O interminável jejum continental dos uruguaios

O interminável jejum continental dos uruguaios

Clubes do país "charrúa" fizeram quatro finais após último título e perderam todas

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Nacional de Montevidéu venceu Racing na final da Recopa de 1989 (Foto: Reprodução/Conmebol)
Último campeão, Nacional de Montevidéu venceu Racing na final da Recopa de 1989 (Foto: Divulgação/Conmebol)

Embora a seleção uruguaia tenha alcançado resultados expressivos nos últimos anos, tanto na equipe principal quanto nas categorias de base, os clubes do país celeste, outrora temidos, hoje sofrem com um duradouro jejum a nível continental.

A última vez que um time “charrúa” deu a volta olímpica em torneios internacionais foi na primeira edição da Recopa Sul-Americana, em 1989, quando o Nacional de Montevidéu venceu o Racing de Avellaneda-ARG por 1 a 0, no placar agregado.

Após aquela distante noite de 6 de fevereiro, em Buenos Aires, foram disputadas 83 competições oficiais na América do Sul. Em 26 anos, os representantes da pátria celeste acumularam somente quatro vice-campeonatos, o último deles em 2011.

A maior presença em decisões desde o vitorioso Tricolor comandado por Héctor Núñez e capitaneado por Hugo de León é, curiosamente, do rival Peñarol, finalista da extinta Copa Conmebol em 1993 e 1994 e segundo colocado na Libertadores de 2011.

Em 1993, no Maracanã, os Carboneros perderam o título nos pênaltis para o Botafogo, então treinado por Carlos Alberto Torres. No ano seguinte, a equipe de Gregorio Pérez voltou a perder a taça para outro adversário brasileiro: o São Paulo.

A mesma situação ocorreu em 2011, quando o Santos de Neymar faturou o tricampeonato da Libertadores sobre o Peñarol e prolongou o jejum uruguaio a nível de clubes, pois a seleção celeste ganhou a Copa América na referida temporada.

Por fim, o Nacional completa o quadro de finalistas. Na também extinta Supercopa Libertadores de 1990, que foi decidida em janeiro do ano seguinte, o paraguaio Olimpia dominou o Tricolor em Montevidéu (3 a 0) e empatou o jogo em Assunção (3 a 3).

Há fatores que podem explicar a seca uruguaia. Além de não poder competir economicamente com potências estrangeiras para manter grandes talentos e repatriar estrelas no auge da carreira, os torneios locais são muito curtos (30 jogos).

Soma-se a isso a falta de competitividade. Desde 1991, apenas quatro clubes foram campeões nacionais – Nacional (11), Peñarol (9), Danubio (3) e Defensor Sporting(2). O último fora dessa lista é o Bella Vista, em 1990, antecedido pelo Progreso.

O jejum internacional tem consideráveis chances de terminar na presente edição da Copa Sul-Americana. Nacional, Defensor Sporting e Juventud venceram na estreia diante dos bolivianos Oriente Petrolero, Bolívar e Real Potosí, respectivamente.

Por outro lado, o Danubio perdeu o primeiro jogo para a Universidad Católica-CHI, por 1 a 0, mas tem plenas condições de reverter o placar em casa e avançar para a segunda fase, na qual já estão as equipes brasileiras e argentinas. Agora, resta esperar.

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