Foi acertado, no início do ano, o novo contrato de direitos de transmissão da liga inglesa. O valor total, na casa de 5,1 bilhões de libras (aproximadamente R$ 22 bilhões), é quase duas vezes maior que o anterior e passa a valer a partir da próxima temporada. 50% do montante é distribuído de forma igualitária entre os clubes, enquanto 25% varia de acordo com a classificação final, e os outros 25%, conforme a audiência na TV.
Com isso, o lanterna da temporada 2016/17 deverá receber, aproximadamente, um valor mínimo de R$ 435 milhões. De olhos arregalados, os dirigentes dos clubes médios e pequenos da Premier League têm um único objetivo neste 2015/16: não ser rebaixado de jeito nenhum. O prejuízo seria imenso.
É o que mostrou a janela de transferências de verão deste ano, encerrada na última terça (1). Os clubes de médio e pequeno porte decidiram tirar o escorpião do bolso e investir pesado no mercado, já pensando no possível (e gigantesco) lucro da próxima temporada. E, como não poderia deixar de ser, a esmagadora maioria dos reforços vieram de fora, seguindo os passos dos clubes grandes do país.
Sem querer, os fatos acima mostraram um crônico problema do futebol inglês: a falta de confiança em suas categorias de base. Os clubes podem até investir na formação de jogadores, mas mantêm foco total na compra de jogadores do exterior em momentos de necessidade. Nem mesmo os times menores têm dado oportunidades aos jovens formados no próprio país. Acabam frequentemente emprestados a equipes de divisões inferiores.
Some isso ao fato de que até mesmo as categorias de base dos clubes estão investindo em garotos estrangeiros, e verá que o futuro da seleção inglesa é nebuloso. A Inglaterra claramente vai à contramão de Espanha e Alemanha, por exemplo, preferindo seguir o modelo italiano – que, com a crise e a escassez de dinheiro de alguns anos para cá, entrou em colapso. Tanto a liga quanto a seleção.
Gerrard e Lampard, que deixaram a liga na última temporada, foram os últimos símbolos de uma geração que pode não ter tido grandes conquistas, mas que atraia interesse por onde passava – muito em conta pelo alto nível de seus craques. E a próxima?
No infográfico a seguir, listamos as mudanças que aconteceram de 2014/15 para 2015/16 em relação às múltiplas nacionalidades da primeira divisão inglesa. Os números são superlativos. A Premier League já não é inglesa há tempos. É a liga cosmopolita.
