Como o Fortaleza tenta quebrar a “maldição” da Série C

Como o Fortaleza tenta quebrar a “maldição” da Série C

Após anos batendo na trave, Leão cearense tenta quebrar escrita e subir para a Série B do Brasileiro

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Elenco do Tricolor tenta quebrar a indigesta sequência na terceira divisão (Foto: Fortaleza/Divulgação)
Elenco do Tricolor tenta quebrar a indigesta sequência na terceira divisão (Foto: Fortaleza/Divulgação)

O ano era 2006. Por conta de uma campanha pífia, o Fortaleza Esporte Clube era rebaixado para a Série B do Campeonato Brasileiro com três rodadas de antecedência. Um resultado infeliz para os torcedores do Tricolor de Aço, com certeza, mas havia motivos para acreditar que a tristeza seria momentânea. Como se trata de uma das equipes mais tradicionais do Nordeste e com o suporte de uma torcida apaixonada, era possível pensar em um retorno rápido para a série A. Mas não foi o que ocorreu.

Nos dois anos seguintes, o Leão cearense não conseguiu o acesso. Pior que isso. Em 2009, veio mais um baque: outro rebaixamento, agora para a Série C. Naquela altura ainda não era possível saber, mas tinha início uma incômoda escrita. Uma espécie de praga que desde então aflige os apaixonados pelo Fortaleza, com direito a episódios extremamente dramáticos e a participação especial de azarões e regulamentos pouco favoráveis.

Em 2010 e 2011, o Fortaleza não conseguiu nem mesmo passar da primeira fase na Série C. Em 2012, a campanha foi muito melhor, o que só serviria para aumentar o trauma. Após um desempenho avassalador na primeira fase, com apenas uma derrota em 18 jogos, o Tricolor enfrentaria o Oeste nas quartas de final, brigando diretamente pela vaga na Série B. O empate por 1×1 na ida, em São Paulo, deu a vantagem aos cearenses para o segundo jogo. Mas a surpreendente derrota por 3×1 em pleno Castelão lotado acabou com o sonho do acesso.

Em 2013, nova eliminação na primeira fase. A chance ficaria próxima de novo somente no ano seguinte. Outra vez, ótima campanha na fase inicial; outra vez, com apenas uma derrota. Na partida de ida das quartas de final contra o Macaé, 0x0 no Rio de Janeiro. Uma vitória simples no Castelão seria suficiente para o Fortaleza. Porém, os mais de 60 mil presentes se calaram ao ver os cariocas abrindo o placar, no primeiro tempo. O Leão buscou o empate, mas acabou eliminado pelo gol qualificado.

Em 2015, o cenário se repetiu. Mais uma vez o clube garantia a melhor campanha da primeira fase, o que dava a vantagem de jogar em casa a partida de volta contra o Brasil de Pelotas pelas quartas de final. Na ida, os gaúchos venceram por 1×0. A parada era indigesta, mas o time cearense tinha tudo para acabar com a escrita, e a torcida não se abalou nem mesmo com os fracassos anteriores. Mas não deu. Empate sem gols, e outra eliminação.

Essas foram as etapas de um ciclo prestes a completar dez anos, em que o sofrimento do Tricolor do Pici parece ter apenas aumentado em nível nacional, mesmo que dentro do estado o time ainda consiga mostrar sua força. A recente conquista do bicampeonato cearense dá esperança para os fanáticos pelo clube acreditarem que a retomada está próxima. Na Copa do Brasil, ainda veio uma grata surpresa: a heroica classificação contra o Flamengo, com direito a duas vitórias, mostrou que o Fortaleza não está para brincadeira nesta temporada.

Um elenco com atletas experientes, como Ricardo Berna, Dudu Cearense, Corrêa e o artilheiro Anselmo, em quem estão depositadas as fichas para administrar a pressão nos duelos importantes da Série C. E mesmo que dentro de campo as coisas não deem certo, uma coisa é possível garantir: o amor dos torcedores não vai acabar. Com ótimas médias de público mesmo após as decepções em anos anteriores, a torcida no Castelão, aflita e cansada da tal maldição, deve ser um dos maiores trunfos da equipe. As garras do Leão estão expostas. Será que agora vai?

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