As maiores zebras do futebol olímpico – Parte I

As maiores zebras do futebol olímpico – Parte I

Confira os resultados surpreendentes do futebol nas Olimpíadas

COMPARTILHAR
Mesmo cheio de jovens estrelas, Brasil decepcionou em 1972 (Foto: Divulgação/Arquivo CBF)

Não é segredo para ninguém que o futebol nos Jogos Olímpicos normalmente é tratado como um caso à parte, uma diferenciação que vai desde o cronograma dos jogos dentro da Olimpíada e passa até pela estadia dos jogadores fora da Vila Olímpica.

Por conta dessas peculiaridades e da óbvia importância maior que é dada para a Copa do Mundo, normalmente o futebol olímpico acaba sendo relegado a segundo plano até mesmo pelas seleções envolvidas. Mas isso não significa que as grandes decepções provoquem menos dor.

Perder uma partida para um adversário inexpressivo ou desconhecido é considerado um vexame também nas Olimpíadas. E a história dos Jogos mostra que não faltam exemplos de grandes zebras na modalidade.

O Alambrado preparou um especial de duas partes contando a história de resultados surpreendentes no futebol olímpico. Confira a primeira delas:

1920 – Noruega 3×1 Grã-Bretanha 

Em 1920, o futebol ainda estava longe de ser a global que se tornaria nas décadas seguintes. Poucos países haviam adotado de vez o esporte, e a hegemonia dos britânicos, criadores do jogo, não chegava a ser questionada. Nas duas Olimpíadas anteriores (1908 e 1912), a Grã-Bretanha havia levado o ouro.

Por conta das conquistas, os britânicos entraram no torneio olímpico de 1920 como favoritos mais uma vez, apesar de reclamarem sobre a utilização de atletas profissionais na competição.

No entanto, uma equipe formada apenas por amadores foi suficiente para provocar a primeira grande decepção britânica no futebol. Logo na fase preliminar, os noruegueses fizeram 3×1 sem levar grandes sustos, eliminando os atuais campeões. A zebra passeava na Antuérpia.

1936 – Japão 3×2 Suécia

O torneio olímpico de futebol em Berlim foi o primeiro a contar com a presença de representantes asiáticos. Por conta da falta de informações na época, era difícil saber o que esperar dos times orientais. E a seleção da Suécia acabou descobrindo isso da pior maneira.

Medalhistas de bronze na edição de 1928 dos Jogos, os suecos entraram em campo com óbvio favoritismo contra o Japão na partida de estreia. E começaram o duelo justificando esse status, abrindo 2×0 no primeiro tempo com dois gols do atacante Erik Persson.

Mas na segunda etapa uma avalanche japonesa surpreendeu a todos em Berlim. Com um estilo de jogo baseado na velocidade, viraram a partida com gols de Kato, Ukon e Matsunaga. Além da surpresa, uma estrondosa virada.

1952 – Luxemburgo 5×3 Grã-Bretanha

A surpreendente derrota para a Noruega em 1920 foi a primeira decepção dos britânicos no futebol, mas passou longe de ser a única. O torneio olímpico acabaria sendo palco de mais uma zebra pra cima dos criadores do futebol nos Jogos de Helsinque.

Logo na fase preliminar, a Grã-Bretanha enfrentaria a seleção de Luxemburgo, que só havia entrado no torneio por conta da desistência de outras seleções. No tempo regulamentar, 1×1. Na prorrogação, um show dos luxemburgueses, que fariam mais quatro gols e tomariam apenas dois. No final das contas, 5×3 Luxemburgo.

1964 – Japão 3×2 Argentina

Japoneses comemoram o triunfo contra a Argentina nos Jogos de Tóquio (Foto: Reprodução)
Japoneses comemoram o triunfo contra a Argentina nos Jogos de Tóquio (Foto: Reprodução)

O Japão era o dono da casa na Olimpíada de 1964, mas a falta de tradição no futebol ainda era latente. O sorteio da fase de grupos do torneio olímpico havia colocado os japoneses contra Gana, Argentina e Itália, então até mesmo a eliminação precoce não seria encarada com grande surpresa.

Mas os italianos desistiram da competição pouco antes da disputa, o que empolgou os donos da casa, que agora teriam concorrência menor. Bastava um bom resultado para garantir a vaga para a fase seguinte. E ele veio justamente contra o adversário mais tradicional do grupo.

A Argentina, que na partida de estreia não havia saído do empate contra Gana, foi pra cima dos japoneses e abriu o placar com Dominguez. Sugiyama empatou no início do segundo tempo, mas Dominguez voltou a colocar os argentinos na frente. Só que o Japão mostrou fôlego no final do jogo, e virou a partida com gols de Kawabuchi e Ogi. Japão classificado, Argentina fora.

1972 – Irã 1×0 Brasil

Um time de futebol olímpico com gente do calibre de Dirceu, Falcão e Roberto Dinamite é suficiente pra impôr respeito em qualquer adversário, certo? Errado. Pelo menos foi a amostra dada na Olimpíada de 1972, em Munique.

O Brasil entrou como um dos favoritos à medalha de ouro, e muito visado por conta do desempenho mágico da seleção principal na Copa do Mundo anterior. Mas uma derrota para a Dinamarca na estreia e o empate com a Hungria na segunda partida já eliminaram a seleção canarinho com antecipação.

Restava, ao menos, a esperança de uma vitória convincente contra o inexpressivo time iraniano na última rodada, para tentar diminuir a má impressão. Mas o gol de Halvai, aos 28 do segundo tempo, selou a participação mais vexatória do país no torneio.

Deixe seu comentário!

comentários