A Argentina tem sido representada na Libertadores por algumas equipes não tão familiarizadas com o maior torneio da região. Podemos citar exemplos recentes como Atlético Tucumán, Godoy Cruz (2017), Huracán (2016) e Arsenal de Sarandí (2014).
Em breve, o país deverá ter outro nome de tradição, mas que anda afastado da disputa pela glória continental. Trata-se do Banfield, terceiro colocado no Argentino com 51 pontos, atrás de River Plate (52) e Boca Juniors (56), faltando três rodadas para o fim.
Na última década, o “Taladro” viveu tempos memoráveis sob o comando do mesmo homem que está à frente da equipe hoje, Julio César Falcioni. Histórico goleiro do América de Cali, Falcioni debutou como técnico em 2003. Dois anos mais tarde, já guiava o clube alviverde à inédita participação na Libertadores, caindo para o River nas quartas de final.
Mais tarde naquela mesma temporada, assumiu o comando de Independiente. Mais tarde, teve breves passagens por Colón e Gimnasia, este último em 2007, afastando-se do cargo logo depois em função dos maus resultados.
O período sabático foi encerrado em 2009, quando Falcione retornou ao Banfield e conquistou o primeiro título argentino do clube, contra o Newell’s Old Boys.
Em virtude da façanha histórica, havia bastante expectativa em relação à nova campanha na Libertadores, já que em 2007 a equipe havia decepcionado caído na fase de grupos. Desta vez, o escrete argentino obteve a vice-liderança, atrás do Nacional-URU, e nas oitavas de final deu muito trabalho para o futuro campeão, o Internacional, que avançou graças à regra do gol fora (perdeu por 3 a 1 na Argentina e venceu por 2 a 0 no Brasil).
Desde então, Falcione conseguiu ganhar dois títulos nacionais com o Boca Juniors e decidiu a Libertadores de 2012 contra o Corinthians. Por outro lado, o Taladro nunca mais regressou ao certame, tendo inclusive sido rebaixado no ano em que seu ex-treinador buscava o topo da América. No entanto, esse jejum alviverde está prestes a acabar.
E de um modo bastante peculiar, vale dizer. O Banfield está longe de ter o melhor ataque. Nem sequer tem um jogador entre os maiores goleadores do ano. Soma 38 bolas na rede contra 54 e 48 de Boca e River, nessa ordem, por exemplo. Tampouco possui a melhor defesa. Foi vazado 30 vezes, a terceira pior média na parte superior da tabela.
Mas é a equipe que menos empatou até o presente momento: apenas três vezes. Ou seja, quase todos os pontos alviverdes foram obtidos com vitórias – as mesmas 16 do líder do campeonato. Quanto aos resultados negativos, os homens de Falcione foram derrotados apenas oito vezes – somente os dois primeiros colocados perderam menos.
Como só há quatro vagas na próxima Libertadores, o Taladro precisa confirmar sua sólida campanha, pois é seguido de perto por San Lorenzo (49) e Newell’s Od Boys (48), sem contar o Independiente, que tem um jogo atrasado contra o Defensa y Justicia e pode igualar a pontuação dos rosarinos.
Nessa reta final, o Banfield recebe o Rosario Central em Florencio Sola (16/06), visita o San Lorenzo no Nuevo Gasómetro (20/06) e encerra sua participação em casa, diante do Racing (26/06). Adversários duros que testarão os limites do quadro alviverde, que hoje busca com seu Messias novos dias de glória.
