em outubro da mesma temporada. Assim, Parreira reassumiu o cargo para dar continuidade ao sonhado projeto mundialista dos sul-africanos, já que faltava pouco tempo para a realização da Copa e ele tinha uma valiosa experiência na equipe.

Este último fator, porém, não ajudou muito os anfitriões na primeira fase. Com o empate diante do México (1 a 1), a derrota para o Uruguai (3 a 0) e a vitória sobre a França (2 a 1), os “Bafana Bafana” ficaram no terceiro lugar do grupo, perdendo a vaga para os mexicanos em função do saldo de gols.

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No mesmo ano da eliminação, precisamente em dezembro de 2010, Parreira anunciou sua aposentadoria como treinador (ele ainda exerceria outras atividades ligadas ao futebol posteriormente). Em um balanço geral, o selecionado africano evoluiu neste intervalo de tempo e chegou a ocupar o 51º lugar do ranking da FIFA. Mas e depois?

Foi quando Mosimane, assistente de Parreira e Joel Santana, teve a chance de comandar seu país natal. A rigor, ele já havia dirigido a equipe em sete oportunidades antes da primeira chegada de Parreira, em 2007, conquistando três vitórias e três empates, mas sempre como uma espécie de “quebra galho”.

A história do sul-africano no time principal começa em 2006, quando ele deixou a seleção sub-23 para auxiliar o técnico romeno Ted Dumitru. Mais tarde, tornaria-se o primeiro nativo a ter defendido e treinado os Bafana Bafana. Entre 1993 e 1994, vale mencionar, o ex-meia disputou quatro jogos e fez um gol contra Maurícia, pelas eliminatórias da Copa Africana de Nações.

Curiosamente, o objetivo de Mosimane como treinador seria o mesmo de quando estreou com a camisa da África do Sul: conduzir seu país rumo ao torneio continental, que seria realizado em 2012, no Gabão e na Guiné Equatorial. Ele começou com o pé direito, mas sua condução não seguiu o mesmo caminho.

Após a vitória no amistoso contra Gana, quarta colocada na Copa, a África do Sul teria Níger, Egito e Serra Leoa pelo grupo G das eliminatórias. Primeiro, triunfo em casa sobre o Níger, por 2 a 0, com gols de Katlego Mphela e Bernarad Parker. Depois, o time visitou Serra Leoa em Freetown e não saiu do 0 a 0.

Na sequência, a seleção só não se complicou diante do Egito graças ao gol de Mphela nos acréscimos do segundo tempo, garantindo a vitória magra em casa. No returno, o jogo no Cairo terminou sem gols. Em Níger, derrota por 2 a 1. Para fechar, novo empate a 0 com Serra Leoa.

Com a combinação de resultados, Níger, África do Sul e Serra Leoa ficaram empatados com 9 pontos. O Níger tinha mais vitórias (3) e a África do Sul tinha o melhor saldo de gols (+2), porém o critério para definir a classificação foi o resultado dos confrontos diretos, o que deu a única vaga do grupo para o Níger.

Após a queda precoce, a “Bafana Bafana” realizou uma série de amistosos: empate em casa diante da Costa do Marfim (1 a 1), derrota como visitante para o Zimbábue (2 a 1) e três empates seguidos: Guinea Equatorial (0 a 0), como visitante, Zâmbia (1 a 1) e Senegal (0 a 0), ambos em casa.

O compromisso seguinte foi contra a Etiópia, na África do Sul, pelas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2014. A equipe local saiu atrás, mas arrancou o empate no segundo tempo com Mphela. O resultado, porém, determinou a queda de Mosimane, que foi substituído pelo assistente e ex-capitão Steve Komphela.

No total, Mosimane participou de 16 jogos, com seis vitórias, sete empates e três derrotas. Seis dias após sua queda, Komphela comandou a seleção diante de Botsuana também pelas eliminatórias (1 a 1). Em junho de 2012, o sul-africano Gordon Igesund foi contratado para dar sequência ao trabalho.

Apesar da mudança de ares, ele falhou na missão de se classificar para a Copa do Mundo. Além disso, ele sofreu com a eliminação nas quartas de final da Copa Africana de 2013, na própria África do Sul, onde Mali venceu uma dramática disputa por pênaltis. Sem bons resultados, foi demitido em junho de 2014.

Como a Associação de Futebol da África do Sul (SAFA, na sigla em inglês) desejava treinadores locais desde a saída de Joel Santana, quando optou por Parreira devido ao curto prazo, o próximo comandante seria do próprio país. Em julho de 2014, Ephraim Mashaba foi apontado para o cargo e segue nele até hoje.

Por enquanto, a Bafana Bafana está na lanterna do grupo M das eliminatórias para a Copa Africana de 2017, no Gabão, atrás de Camarões, Mauritânia e Gâmbia, respectivamente. Foram dois jogos, um empate e uma derrota. Na fase de qualificação para o Mundial, decide sua sobrevivência diante de Angola, em novembro.

Enfim, não sabemos se a África do Sul voltará a ser destaque no continente. Mas é lamentável ver como uma seleção pode cair em decadência e ficar sem perspectivas otimistas para um futuro próximo. Resta esperar que os “Bafana Bafana” ressurjam e voltem a ser notícia por seus feitos dentro das quatro linhas.

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