O futebol alemão passa por uma fase estupenda. Atual campeã mundial, a seleção europeia é a atual modelo de futebol bem sucedido. Com uma forte equipe nacional, dona de um campeonato rentável e com sucesso de público, além da famigerada estrutura nas categorias de base, a Federação Alemã vive sua plenitude.
No Campeonato Europeu Sub-17 de 2016, os germânicos ficaram com o vice-campeonato, em final perdida para a França. A certeza que o torneio deixou é de que mais talentos são formados na Alemanha, como o Alambrado mostrou. Um dos maiores, sem dúvidas, é Felix Passlack.
Espécie de jogador versátil com rara técnica, Passlack é o novo “queridinho” local. Jogador pertencente ao Borussia Dortmund, foi muito comparado a Mario Gotze na base e é uma das surpresas na nova temporada do clube – assim como Pulisic. Todos sob comando de Thomas Tuchel.
O torcedor do Schalke 04
Nascido no dia 29 de maio de 1998, em Bottrop, próximo a Gelsenkirchen, Passlack deu os primeiros passos no futebol no Fortuna Bottrop, clube local. Por lá, permaneceu até os 12 anos, quando foi levado Rot-Weiß Oberhausen.
Rapidamente, chamou a atenção de clubes maiores. A velocidade aliada com uma técnica apurada foi providencial para o interesse de grandes clubes. Bayer Leverkusen, Colônia, Bochum, Borussia Dortmund e até o Schalke 04, time de coração de Felix, queriam o surpreendente jogador.
A escolha pelo Borussia parecia ilógica, mas foi o que o jovem decidiu. Em 2012, Passlack passou a ser membro da respeitada categoria de base do campeão alemão à época. A qualidade da promessa já saltava aos olhos.
Com toda a estrutura do novo clube, Passlack desenvolveu ainda mais o seu potencial. Porém, a curiosa situação por ser fã do Schalke 04 sempre foi notícia. Mesmo com a peculiaridade do fato, isso nunca atrapalhou o baixinho dentro de campo.
Aliás, difícil algo atrapalhar com um desempenho tão bom. O extremo-direito pode jogar como lateral, meio-campista e aberto pelos lados, posição mais frequente. Em todas, a adaptação é quase total.
Características que convencem
Muito intenso, Passlack é dinâmico e participa do jogo a todo momento. Fisicamente, das arquibancadas, lembra o mítico Lahm. No estilo de jogo, a similaridade recai a Kevin de Bruyne, com suas arrancadas técnicas.
Desde 2012, Passlack tem se afirmado como o principal jogador de suas respectivas categorias, inclusive ajudando na conquista de títulos – o último aconteceu na temporada 2014-15, com o êxito no campeonato nacional sub-17.
Nesta temporada, distribuiu incríveis 17 assistências e marcou 17 gols em 24 partidas. Uma média espetacular até se comparado com jogadores do quilate de Cristiano Ronaldo e Messi. Preciso também em cruzamentos e na bola parada, as assistências se acumulam com naturalidade.
Os chutes potentes também foram vistos no europeu sub-17. Comandante da Alemanha, o capitão, em seis jogos, fez três gols e deu um passe para gol. Boa média para o segundo melhor jogador do torneio.
Pesando contra o jovem está a rotineira dificuldade de jogadores versáteis encontrarem a sua posição ideal entre os profissionais. Esquecendo o fato dos benefícios de atuar em muitas posições, às vezes o jovem acaba não encontrando a posição para render em seu pleno. As dificuldades já são conhecidas. Christopher Buchtmann, joia da seleção alemã de 2009, passou por isso na transição para o profissional.
Felix Passlack é tratado de forma diferente. É considerado uma das maiores joias do futebol alemão. É diferenciado e tem um potencial enorme. A margem para progressão é gigante e nós o tratamos com um dos maiores talentos do futebol mundial.