O ano de 2018 mal começou e um jogo já aparece como forte candidato a maior façanha do ano. E esqueça o luxo dos gramados europeus ou até mesmo a badalação dos estaduais brasileiros que recebem maior atenção da imprensa: O grande duelo teve lugar nesta quarta (28) no Estádio Batistão, em Aracaju, e contou na tabela “apenas” como um duelo atrasado da quinta rodada do Campeonato Sergipano.
No entanto, os 1.051 torcedores que pagaram para assistir o confronto entre Socorrense e Confiança viram algo muito mais impressionante que um simples jogo protocolar de primeira fase de Estadual. Não apenas pelo gordo placar de 5×4 para o time visitante, mas pela forma que o resultado foi construído e os outros aspectos envolvidos na partida.
Atual campeão do estado, o Confiança encarava a partida como uma maneira de reafirmar sua reação na edição atual. Com uma vitória, o Dragão poderia finalmente entrar na zona de classificação para o hexagonal final, faltando apenas uma rodada para o término da primeira.
Já a Socorrense, recém-promovida à primeira divisão, precisava desesperadamente de uma vitória para escapar do rebaixamento. Mesmo invertendo o mando de campo, deixando a partida no estádio em que o Confiança está habituado a jogar, o Siri partiu pra cima desde o início.
A pressão deu resultado cedo. O estreante Caça Rato abriu o placar para a Socorrense logo aos cinco minutos de partida. Mas a resposta veio rápida por parte do Confiança, com Renato Camilo empatando o jogo para os “visitantes” apenas dois minutos depois. Os sinais para um jogo bem movimentado já estavam claros.
Foi aí que começou o show de Bruninho. Aos 14 minutos, o meia aproveitou um contra-ataque bem armado para marcar um belo gol e colocar o time de Nossa Senhora do Socorro mais uma vez à frente no placar. O jogo ficou lá e cá, com chances para os dois lados e entradas duras de ambas as partes. As paralisações fizeram com que o árbitro desse cinco minutos de acréscimo no primeiro tempo. Dentro do tempo extra, a Socorrense ainda conseguiu um pênalti. Bruninho, mais uma vez, bateu e fez.
Na segunda etapa o ritmo não diminuiu. Aos três minutos, Joelton entrou na área em velocidade e finalizou de maneira precisa, transformando o jogo em goleada. Com 4×1 no placar, a noite parecia selada. Mas ainda tinha muita coisa pra acontecer. E graças a um nome conhecido.
Frontini, atacante argentino que já rodou por diversos times do Brasil, entrou em cena para mudar a história do jogo, e talvez do campeonato. Aos quatro minutos, ele recebeu a bola na área e superou a defesa da Socorrense para diminuir o placar. Aos 10, ele driblou um adversário e sofreu pênalti. Sem fugir da responsabilidade, converteu a cobrança.
O cenário que parecia concreto seis minutos antes mudou completamente. Abalada pelos dois gols sofridos em sequência e tendo que lidar com o nervosismo de um rebaixamento iminente, a Socorrense perdeu o controle e aceitou a pressão do adversário. O gol de empate era questão de tempo, e acabou saindo aos 36 minutos, outra vez com Frontini.
A grande virada seria concretizada apenas quatro minutos depois, quando o atacante Iago limpou a marcação e mandou pro fundo da rede. O improvável havia acontecido. Sem forças, a Socorrense não conseguiu fazer muito para buscar um novo empate. O apito final decretou o rebaixamento do Siri, e deixou o Dragão precisando apenas de um empate para garantir a vaga para a próxima fase.