Marcelinho Carioca é sem dúvidas um dos maiores ídolos, se não o maior, da história do Sport Club Corinthians Paulista. E o texto de hoje será sobre ele, ou melhor, um de seus vários feitos. Sendo esse um dos mais relevantes de sua brilhante carreira. Ele aconteceu há exatos 20 anos, no dia 11 de fevereiro de 1996. O local? A Vila Belmiro.
O jogo era válido pelo Campeonato Paulista daquele ano, na fórmula de pontos corridos, com turno e returno. Ambas as equipes estavam desfalcadas, mas mesmo assim não faltou emoção ao Clássico Alvinegro.
De um lado, Camanducaia desequilibrava para o Peixe, do outro, Marcelinho e Edmundo para o Coringão. Mas o clássico era quente, nervoso, e muitos jogadores receberiam o cartão amarelo. Ao todo, 13 atletas foram punidos.
No entanto, as coisas piorariam para o Timão no primeiro tempo, com a perda do zagueiro Henrique, expulso. Aproveitando a vantagem numérica, o Santos abriu o placar com um golaço de Marcos Paulo, chutando no ângulo, sem chances para o goleiro Ronaldo.
Mas o Corinthians tinha Marcelinho e Edmundo. E foi do Pé de Anjo que saiu o cruzamento certeiro na cabeça do Animal, para empatar a partida. Contudo, Edmundo agrediria o zagueiro Sandro, e também acabaria expulso, logo no fim do primeiro tempo. Viria a etapa final…
E tudo mudaria para o Corinthians. O Santos também acabou perdendo dois atletas por expulsão, equilibrando partida e dando emoção ao clássico. Foi então que o Corinthians se lançou ao ataque em busca da vitória. Marcelinho levou perigo em duas oportunidades ao gol de Edinho, filho do Rei Pelé, que assistia ao jogo em seu camarote no Estádio.
Aí brilhou a estrela de Tupãzinho. Xodó da torcida corintiana por conta do gol so título no Brasileiro de 1990, o meia passou para o camisa 7 que, magistralmente, chapelou o zagueiro Ronaldo Marconato e, de primeira, sem deixar a bola cair, tocou no canto esquerdo do goleiro Edinho. Um golaço!
O Corinthians não conseguiria segurar o resultado positivo, pois em um lance duvidoso, o árbitro assinalaria pênalti a favor do Peixe. Sandro, o zagueiro agredido por Edmundo, empataria a partida para o time da casa, dando números finais ao clássico.
Mas o resultado pouco importava, pois o que marcou este clássico foi o Gol de Placa anotado por Marcelinho. Em solo adversário. Em solo de um rei. E não é qualquer rei. Somente o Rei Pelé que, humildemente, homenagearia o camisa 7 do Corinthians com uma placa. Gesto nobre do maior jogador de todos os tempos do futebol.
Era a ascensão de um craque, de um ídolo, que vinha caindo nas graças da torcida. Ele já havia se destacado desde o ano anterior, quando marcara outro golaço, em outro clássico, este contra o Palmeiras, um gol de falta, sua marca registrada.
Marcelinho deixou saudades ao coração do torcedor corintiano, mas também seu legado, este que jamais será esquecido, que será lembrado por muitos e muitos anos, pois este craque é parte da história corintiana, esta que é imortal.