A contratação de Pep Guardiola pelo Manchester City no início do ano passado despertou a velha questão de quanto o treinador espanhol potencializará a (já excelente) categoria de base dos ingleses. Reconhecidamente um entusiasta do uso de jovens atletas, Pep encontrará um cenário totalmente favorável ao desenvolvimento de grandes promessas.
Desde 2008, quando Sheik Mansour, homem mais rico dos Emirados Árabes, comprou o Manchester City, a melhoria nas estruturas da base e o alto investimento no Elite Development Squad (EDS) são visíveis. E os frutos estão sendo colhidos.
Nos últimos dois anos, em especial, os resultados esperados em longo prazo começaram a aparecer. Apesar da Inglaterra ser palco do domínio do Chelsea nas categorias superiores (sub-21 e sub-18), o City se mostra o dono nos torneios com equipes mais jovens.
Além de títulos, muitas vezes secundários diante de outros aspectos da formação, as equipes sub-15 e sub-16 do City impressionam pela alta qualidade de seus elencos, a presença de muitos selecionáveis e goleadas históricas.
Em novembro de 2016, a equipe sub-15 do City aplicou uma goleada histórica contra o United, seu maior rival, pela Floodlit Cup. Os sonoros 9 a 0 deram impressão de uma total superioridade da base do lado azul de Manchester.
O resultado não é isolado. No início de 2016, a equipe sub-18 havia derrotado o Liverpool por 7 a 0. Ainda em 2016, o City bateu o United por 5 a 0 e 6 a 0, no sub-13 e sub-14, respectivamente.
Os contrastes das principais equipes da cidade é, em parte, explicado pelo alto investimento do City. São praticamente todas as categorias até o sub-18 dominadas pelos azuis. Em todas as equipes, títulos são conquistados e promessas são elogiadas.
A ideia de repetir Ajax, Barcelona e os próprios rivais, nos anos 90 e 00, é encarada de forma real pelo City. Com Guardiola, o grau de utilização das categorias na equipe principal tende a aumentar com o passar do tempo, e a chance de fazer história é muito grande.
No time que goleou o United por 9 a 0, o destaque ficou por conta de Tommy Doyle. O meio-campista de 14 anos deu cinco assistências e chamou atenção por mais uma grande partida. Curioso o fato de Tommy ser neto de Mike Doyle, por parte paterna, e Glyn Pardoe, pelo lado materno.
Ambos foram ídolos do City na década de 70. Tommy, ainda dando seus primeiros passos, espera seguir os passos dos avôs, e ser o expoente de uma geração vitoriosa.
