O México surpreende sob o comando do estudioso Juan Carlos Osorio. Graças aos dois resultados positivos na fase de grupos da Copa América Centenário, contra Uruguai (3-1) e Jamaica (2-0), respectivamente, a seleção “azteca” igualou sua melhor série na história e acumula impressionantes 21 jogos de invencibilidade, com 11 vitórias seguidas.
As estatísticas englobam parte do trabalho feito por Miguel Herrera, vencedor da Copa Ouro de 2015, e do brasileiro Ricardo “Tuca” Ferretti, que assumiu o cargo de modo interino com a polêmica demissão do primeiro, em julho passado. Mesmo assim, os números do treinador colombiano falam por si sós e merecem atenção.
Com “El Profe” à beira do gramado, a equipe nacional tem 9 triunfos em 9 partidas, 4 pelas eliminatórias da CONCACAF para a Copa do Mundo e 3 amistosos, além dos 2 jogos mencionados anteriormente. Destaque tanto para o setor ofensivo, responsável por anotar 19 gols, quanto para o defensivo, que sofreu apenas um tento nesse período.
Embora tenha apresentado fragilidades diante da Jamaica, que não conseguiu aproveitar as chances surgidas para vazar a meta mexicana, é nítida a evolução dos aspectos na zaga azteca. Houve avanço de qualidade na eficiência e na limitação aos avanços rivais, diminuindo-lhes a porcentagem de chutes a gol e os sufocando na marcação.
Quando houve falhas individuais no último confronto, como avalia o próprio Osorio, talvez até em decorrência da folga no placar, o goleiro Guillermo Ochoa esteve pronto para bloquear as finalizações jamaicanas. Apesar da classificação para as quartas de final, o treinador foi crítico e analisou que há defeitos a serem corrigidos nas linhas de trás.
Por outro lado, os homens de frente do colombiano se mostraram mais letais, em comparação com os jogos anteriores à chegada de Osorio. Há menos toques de bolas e oportunidades na última terça parte do campo adversário, todavia, há mais gols (bem distribuídos, ressalte-se), segundo dados publicados recentemente pela ESPN mexicana.
No momento, é interessante voltar os olhos ao rendimento de Javier “Chicharito” Hernández, de 28 anos, que marcou três gols durante esse novo processo e está a apenas dois tentos de superar Jared Borgetti (46) como o maior artilheiro da história do México. Ademais, o jogador do Bayer Leverkusen é um nome importante no esquema de Osorio.
Para a Federação Mexicana de Futebol (FEMEXFUT), o objetivo do país é terminar o certame entre os três primeiros colocados, façanha realizada em 5 das 9 campanhas da seleção até hoje, com destaque para os vice-campeonatos de 1993, diante da Argentina, e 2001, contra a Colômbia. Já o bronze foi conquistado nas edições de 1997, 1999 e 2007.
Na próxima segunda-feira (12), a equipe azteca enfrentará a Venezuela, que também está com 100% de aproveitamento, buscando consolidar a liderança do grupo e evitar um provável encontro com a Argentina nas quartas de final. Seu adversário deve ser o Chile, o qual já foi vencido sob o comando de Osorio (1-0), em amistoso realizado em junho.
A uma vitória de novos recordes, o desafio está lançado. Com a proximidade do país-sede, a torcida mexicana comparece em peso – e com bastante entusiasmo – aos estádios norte-americanos para apoiar o selecionado nacional. A história pode ser reescrita, e Osorio é certamente um dos protagonistas dessa narrativa.