Duelos entre brasileiros e colombianos na Libertadores inspiram São Paulo pela virada

Duelos entre brasileiros e colombianos na Libertadores inspiram São Paulo pela virada

São Paulo precisa de façanha inédita para avançar na Libertadores; Veja retrospecto de brasileiros e colombianos no torneio

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O São Paulo entra em campo na noite desta quarta-feira (13), no Estádio Atanasio Girardot, em Medellín, buscando uma façanha inédita na Copa Libertadores da América. Para conquistar vaga em sua sétima decisão e manter vivo o sonho do quarto título, o Tricolor precisa superar a vantagem construída pelo Atlético Nacional em pleno Morumbi.

São Paulo Atlético Nacional
Em 11 jogos, São Paulo ganhou 5 e perdeu 3 para o Atlético Nacional (Foto: Reprodução/Rubens Chiri/saopaulofc.net)

Na história do torneio, porém, nunca houve um semifinalista que tenha perdido em casa por dois gols de diferença e revertido o placar longe de seus domínios.

O Colo-Colo (1964) e a Universidad Católica (1969), eliminados por Nacional e Estudiantes, respectivamente, por exemplo, são vítimas desse implacável e até hoje inabalável fantasma.

O histórico entre brasileiros e colombianos, por outro lado, pode oferecer motivação aos comandados de Edgardo “Patón” Bauza, já que as equipes “cafeteras”, em geral, têm retrospecto negativo contra os vizinhos do sul. Em 123 encontros em todas as edições da Libertadores, eles acumulam 64 derrotas, 33 vitórias e 26 empates.

Nos jogos semifinais entre times de ambos os países, incluindo a época em que vigorava o formato de grupos para definir os classificados, nova goleada dos representantes canarinhos. Os brasileiros só foram eliminados duas vezes em oito oportunidades, mais precisamente nas temporadas de 1996 e 2004.

Na primeira ocasião, o Grêmio enfrentou o América de Cali e ganhou por 1 a 0, em Porto Alegre, mas sucumbiu por 3 a 1 diante do futuro vice-campeão. Já o Once Caldas teve melhor destino e faturou a taça. Antes de realizar o feito inédito, havia empatado sem gols com o São Paulo, no Morumbi, e vencido por 2 a 1, em Manizales.

Na comparação de gols, os clubes do país canarinho também possuem larga vantagem, pois balançaram as redes adversárias 171 vezes, enquanto sofreram 115 vazamento em suas metas. Retrospecto, de fato, não entra em campo, e tabus existem para ser quebrados. No entanto, ambos ajudam a entender o futebol.

Como forma de aquecimento para o duelo de logo mais, listamos abaixo 5 jogos memoráveis entre brasileiros e colombianos na Libertadores. Confira:

Final de 1999 – Deportivo Cali x Palmeiras

O Deportivo Cali impressionou o país com seu estilo de jogo sob o comando do técnico colombiano José “Cheché” Hernández, que orientava jogadores talentosos e bem articulados no setor ofensivo, personificados na figura do artilheiro Víctor Bonilla.

Do outro lado, estava o Palmeiras de Luiz Felipe Scolari, que deixara pelo caminho Vasco, Corinthians e River Plate. No primeiro jogo, em território cafetero, os locais venceram por 1 a 0, gol de Bonilla, e o Alviverde conseguiu vencer por 2 a 1 no Brasil.

Com a igualdade no resultado agregado, a disputa foi para os pênaltis. Logo de cara, Zinho perdeu sua cobrança. A situação estava desfavorável até o quarto chute dos visitantes, quando Gerardo Bedoya falhou. Euller converteu para os mandantes, e Martín Zapata cometeu novo erro. Resultado: 4 a 3 Palmeiras.

Final de 1995 – Atlético Nacional x Grêmio

Após uma década grandiosa do futebol colombiano, quando Atlético Nacional faturou um título então inédito para o país, o Verdolaga voltou a uma final da Libertadores e encarou o Grêmio, que venceu o jogo de ida, em Porto Alegre, por 3 a 1, com gols de Víctor Marulanda (contra), Jardel e Paulo Nunes.

Na definição do título, os homens comandados por Juan José Peláez abriram o marcador logo no início, com Víctor Aristizábal, e pressionaram bastante, empurrados pela fanática torcida no Atanasio Girardot. Mas Dinho converteu um pênalti a cinco minutos do fim e enterrou o sonho do bicampeonato colombiano.

Semifinais de 2004 –  Once Caldas x São Paulo

O surpreendente Once Caldas já havia derrotado o Vélez Sarsfield na fase de grupos, mas repetiu a dose nas quartas de finais e eliminou o Santos após empate por um gol na Vila Belmiro e triunfo por 1 a 0 em Manizales. Nas quartas, encarou o São Paulo.

No Morumbi, os comandados de Luis Fernando Montoya seguraram a equipe orientada por Cuca e voltaram para casa sem sofrer nem marcar gols. No Estádio Palogrande, Herly Alcazar inaugurou o placar quase na metade do primeiro tempo, ao passo que Danilo deixou tudo igual cinco minutos mais tarde.

Quando parecia que o finalista seria decidido nas cobranças de pênaltis, Jorge Agudelo aproveitou bola enfiada, entrou sozinho na área, driblou o zagueiro que o alcançou e tirou do goleiro, garantindo os colombianos na final contra o Boca Juniors.

Pré-Libertadores de 2011 – Tolima x Corinthians

O resultado é motivo de chacota para os rivais do time alvinegro até hoje. Nunca outro brasileiro caiu na fase preliminar da Libertadores. Para deixar o cenário ainda mais traumático, as estrelas Ronaldo e Roberto Carlos defendiam o Corinthians.

No primeiro jogo contra a equipe de Tite, no Pacaembu, a equipe treinada por Hernán Torres segurou a pressão e manteve o empate sem gols. Na volta, no Estádio Manuel Murillo Toro de Ibagué, Danny Santoya e Wílder Medina anotaram um gol cada no segundo tempo e consumaram a classificação colombiana.

Semifinais de 2003 – Independiente Medellín x Santos

A edição de 2003 da Libertadores possibilitou que dois colombianos se encontrassem na final. Para isso, o Independiente Medellín precisava eliminar o Santos e o América de Cali deveria superar o Boca Juniors. Porém, nenhum deles avançou.

Contra a forte equipe alvinegra na Vila Belmiro, o Independiente caiu por 1 a 0, graças a um gol de Nenê. Na volta, os comandados de Emerson Leão saíram em desvantagem, mas se recuperaram e viraram para 2 a 1, com Alex e Fabiano. Molina deixou tudo igual e alimentou o sonho da vitória até Léo desempatar no fim: 3 a 2.

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Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, é apreciador do futebol latino, do teor político-social do esporte bretão e também de seu lado histórico.