A angustiante jornada do América de Cali pela segunda divisão nacional durou cinco anos e serviu como fonte inesgotável de chacotas por parte de torcedores rivais, mas a ansiedade pelo regresso à elite colombiana teve fim no passado domingo (27).
Quando Wilmar Roldán soprou o apito pela última vez no flamejante Estádio Pascual Guerrero, os Diablos Rojos, orientados pelo técnico Hernán Torres, confirmaram a vitória por 2 a 1 sobre o Quindío e também a liderança de seu quadrangular decisivo.
Assim, o time escarlate garantiu vaga na final contra o Tigres, que na segunda-feira (28) bateu o lanterna Bogotá fora de casa (0x1) e viu o líder Deportivo Pereira perder a classificação graças ao empate do Leones (2×2), aos 48 minutos do segundo tempo.
Na primeira fase da competição, o América de Cali já dava mostras de seu potencial, tendo ficado na vice-liderança, atrás do Deportivo Pereira, com o segundo melhor ataque (48 gols), a defesa menos vazada (24), 16 vitórias, 12 empates e 4 derrotas.
No quadrangular final, que também uniu Real Cartagena e Universitario, os escarlates debutaram com derrota para o Quindío, fora de casa, por 1 a 0. Porém, se recuperaram muito graças ao fator casa, totalizando mais quatro vitórias e um empate.
O principal nome da equipe foi o experiente atacante argentino Ernesto “Tecla” Farías, de 36 anos, responsável por anotar 13 gols, dois a mais que seu companheiro Cristian Borja (que não tem parentesco com o jogador do Atlético Nacional).
Artilheiro da Libertadores de 2006 pelo River Plate, ex-Porto e Cruzeiro, Farías chegou a Cali no ano passado e já falava da dificuldade de obter o acesso, sobretudo por conta de sua idade avançada, mas reforçava o desejo de fazer história.
Após sacramentar a volta de um clube ao merecido patamar, o jogador indicou uma possível despedida dos gramados.
“Terminar minha carreira com o acesso do América seria um dos momentos mais felizes da minha vida”, declarou.
Além do atacante hermano, outra figura interessante na campanha do América foi a do colombiano Hernán Torres, que em abril saiu do costarriquenho Alajuelense para concretizar a difícil missão de substituir Alberto Suárez e dar fim ao calvário da segundona.
Lançado como técnico para o futebol no Tolima, Torres já havia protagonizado outra façanha no futebol cafetero. À frente do Millonarios, conseguiu contribuir para o encerramento de um jejum de 24 anos sem títulos da equipe de Bogotá.
Já a torcida abarrotou o estádio e recepcionou o time calorosamente, dando o impulso que lhe faltava para concretizar a promoção. Com o fim do jogo, uma festa desenfreada tomou as ruas de Cali, sem hora para acabar. Agora, resta o título para coroar o ano. As partidas não tiveram datas definidas, mas a volta será em Cali.
Na Colômbia, o América de Cali é o terceiro clube mais vitorioso, com 13 títulos nacionais, atrás de Atlético Nacional e Millonarios, que possuem 15 e 14 taças, respectivamente. Na Libertadores, foi quatro vezes finalistas, mas nunca conseguiu dar a volta olímpica.
