Um fim de semana especial pode ser feito de várias maneiras. O belo dia de sol do último domingo (17) foi marcante para duas torcidas em especial. No Nicolau Alayon, estádio do Nacional, localizado na Barra Funda, torcedores de Bahia e Flamengo foram os protagonistas das oitavas de final da Copa São Paulo.
Sim. No clássico entre duas torcidas populares, o povo fez a festa. Mesmo em uma partida entre equipes formadas juniores, a festa produzida pelos torcedores foi digna de jogo profissional. Cerca de 1500 torcedores – muitos pela primeira vez em um estádio acompanhando o seu time de coração – testemunharam uma partida eletrizante, que terminou apenas depois de acirrada disputa por pênaltis.
Porém, o mais importante, sem dúvidas, foi o espírito compartilhado pelos torcedores. Em paz, ambas as torcidas congraçaram durantes os mais de 90 minutos em campo. O Alayon era palco de muita alegria.
A cada jogada, as expressões multifacetadas empolgavam e, de certa forma, nos deixavam emocionados. Desde 2013 – em empate do Bahia diante do Goiás, pela mesma Copinha –, o Bahia não jogava em São Paulo pela competição. E é neste torneio, com entrada franca, a chance de pessoas impossibilitadas de pagar ingressos caros comparecerem a um jogo de futebol.
Por mais que seja uma competição sub-20, a emoção é a mesma. Pais com filhos, muitos deles ainda bem jovens, se deliciaram no domingo ensolarado do Alayon. A torcida do Bahia, em maior número, comemorava, juntamente aos garotos da base, cada bola ganha em uma dividida. Os apaixonados do Esquadrão de Aço ditavam o ritmo do jogo com uma bateria muito bem ensaiada.
Na torcida do Flamengo, também era comum pais com seus filhos e famílias completas comemorando os gols. E a vitória. Nos pênaltis, o Rubro-negro carioca ganhou por 6 a 5. Porém, o clima de festa não acabou após o apito final do árbitro. Mesmo com as derrotas nos pênaltis, os torcedores baianos tinham motivos para comemorar: a provável classificação para a próxima fase – confirmada logo depois –, e a bonita festa produzida pelos presentes no estádio.
Naquela tarde no Nicolau Alayon, a invasão de baianos e cariocas simbolizava mais um culto ao futebol. Não, ele não é apenas um jogo. Muito além disso, o futebol é um componente de união. E a alegria de todos os torcedores contagiou demais, marcando, pela primeira vez, com o futebol, o domingo de muitos que estiveram no jogo.
Em um futebol cada vez mais elitizado, a simplicidade do esporte ainda dá as cartas em alguns momentos. Nestas ocasiões, um simples sorriso e a comemoração de um gol já valem. Com isso, o futebol ainda cumpre com o seu objetivo primordial: alegrar a vida de muitas pessoas. Mesmo que só por alguns instantes.