Noruega, a asa-negra dos EUA nos Jogos Olímpicos

Noruega, a asa-negra dos EUA nos Jogos Olímpicos

Conheça o impressionante retrospecto das americanas no futebol e a grande conquista da seleção norueguesa

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Se entre os homens a seleção norte-americana de futebol está longe de ser uma potência, as mulheres estadunidenses, por outro lado, lideram a relação das equipes nacionais mais bem-sucedidas. São nada menos do que três títulos mundiais (recordista) e um desempenho quase ideal em Olimpíadas. Seria perfeito, não fosse a Noruega.

Desde que a modalidade feminina do esporte bretão foi introduzida nos Jogos Olímpicos, em Atlanta-1996, os Estados Unidos só perderam dois jogos – em ambas as vezes o algoz foi a Noruega. Antes dessas amargas derrotas, entretanto, o país nórdico já havia mostrado sinais de que seria uma pedra no sapato das norte-americanas.

Noruega vs Estados Unidos
Seleção nórdica derrotou os EUA em 2000 e 2008 (Foto: Reprodução/pastemagazine.com)

Na fase de grupos da edição inaugural do evento, os EUA, orientados pelo técnico Tony DiCicco, haviam vencido a Dinamarca (3-0), a Suécia (2-1) e empatado com a China (0-0).

O desempenho lhes rendeu o segundo lugar, atrás da China, e deixou pela primeira vez em seu caminho as norueguesas, líderes do outro grupo, à frente do Brasil.

Atuando diante de sua própria torcida, o time da casa foi pressionado pelas comandadas do treinador Even Pellerud e sofreu gol de Linda Medalen aos 18 minutos. O empate só veio a 14 minutos do fim, com pênalti batido por Michelle Akers. Na prorrogação, Shannon MacMillan fez o gol de ouro e classificou as anfitriãs para a grande decisão.

Em Sydney-2000, o primeiro revés. Na semifinal, os Estados Unidos eliminaram o Brasil pelo placar mínimo e se reencontraram com as europeias, a quem haviam superado por 2 a 0 na fase de grupos. As americanas tinham à beira do gramado a ex-jogadora April Heinrichs, e a Noruega estava nas mãos do ex-jogador Per-Mathias Hogmo.

Com mais de 22 mil torcedores no Sydney Soccer Stadium, as ianques saíram na frente aos cinco minutos graças a Tiffeny Milbrett. No fim do primeiro tempo, Gro Espeseth deixou tudo igual após cobrança de escanteio. Na segunda etapa, Ragnhild Gulbrandsen virou a partida, mas Milbrett forçou a prorrogação com um gol nos acréscimos.

A alegria não durou muito, pois a norueguesa Dagny Mellgren aproveitou falha da defesa rival e chutou no canto esquerdo da goleira para se vingar da última eliminação olímpica, garantindo a medalha de ouro inédita para seu país. Em Atenas-2004, sem a Noruega na disputa, a seleção dos EUA recuperou a hegemonia e sagrou-se campeã invicta.

Noruega 2000
Norueguesas celebram ouro olímpico em Sydney (Foto: Reprodução/FIFA)

Essa façanha não se repetiu em Pequim-2008. Ainda na fase inicial, ambas as seleções mediram forças logo na primeira rodada.

Quem levou a melhor, de novo, foram as norueguesas, que venceram por 2 a 0 por conta dos gols relâmpagos de Larsen Kaurin e Melissa Wiik, antes dos cinco minutos. O título, porém, iria parar na América.

Em Londres-2012, as estadunidenses fizeram uma campanha perfeita. Seis vitórias em seis jogos e o sonhado tetracampeonato olímpico – novamente sem o desafio da Noruega, a exemplo de Atenas-2004.

Vale lembrar que a asa-negra das ianques não se classificou para os Jogos no Rio de Janeiro. Seria o prenúncio de um novo ouro para os EUA ou o Brasil, enfim, conseguirá vingar-se das finais de 2004 e 2008 e quebrar o incômodo jejum? Teremos de esperar até o dia 19 de agosto para descobrir.

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Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, é apreciador do futebol latino, do teor político-social do esporte bretão e também de seu lado histórico.