A Argentina de Martino enfim amadurecerá?

A Argentina de Martino enfim amadurecerá?

Antes das Eliminatórias, técnico da Argentina praticamente repete grupo vice-campeão continental

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Martino acrescentou um defensor ao grupo vice-campeão continental (Foto: Divulgação/AFA)
Para amistosos, Martino agregou apenas um defensor ao grupo vice-campeão continental (Foto: Divulgação/AFA)

Conservadora.

Assim podemos definir a convocação de Gerardo Martino para os amistosos contra Bolívia e México, nos dias 4 e 8 de setembro, respectivamente, nos Estados Unidos. Sem grandes surpresas, o técnico da Argentina apenas acrescentou o zagueiro Ramiro Funes Mori, do River Plate, ao grupo vice-campeão da Copa América.

Os compromissos em território norte-americano serão os primeiros da Albiceleste após a final da Copa América, perdida nos pênaltis para o Chile, em julho, e também servirão como teste para as Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2018, que têm início em outubro e devem ser bastante acirradas por uma vaga na Rússia.

Como mantém a base recente, dá pra deduzir que “Tata” continuará com o mesmo esquema de jogo que prioriza o futebol ofensivo, o controle da bola no campo adversário, a troca de passes em abundância e as boas subidas dos laterais. Desta maneira chegou à última decisão, apesar de o talentoso ataque não ter rendido o esperado.

Ao longo do torneio continental, essa foi a identidade clara do selecionado argentino, que a “abandonou”, porém, diante dos anfitriões. O que explica essa mudança? Talvez os conceitos de Martino não estivessem totalmente enraizados, forçando a equipe a adotar uma postura mais compacta, equilibrada, sem a mesma força ofensiva.

Mascherano, Messi e Biglia foram titulares na Copa América (Foto: Divulgação/AFA)
Peças importantes no meio-campo, Mascherano, Messi e Biglia foram titulares na Copa América (Foto: Divulgação/AFA)

A impressão, logo, é de que o treinador não tem plena confiança em seus conceitos, e é este o ponto a ser discutido aqui. A equipe “hermana” tem qualidades para buscar o jogo desde o início, controlar a partida e assumir o protagonismo com ótimas investidas. A parceria no meio de campo entre Pastore e Messi é promissora, por exemplo.

No entanto, como já foi observado na final em Santiago, a Albiceleste mais uma vez renunciará ao seu estilo diante de grandes desafios? O treinador abrirá mão de suas virtudes para fazer alterações de cunho defensivo? A convocação de Funes Mori nos leva a crer que Martino prefere ter mais opções para a zaga em detrimento do meio de campo.

Claro, outros nomes poderão ingressar no elenco durante o torneio classificatório. Até mesmo os que já fazem parte do grupo deverão ser utilizados com mais frequência, como o atacante Carlitos Tevez, que viu do banco a final contra o Chile. Por ora, Martino prefere ser cauteloso e conservar seu esquema.

Enfim, a questão ainda permanece no ar: será que ele também fará o mesmo em rodadas decisivas? O histórico recente indica que o treinador não apostará em fórmulas muito ofensivas, recorrendo a uma marcação sólida em momentos difíceis, como o time dirigido por Sabella. Resta saber se experiência pode finalmente amadurecer suas ideias.

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