A trigésima edição da popular CAN foi uma das mais conturbadas da história da competição no que tange a organização. Após a desistência da Tunísia, a realização do torneio ficou em xeque. Faltando poucos meses para o início da competição, Guiné Equatorial, que foi sede em 2012, assumiu a responsabilidade e decidiu sediar uma das competições mais simpáticas do mundo do futebol.
Se na organização o país sede não deixou a desejar, o futebol praticado durante toda a CAN não foi digno de aplausos. Com um estilo muito físico, a maioria das seleções se nivelou por baixo e poucos jogos encheram os olhos dos torcedores. Sequer a final teve boa técnica. Gana e Costa do Marfim preferiram se precaver e arriscar menos do que partir para o ataque. O espelho foi o resultado de 0 a 0 na grande final.
Para se ter noção, dois fatos pitorescos aconteceram nesta edição da Copa Africana de Nações. Na primeira fase, cinco dos seis jogos do grupo D terminaram empatados por um a um. Além do que, Guiné e Mali terminaram empatados em todos os critérios de desempate e tiveram que brigar pela vaga nas quartas-de-final via sorteio. Esta ocorrência dificilmente será vista novamente em qualquer outro torneio de grande importância.
Apesar de todos os pontos negativos apresentados –soma-se a isso a violência da torcida de Guiné-Equatorial contra torcedores de Gana nas semifinais- é importante ressaltar a obediência tática dos africanos e a, consequente, evolução defensiva da maioria das seleções do continente. Será que Pelé estava certo ao dizer que rapidamente uma seleção africana será campeã mundial em breve?
O craque da competição
André Ayew- 25 anos- Gana- Olympique de Marselha
Artilheiro e vice-campeão, André Ayew vem perdendo cada vez mais o rótulo de ser filho de Abedi Pelé e classificando o grande ídolo em seu pai. Mesmo não acabando com o jejum de 33 anos sem títulos da tetracampeã Gana, o meio-campista foi o que mais se destacou na equipe das Estrelas Negras. Chamando a responsabilidade também no seu clube, Ayew tem tudo para fazer história no continente como fez o seu progenitor.
A campeã- Costa do Marfim
Parece que todos os tabus e jejuns da Costa do Marfim foram quebrados nessa CAN. Mesmo sem o maior jogador de sua história, Didier Drogba, outro astro africano ajudou os marfinenses a conquistar o título: Yaya Touré. Unido a Gervinho e Bony, o meio-campista do Manchester City evoluiu durante a competição e ajudou também no ótimo sistema defensivo montado por Herve Renard. O jejum de 23 anos, enfim, acabou. E foi sofrido. Virada nas penalidades contra o mesmo adversário de 92, Gana. Vários coadjuvantes e um herói na final: o goleiro Barry.
Seleção da Copa Africana das Nações no 4-3-3
Robert Kidiaba- (República Democrática do Congo), Serge Aurier (Costa do Marfim), Harrison Afful (Gana), Kolo Toure (Costa do Marfim), Abdul Baba (Gana), Serey Die (Costa do Marfim), Yaya Toure (Costa do Marfim), Yannick Bolasie (República Democrática do Congo), André Aiew (Gana), Christian Atsu (Gana), Wilfried Bony (Costa do Marfim) Técnico: Herve Renard
Seleção reserva no 4-3-3- Sylvain Gbohouo (Costa do Marfim), Jonathan Mensah (Gana), John Boye (Gana), Erick Bailly (Costa do Marfim), Jean Kasusula ( República Democrática do Congo), Siaka Tiéné (Costa do Marim), Max-Alain Gradel( Costa do Marfim),Emilio Nsue ( Guiné Equatorial), Gervinho ( Costa do Marfim), Javier Balboa (Guiné Equatorial), Asamoah Gyan (Gana)