Começo ruim, final honroso: Seleções que evoluíram durante as Copas

Começo ruim, final honroso: Seleções que evoluíram durante as Copas

Relembre exemplos de superação ocorridos nos Mundiais da FIFA

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Argentina começou a Copa de 1990 com zebra, mas se recuperou e chegou na final (Foto: Reprodução)
Argentina começou a Copa de 1990 com zebra, mas se recuperou e chegou à final (Foto: Reprodução)

A Copa do Mundo é um torneio de tiro curto, e iniciar a primeira fase com maus resultados já pode significar uma passagem de volta para casa para muitas seleções. Que o diga a Alemanha, atual campeã e já eliminada em 2018, por exemplo.

Mas a história dos Mundiais também traz exemplos de times que, apesar de terem sofrido bastante com os tropeços na primeira fase, evoluíram nos momentos decisivos da competição, em alguns casos chegando até mesmo ao título. Relembre alguns casos.

1970 – Itália

A Itália é especialista em chegar desacreditada e dar trabalho para todo mundo depois. Em 1970, a Azzurra vinha de um título na Euro que não havia sido suficiente para acalmar os ânimos da imprensa local, crítica quanto à formação da equipe de Riva e Rivera.

Na estreia, vitória magra contra a Suécia com um gol de Domenghini logo no começo e muita pressão adversária. Nos embates seguintes, os italianos tiveram graves problemas para armar jogadas, mas a zaga foi capaz de segurar o 0x0 contra Uruguai e Israel.

O mata-mata, porém, mudou a situação. Nas quartas, contra os anfitriões mexicanos, o selecionado europeu aplicou um inquestionável 4×1. Na semi, fez um duelo histórico contra a Alemanha de Beckenbauer, vencendo por 4×3 na prorrogação. Exausto, acabou derrotado pelo esquadrão brasileiro na final, mas o vice foi totalmente digno.

1978 – Holanda

Quatro anos antes do Mundial sediado na Argentina, a Holanda havia revolucionado o futebol com seu Carrossel. Para a Copa de 1978, mesmo sem a presença de Johan Cruyff, a Laranja Mecânica ainda era forte, mas mostrou fragilidades na fase inicial. O grupo era considerado fácil, e a Holanda até estreou com vitória tranquila por 3×0 sobre o Irã.

Na segunda rodada, ocorreu um empate sem gols contra o Peru de Teófilo Cubillas, com os sul-americanos merecendo a vitória. E na terceira, a derrota para a já eliminada Escócia por 3×2 ligou o sinal amarelo na Holanda, além de ter empurrado o time na segunda fase para um forte grupo com Itália, Alemanha e Áustria.

Só um time passava entre esses quatro, direto para a final. A Holanda goleou a Áustria por 5×1 e arrancou um empate sofrido contra a Alemanha (2×2). Na rodada decisiva, venceu a Itália de virada por 2×1 e chegou à final contra a anfitriã Argentina. O sonho acabaria somente ali, com vitória dos argentinos por 3×1 na prorrogação.

1982 – Itália

Paolo Rossi, o símbolo da Itália de 1982 (Foto: Reprodução)
Paolo Rossi, o símbolo da Itália de 1982 (Foto: Reprodução)

Talvez o exemplo mais claro da “coperice” italiana. Brigada com a imprensa local e com jogadores envolvidos em escândalos de apostas, a Azzurra não desembarcou na Copa da Espanha como favorita. E a primeira fase não ajudou a elevar esse status.

Em um grupo que ainda contava com Peru, Polônia e Camarões, a Itália conseguiu a proeza de passar de fase sem nenhuma vitória, empatando os três jogos. Na última rodada, o escrete europeu ainda teve uma ajudinha da arbitragem, que anulou um gol legal de Roger Milla que classificaria Camarões no lugar dos italianos.

Mas então veio a segunda fase, e dessa os brasileiros se lembram bem. Em um triangular com Argentina, a campeã vigente, e o Brasil de Telê Santana, a Azzurra superou o time de Maradona por 2×1 e o time mágico canarinho por 3×2, na Tragédia do Sarriá. Paolo Rossi havia despertado, e depois de marcar três gols contra o Brasil, fez mais dois na semi contra a Polônia e um na decisão contra a Alemanha, que deu o tri para a Itália.

1990 – Argentina

A Argentina chegou à Copa do Mundo de 1990, na Itália, com o status de atual campeã e, ademais, possuía o maior jogador da época em seu elenco. Porém, logo na estreia contra Camarões, veio o choque de realidade: 1×0 para os Leões Indomáveis.

Na segunda rodada, contra a União Soviética, os argentinos precisavam vencer, e Maradona deu as caras. Quando o jogo ainda estava 0x0, Dieguito salvou um gol certo da União Soviética com a mão. A Albiceleste reagiu e fez 2×0. Na última rodada, outra atuação pouco convincente contra a Romênia (1×1), mas classificação garantida.

Nas oitavas, o clássico contra o Brasil, e vitória dos hermanos por 1×0 com gol de Caniggia. Nas quartas, vitória nos pênaltis contra a Iugoslávia. Depois, na semifinal, o triunfo contra a anfitriã, em mais uma atuação destacada do goleiro Goycoechea. O bicampeonato não viria, mas Maradona e cia. já haviam chegado ao máximo.

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