Cotia e o processo de estruturação de um bem precioso- Parte I

Cotia e o processo de estruturação de um bem precioso- Parte I

Resultados da década mostram que trabalho contínuo está sendo bem feito nas categorias de base do São Paulo

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O famoso CT do São Paulo Futebol Clube em Cotia completou 10 anos de fundação em 2015, e segue reverenciado como uma das melhores estruturas para categorias de base do mundo. Muito se fala e opina sobre o local, com críticas e elogios sendo feitos a todo o momento.

Menina dos olhos do ex-presidente Juvenal Juvêncio, “de custo alto” para Aidar, Cotia sempre é um dos assuntos entre torcedores (ou não) do São Paulo. Apesar de toda a operação que traz despesas gigantescas ao São Paulo, o local mostra que frutos podem aparecer em maior quantidade nos próximos anos.

O retorno financeiro com as vendas de Lucas e Breno somaram quase R$ 150 milhões à época, valor que já cobre parte das despesas nestes dez anos. Isso sem citar as dezenas de jogadores sem tanto status negociados pelo Tricolor nos últimos tempos e que se formaram em Cotia. A inegável estrutura e o trabalho contínuo dos funcionários do clube fazem com que os resultados comecem aparecer em maior escala.

A equipe do Alambrado mostra um raio-x das gerações criadas em Cotia nesta década. O resultado demonstra um caminho que vem sendo bem traçado e equipes com ótimas campanhas nas competições disputadas.

Uma possível punição ao clube pelo recente “caso Iago Maidana” seria impedir que o São Paulo contratasse nas próximas temporadas. Caso isso aconteça, Cotia seria a única solução iminente ao Tricolor.

Alguns pontos negativos, claro, são evidentes, como a famigerada falha na transição que precisa ser diminuída, além de uma ousadia maior na utilização das pratas da casa. Espelhar-se no Santos neste aspecto, já que executa a transição com maior eficiência, é necessário. Mas isso é assunto para outro post.

2011

A equipe perdeu o estadual sub-15 para o Desportivo Brasil (Foto: Divulgação/saopaulofc.net)
A equipe perdeu o estadual sub-15 para o Desportivo Brasil (Foto: Divulgação/saopaulofc.net)

A primeira geração da década a disputar o Campeonato Paulista Sub-15 foi liderada por Joanderson. Artilheiro do time com 22 gols marcados, o atacante ajudou no vice-campeonato da competição. Nascia ali a famosa geração /96, indicada por muitos como a melhor formada em Cotia. Daquela equipe, o próprio Joanderson, Auro, Ewandro, João Paulo e Lucão subiram para os profissionais anos depois.

Convocados para a seleção

No Sul-americano Sub-15 2011, Lucão foi o porta-voz tricolor na delegação. A amarelinha foi campeã do torneio com boa margem de vantagem sobre as rivais.

2012

A evolução da equipe sub-15 foi vista no ano seguinte. Mesmo no primeiro ano de juvenil, muitos atletas se destacaram e fizeram parte da campanha do Campeonato Paulista Sub-17 2012. O pior desempenho tricolor na década na competição, porém, pode até ser explicado pela debandada que a geração /95 sofreu.

Entre seis e sete jogadores nascidos da geração /96 faziam parte do time base que disputou e caiu na segunda fase da competição. Um aprendizado para a talentosa leva de promessas de Cotia. O artilheiro são-paulino foi Bruno Silva, com 11 gols marcados.

A equipe que foi bem no Paulista sub-15 (Foto: Divulgação/saopaulofc.com.br)
A equipe que foi bem no Paulista sub-15 (Foto: Divulgação/saopaulofc.com.br)

Pelo Campeonato Paulista Sub-15, a geração /97, muito talentosa, foi eliminada nas quartas de final para o Corinthians. Em dois bons jogos, o alvinegro levou vantagem por 4 a 2 no placar agregado. Até a eliminação, o São Paulo disputou 26 partidas, com 18 vitórias, três empates e cinco derrotas. Murilo, atualmente no profissional, foi o grande artilheiro da equipe com 24 gols marcados, um a menos que o artilheiro da competição.

O time contava ainda com David Neres, Felype Hebert e Lucas Fernandes. Geração com talentos individuais de muito potencial.

2013

Completamente formada e encorpada, a geração /96 deu mostras do seu potencial. Além de ceder jogadores para a seleção brasileira que disputou o Sul-americano e o Mundial da categoria, fez diversos bons torneios na temporada.

Ewandro, Joanderson, Lucão, Gustavo Hebling, Auro e, logo depois, Gabriel Boschilia formavam uma equipe difícil de ser batida. No Campeonato Paulista, a derrota veio apenas para o poderoso Santos, depois de dois jogos muito acirrados e o São Paulo desfalcado.

São Paulo venceu o Flamengo na decisão (Foto: Divulgação/saopaulofc.net)
São Paulo venceu o Flamengo na decisão (Foto: Divulgação/saopaulofc.net)

O primeiro grande título no ano veio na etapa Brasil da Future Cup. Contra adversários complicados, como Cruzeiro e Santos, o Tricolor foi bem e levou o troféu, além da possibilidade de disputar a edição principal na Holanda.

Na Copa do Brasil Sub-17, título conquistado de forma incontestável. Na final, triunfo sobre o Flamengo. O troféu coroou a participação de muitas promessas em Cotia. Alguns deles já subiram para o profissional no ano seguinte.

Pelo Campeonato Paulista Sub-15, a excelente geração /98, que já é considerada por alguns como mais talentosa que os nascidos em 1996, não levou o título por pouco. Campeões da Copa Votorantim, eram favoritos diante da boa geração corintiana. Porém, após 1 a 0 fora de casa, o São Paulo apenas empatou sem gols como mandante e não levou o segundo título.

A dupla de zaga era composta por Igor Morais e Igor Neves, que somados aos meio-campistas Igor Liziero, Bruno Dip e Guilherme Bissoli, já demonstravam alguns dos seus talentos como titulares da equipe.

Convocados para a seleção

Para o Sul-Americano Sub-15, o goleiro Lucas e o zagueiro Igor Morais foram chamados para a disputa na Bolívia, em que o Brasil não foi tão bem.

Na seleção brasileira sub-17, os são-paulinos frequentaram muito a lista do técnico Gallo. No Sul-Americano, cinco jogadores foram levados: Lucão, Foguete, Gabriel Boschilia, Gustavo Hebling e Ewandro.

No mundial, novamente cinco atletas. Desta vez, Auro, Gabriel Boschilia, Gustavo Hebling, Lucão e Joanderson foram os premiados por Gallo. O domínio da geração era evidente naquele momento.

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