Há em curso uma silenciosa disputa pela hegemonia do futebol africano. As seleções do oeste do continente, associadas à UFOA (sigla em português), protagonizaram ótimas campanhas nas últimas edições da Copa das Nações Africanas e hoje ameaçam o recorde absoluto de 10 títulos dos países que integram a UNAF, a confederação do norte.
Historicamente, o Egito é a nação mais bem-sucedida do torneio e alavanca o patamar do norte, que ainda contabiliza as conquistas individuais de Argélia, Marrocos e Tunísia. No oeste, a distribuição é de 4 troféus para Gana, 3 para a Nigéria e 2 para a Costa do Marfim. “Estacionada” em 2002, a África Central vem logo atrás, com 7 taças.
Desde que os egípcios celebraram o tri em 2010, sua sétima taça, os nortistas nunca mais voltaram a decidir a Copa Africana, enquanto os representantes do oeste estiveram em todas as finais – só perderam a de 2012 para a sulista Zâmbia. Com isso, a UFOA expandiu sua galeria e poderá se igualar à UNAF em 2017.
Entretanto, há uma ausência de peso do oeste na 31ª edição do certame, que será realizada entre 14 de janeiro e 5 de fevereiro, no Gabão. Apesar dos destacados resultados nas categorias de base e das frequentes aparições em grandes torneios, a tetracampeã Nigéria falhou nas eliminatórias pela segunda vez consecutiva.
Assim, as principais esperanças estão depositadas em Gana, que foi vice-campeã em 2015 e manteve o israelense Avram Grant no comando técnico, e na Costa do Marfim, orientada pelo francês Michel Dussuyer, que levou a Guiné até as quartas de final da última Copa Africana. Ambos os selecionados avançaram para o torneio de maneira invicta.
Quanto aos nortistas, todos os antigos campeões passaram sem sustos. Egito, Marrocos e Argélia asseguraram vaga sem derrotas, enquanto a Tunísia perdeu um único jogo, para a Libéria.
Dessas, só a Argélia tem feito campanhas regulares nos últimos tempos. Mas é uma incógnita com a chegada do “novo velho” treinador, o belga Georges Leekens.
No que diz a jogadores de qualidade, as equipes estão bem servidas. Na lista prévia dos melhores futebolistas do continente, destacam-se Riad Mahrez e Islam Slimani (Argélia), Mohamed Salah (Egito), Pierre-Emerick Aubameyang (Gabão), Andre Ayew (Gana), Sadio Mane (Senegal), Mehdi Benatia (Marrocos) e Gervinho (Costa do Marfim), por exemplo.
Favoritos? É possível citar alguns. Jogando diante de sua torcida, o Gabão conta com o apoio local para fazer uma participação história. A Costa do Marfim busca defender seu título. Gana quer superar o fantasma do vice para encerrar seu jejum. Já o Marrocos contratou o técnico francês Hervé Renard, atual bicampeão do torneio.
Além das equipes mencionadas, vale lembrar que a Argélia vem com bastante potencial, enquanto Egito e Senegal correm por fora. Os dois últimos países estão nos mesmos grupos de Gana e Argélia, respectivamente, e podem ter desafios complicados na segunda fase, caso avancem em segundo lugar. Confira os grupos abaixo:
Grupo A: Gabão, Burkina Faso, Camarões, Guiné-Bissau
Grupo B: Argélia, Tunísia, Senegal, Zimbábue
Grupo C: Costa do Marfim, RD Congo, Marrocos, Togo
Grupo D: Gana, Mali, Egito, Uganda
Quartas de final:
Líder do A x Vice-líder do B
Líder do B x Vice-líder do A
Lìder do C x Vice-líder do D
Líder do D x Vice-líder do C