Guia do Mundial Sub-17 de 2017 – Parte II

Guia do Mundial Sub-17 de 2017 – Parte II

Alemanha, Brasil, Espanha são destaques na 2ª parte do guia; Saiba quem também concorre pela vaga

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Chegou a hora de a molecada mostrar a que veio. Começou nesta sexta-feira (6), na Índia, mais uma edição do Mundial Sub-17, torneio considerado por muito como o primeiro grande teste internacional de grandes estrelas do futebol mundial. O Alambrado não ia ficar de fora dessa, e traz para você os destaques da competição neste guia de três partes, hoje com os grupos C e D. Veja a análise do A e do B AQUI.

GRUPO C

Irã

Em evolução, o Irã de Abbas Chamanyan está em um processo de se consolidar como força regional. Nos primórdios da categoria, a equipe sequer era ameaça nas fases eliminatórias. Mas o cenário, aos poucos, vem mudando. De 2000 até os dia atuais, foi conquistado pelo país um título asiático, além de dois vices – o último deles no ano passado, fato que o tornou a primeira seleção garantida no Mundial, depois da Índia.

Ano sim, ano não, os iranianos têm se classificado para o torneio aludido e alcançam as oitavas de final. A história se repetirá em 2017? Para manter a escrita, Chamanyan tem a seu favor uma equipe bem coletiva. Responsáveis por três gols cada no último Asiático, o atacante Allahyar Sayyad, o meia Mohammad Ghaderi e o capitão Mohamad Sharifi são presenças importantes em um grupo concorrido. A missão, porém, é relativamente difícil.

Guiné

Djibril é a grande aposta da Guiné (Foto: Reprodução)
Djibril é a grande aposta da Guiné (Foto: Reprodução)

Os jovens orientados pelo local Souleymane Camara fazem a quinta aparição de Guiné no Mundial Sub-17, a segunda consecutiva. A difícil missão deles é romper a fronteira das semifinais, melhor marca do país até o momento. Qualidade para se estabelecer entre os principais times existe. Por isso, garantir vaga na segunda fase é bem possível.

Na última edição da Copa Africana da categoria, o selecionado ficou novamente em terceiro lugar, desta vez invicto. A eliminação ocorreu na semifinal diante do futuro campeão, Mali, que só levou a melhor nos pênaltis após igualdade a zero. Logo na sequência, os guineenses se reabilitaram com a firme vitória por 3 a 1 sobre o Níger.

De modo geral, a equipe de Camara mostrou boa solidez defensiva ao longo do torneio continental, sofrendo três gols em cinco jogos. Do outro lado do gramado, registrou nove tentos marcados. Quem atraiu todos os holofotes foi o técnico e habilidoso Djibril Touré, de 14 anos, que se movimenta e finaliza bem. Ele deixou nada menos do que seis bolas na rede (artilheiro) e carrega a esperança de seu time de chegar longe na Índia.

Alemanha

Arp é o homem gol da seleção alemã (Foto: Divulgação/UEFA)
Arp é o homem gol da seleção alemã (Foto: Divulgação/UEFA)

Embora sempre favorita em todas as competições que disputa, o Mundial Sub-17 é uma lacuna para a Alemanha, que depois da edição inaugural, em 1985, nunca mais voltou à final. A hora parece estar chegando. No Europeu da categoria, pelo menos, o desempenho foi de alto nível, abreviado na semifinal pela geração dourada espanhola. Os números corroboram isso: 17 gols marcados (recorde) e 2 sofridos em 5 jogos.

O principal destaque da equipe comandada por Christian Wücké é indiscutivelmente Jann-Fiete Arp, jogador do Hamburgo. Muito hábil, alto e, claro, finalizador, foi responsável por 7 gols no torneio e tem média quase um por jogo na seleção de base. Em seu clube, já fez inclusive sua (breve) estreia na Bundesliga, recentemente. Ele tem tudo para brilhar em solo asiático e conduzir os alemães ao título inédito.

Veloz, o time é regido no meio de campo pela entrosada dupla formada por Erik Majetschak e o criativo armador Elias Abouchabaka, ambos do RB Leipzig, time que mais forneceu jogadores para esta edição do Mundial com quatro nomes. Atrás, Luca Plogmann foi o melhor goleiro do último Europeu, além de ter sua meta bem protegida por um sistema que se compacta bem e tem boa saída de bola.

Costa Rica

Formada por jogadores que atuam no país, a Costa Rica tem como objetivo protagonizar sua melhor campanha no torneio. Ou seja, ir além das quartas de final. Para isso, o jogo de abertura contra a “superior” Alemanha, na avaliação do técnico Marcelo Herrera, será fundamental. O 3º lugar obtido na Concacaf Sub-17 mostra o potencial dos Ticos.

Com estilo ofensivo, o escrete nacional conta na lateral esquerda com Walter Cortés, que se notabilizou durante a disputa continental e entrou na seleção ideal do torneio. Além dele, o meia José Alfaro conduz as ações pelo mesmo lado do campo e tem faro goleador, enquanto o atacante Josué Abarca se mostra técnico e veloz, sendo constante ameaça.

O perigo se encontra na defesa. Embora tenha se mostrado um setor relativamente seguro na primeira fase da Concacaf, na qual os costarriquenhos permaneceram invictos, a acachapante goleada sofrida pelo México por 6×1 acendeu um sinal de alerta para a atuação contra equipes de mais alto nível. Não só pelo temor do resultado negativo, mas também porque o saldo de gols deve ser importante para a classificação.

Grupo D

Brasil

Canarinho conta com vários jovens craques, incluindo o meia Alan Guimarães (Foto: Reprodução)
Canarinho conta com vários jovens craques, incluindo o meia Alan Guimarães (Foto: Reprodução)

Segundo maior vencedor do Mundial Sub-17, com três títulos, o Brasil busca voltar a ganhá-lo, o que não ocorre desde 2003. Para isso, conta com a geração mais talentosa desde Neymar e companhia limitada. A geração /00 é, sem dúvida, capaz de quebrar esse o jejum. E o poderio já foi demonstrado no título do Sul-Americano.

Mesmo sem Vinícius Júnior, estrela da equipe, Carlos Amadeu tem opções de sobra. E em todas as posições. No sistema defensivo, dois laterais interessantes: Wesley, pela direita, é do Flamengo. Na esquerda, o bom Weverson, destaque do São Paulo. Na zaga, Vitão é o líder. Melhor defensor da categoria, tem imposição o suficiente para ser um dos melhores da competição. Ao seu lado, Lucas Halter, do Atlético-PR. Todos têm a função de proteger o goleiro Gabriel Brazão, do Cruzeiro.

No meio-campo, Victor Bobsin desfila técnica e boa força para marcar. Ao seu lado, Marcos Antônio, dinâmico jogador, que tem na vontade sua marca. Rodrigo Nestor, volante extremamente talentoso é opção. O são-paulino participou de muitas partidas no Sul-Americano Sub-17.

No ataque, principal setor do time, Alan Guimarães, do Palmeiras, é o camisa 10. Armador clássico, foi o melhor jogador do Brasil na competição continental – excetuando Vinícius Júnior. Pelas pontas, Paulinho, do Vasco, é soberano na direita. Brenner deve atuar pela esquerda e substituir Vinícius. O são-paulino tem mais de 40 gols no ano. O centroavante Lincoln completa o setor. Camisa 9 técnico, não ajuda só em gols, como também dá assistências e participa muito.

No banco, opções de qualidade. Desde o lateral-esquerdo Luan, do Palmeiras, até o centroavante Yuri Alberto, do Santos. As chances de conquistar mais um título são enormes. Seria  a consagração de uma equipe muito talentosa.

Espanha

Goleador com muita técnica, Abel Ruiz é uma das armas espanholas (Foto: Reprodução)
Goleador com muita técnica, Abel Ruiz é uma das armas espanholas (Foto: Reprodução)

A Espanha chega como uma das três principais favoritas ao título. E logo de cara, pega o Brasil, um dos principais concorrentes. Campeã do Europeu Sub-17, a seleção tem na técnica e posse de bola seus principais pontos fortes.

Com uma espinha dorsal bem definida e um estilo de jogo premiado na base, dificilmente os espanhóis não farão grande campanha. E é em uma dupla do Barcelona que recaem as maiores esperanças. Sérgio Gomez e Abel Ruiz atuam no culés há um bom tempo. E se completam.

Gomez é uma espécie de armador com pés de ponta. Capaz de decidir a partida em lances de muita habilidade pelos lados, também consegue ditar o ritmo pelo meio-campo. Tem boa visão de jogo e finaliza muito bem. É apontado como jogador perfeito para o Barcelona. Já Abel Ruiz é centroavante. Mas esqueça aquele 9 trombador. Técnico e inteligente, faz de tudo no time.

A dupla é bem auxiliada por José Alonso Lara, do Sevilla, e Nacho Díaz, do Villareal, dois ótimos atacantes. No meio, Mohamed Aiman Moukhliss e Antonio Blanco, ambos do Real Madrid, dão boa saída de bola e dinamismo.

Na zaga, o técnico Santiago Denia tem destaques. Mateu Jaume e Juan Miranda. Laterais do Barcelona, os dois são muito técnicos e estão sempre subindo ao setor ofensivo. Eric Garcia será o comandante da defesa. Agora no Manchester City, é apontado como jogador mais talentoso do país na posição.

Niger

Pela primeira vez no Mundial Sub-17, Niger só quer fazer uma participação digna. Classificada após chegar entre os quatro primeiros da competição continental, a equipe tem força na defesa e no equilíbrio.

A seleção treinada por Ismaila Tiemoko tem como grande destaque Ibrahim Marou, do Soniantcha. Autor de dois gols na conquista da vaga, é um atacante que tem boa técnica e posicionamento. Também tem na cobrança de falta uma virtude.

No meio-campo, destaque para Rachid Alfari, do Nigelec. Volante e armador, tem técnica, dinâmica e inteligência para se destacar no futebol espanhol. É o cérebro. Moctar Ousmane, do Mano Dayak, também cria muitas situações de perigo.

O defensor Rachid Soumana é o único que atua fora do país. De bom porte e rápido, joga pelo Tudu Mighty Jets, de Gana. É dele a missão de garantir a estabilidade defensiva do time. Assim como foi na competição continental.

Coreia do Norte

É difícil encontrar informações dos atletas da seleção principal da Coréia do Norte. Da sub-17, então, ainda pior. Mas a evolução da categoria no país é inegável. Das últimas quatro competições continentais, foram dois títulos e uma semifinal – o que aconteceu em 2016.

Nesta edição, destaque para Kye Tam. O meio-campista marcou quatro gols e foi o artilheiro da seleção na competição. Com bom passe e chute de fora da área, é dele que devem surgir as principais jogadas ofensivas. Outro jogador que chama atenção é Kim Pom-hyok. Assim como todos os companheiros, atua no futebol do próprio país.

O armador se destaca pela criatividade e capacidade de criação. É dele a responsabilidade de fazer a bola chegar com qualidade para os atacantes Kim Chung-jin e Kim Hwi-hwang. O time treinado por Kim Yong-su vai para sua quinta edição de Mundial Sub-17. Em 2005 e 2007, encontrou o Brasil pela frente, adversário de grupo desta edição. Em 2005, seu melhor resultado, parou nas quartas de final. Justamente para o Brasil. Revanche?

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