Guardiola no Manchester City: Código ativado?

Guardiola no Manchester City: Código ativado?

Técnico espanhol chega ao comando do Manchester City tendo o brinde do "dinheiro infinito"

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Guardiola comandará o time inglês a partir da próxima temporada (Foto: Divulgação/Bayern)
Guardiola comandará o time inglês a partir da próxima temporada (Foto: Divulgação/Bayern)

Quem joga videogames está acostumado a ver a utilização dos códigos. Também conhecidos como “cheats”, são macetes que dão uma boa vantagem no desenrolar das partidas. Mal-vistos no “código de ética” dos jogos virtuais, costumam ser utilizados como desculpa por quem perde.

Mas o que isso tem a ver com o futebol real? A princípio, não muito. Afinal, não há nenhuma sequência de botões que transforma o juiz em cachorro no futebol de verdade. Só que no mundo real, parece claro que também há algumas formas de construir uma vantagem aparentemente impossível de superar pelos meios normais.

Para ilustrar, um exemplo recente. No último mês, Pep Guardiola foi anunciado como novo técnico do Manchester City para a temporada 2016/17. O currículo do espanhol parece inquestionável, recheado de títulos importantes tanto pelo Barcelona quanto pelo Bayern. Mas seus detratores fazem questão de jogar luz sobre a falta de grandes desafios em suas passagens como técnico.

“Guardiola só comanda times milionários”, “É apenas um distribuidor de coletes”, “Queria ver ele ser bom assim treinando times do Paulistão”. Entre críticas aceitáveis e outras completamente absurdas, fica clara a tentativa de diminuir os feitos do comandante.

Agora, no City, a situação não deve ser muito diferente. Mesmo sem sequer ter sido apresentado, já que ficará no Bayern até o final da atual temporada, Guardiola já ganhou um presente de boas vindas do time inglês. Logo após o anúncio de sua chegada, foi divulgado que teria um montante de 150 milhões de libras (algo em torno de 800 milhões de reais) para investir em reforços. Isso em um time que já conta com estrelas do naipe de Touré, Aguero, Silva, De Bruyne, entre outros.

A relação parece ser de lucro para ambas as partes. O City soma um dos melhores técnicos do mundo com o seu código de dinheiro infinito, para finalmente dar o salto de qualidade que o colocaria de vez na elite do continente. Para Guardiola, o negócio vale pela possibilidade de implantar sua filosofia com todos os recursos possíveis à sua disposição.

É assim que parece se formar uma parceria que já bota medo nos concorrentes antes mesmo de começar. Mas os questionamentos sobre a escolha do treinador devem continuar. Por algum motivo, parece ser mais fácil ser cético em relação a um talento tão óbvio.

Guardiola assumiu o Barcelona em uma época em que Ronaldinho já não conseguia brilhar como antes. Misturou seus conceitos com os ideais já existentes do clube catalão, e montou uma máquina que ganhou tudo que podia. Nunca se preocupou com crises financeiras, isso é fato, mas dentro de campo conseguiu colocar em prática uma revolução como há muito tempo não se via.

No Bayern, pegou uma base vencedora que lhe foi passada pelo antecessor, Jupp Heynckes. Alguém mais acomodado poderia deixar a inércia tomar conta, apostando que em time que está ganhando, não se mexe. Guardiola mexeu, e venceu. Não conquistou a Liga dos Campeões pelo clube bávaro (pelo menos ainda), mas mudou a forma com que seus próprios atletas enxergavam o jogo.

Cobra-se que Guardiola aceite um desafio maior. Bobagem. Seu legado está aí, para quem quiser ver. Sorte dos torcedores do Manchester City, que contam os dias para receber o novo técnico. E preocupação dos rivais, que já pensam em maneiras de fazer esse código não ter efeito.

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