O ano de 2006 foi último de grande relevância para o Paraná Clube, uma das equipes mais tradicionais do futebol brasileiro. Foi quinto colocado no Brasileirão, conquistando uma vaga na disputa da Libertadores da América 2007, onde foi bem até as oitavas de final, quando foi eliminado pelo Libertad-PAR. Depois, ainda foi rebaixado no Campeonato Brasileiro daquele mesmo ano e os anos seguintes foram piores ainda.
Na Série B desde 2007, e rebaixado no Paranaense em 2012, o Tricolor da Vila viveu maus bocados até o ano de 2016, quando as coisas parecem ter mudado de figura. Na primeira fase do Paranaense, primeiro lugar na classificação geral com seis vitórias, três empates e apenas duas derrotas, ressaltando a vitória por 1 a 0 sobre o Atlético Paranaense, um dos grandes rivais do Tricolor.
Já nas quartas de final, o clube deu um grande passo para as semifinais. Venceu o Foz do Iguaçu por 3 a 0 fora de casa e agora decide a classificação dentro do Durival de Britto, onde ainda está invencível no Paranaense. O destaque da equipe é o atacante Lúcio Flávio, de 29 anos, vice-artilheiro da competição com nove gols, um a menos que Kléber Gladiador, atacante do Coritiba.
O atleta foi o destaque na vitória sobre o Foz do Iguaçu no último domingo (3), ao marcar dois gols no triunfo. O outro tento foi anotado pelo zagueiro Zé Roberto. E por falar em defesa, o Paraná tem a segunda melhor da competição, tendo sofrido apenas 11 gols. A melhor é a do Londrina, que sofreu sete.
E para aquele torcedor otimista, supersticioso, vale lembrar que em 2015 o Paraná quebrou outro jejum. Depois de oito anos sem vencer um título sequer nas categorias de base, os garotos do sub-19 colocaram fim ao fantasma conquistando o Campeonato Paranaense Sub-19, como observou o jornalista Jonatan Androwiki.
O último título estadual do Paraná foi em 2006, justamente o último grande ano do Tricolor da Vila. Após uma primeira fase impecável,em que liderou o Grupo B, desbancando o Coritiba, o clube enfrentou o Iraty nas quartas de final, vencendo por 2 a 1 no agregado. Nas semifinais o adversário foi o Rio Branco-PR, que não apresentou dificuldades alguma. Placar de 5 a 1 no agregado e vaga carimbada na decisão contra o surpreendente ADAP.
Surpreendente, pois o clube eliminou o Atlético Paranaense e Coritiba, nas quartas e semifinais respectivamente, desbancando as duas maiores forças do estado. No primeiro jogo, vitória tranquila do Paraná por 3 a 0, fora de casa, gols de Maicosuel e Leonardo. Na segunda partida, com o título praticamente garantido, empate em 1 a 1 em casa, e festa com a torcida.
Curiosamente ou não, naquela ocasião, o Paraná amargava oito anos sem título estadual, assim como o jejum das categorias de base que não venciam uma competição há oito anos. Quem sabe não chegou o momento de fazer história novamente?
