Você já conferiu conosco quem são as estrelas que defenderão as seleções dos grupos A a D do Mundial Sub-20 de 2017 (relembre aqui e aqui). Agora, na última parte do guia exclusivo do Alambrado, chega a hora de conhecer as potenciais jóias das chaves E e F.
Veja:
Grupo E
França
Campeã em 2013 com uma geração que revelou Umtiti, Zouma e, principalmente, Paul Pogba, a França vem forte para a Coreia do Sul em busca do bicampeonato. Com várias opções no elenco e um punhado de jogadores que já atraem a atenção da mídia especializada, há algum tempo, os franceses se colocam como favoritos.
Nem mesmo a ausência de Kylian Mbappé, provavelmente a maior estrela dessa geração, serve para diminuir o favoritismo. Os campeões europeus já mostram o cartão de visitas no gol, com os ótimos Bernardoni e Lafont brigando pela titularidade. Lafont, inclusive, é o goleiro mais jovem a estrear na história do Campeonato Francês, quando em 2015 defendeu o Toulouse com apenas 16 anos e 310 dias de idade.
Também do Toulouse vem o zagueiro Issa Diop, muito rápido e especialista em desarmes. Compõe uma dupla de zaga firme com Boscagli, do Nice, ou até mesmo um trio com Onguéné, do Stuttgart. Depende do humor do técnico Ludovic Batelli.
No meio, o comando fica por conta de Lucas Tousart, volante inteligente do Lyon. Capitão do time, Tousart dita o ritmo de jogo, passando segurança e liberando espaço para que brilhe o talento de Ludovic Blas, do Guingamp, e Christopher Nkunku, do PSG.
O ataque também tem ótimas opções, a começar pelo grande astro do time, Jean-Kévin Augustin, rápido e oportunista atacante do PSG. Junto com o extremamente habilidoso Allan Saint-Maximin, do Bastia, promete provocar o terror das defesas adversárias.
Honduras
Honduras teve muito a agradecer no sorteio do Mundial Sub-20. Apesar de ter de enfrentar uma potência do tamanho da França, os hondurenhos parecem favoritos à segunda vaga na chave, credenciados pela sólida campanha na eliminatória da Concacaf.
A equipe chegou até a final e só perdeu o título para os Estados Unidos nos pênaltis. Mesmo sem mostrar um futebol muito atrativo, surpreendeu pela força do conjunto e a organização da defesa, que sofreu apenas 3 gols durante a competição.
Mérito do goleiro Javier Delgado, que apresentou muita agilidade e segurança nas saídas do gol. Ainda no sistema defensivo, vale ficar de olho no lateral-esquerdo Wesly Decas, de apenas 17 anos e muito vigor físico.
Do meio para frente são dois destaques que valem a atenção: o meia Jorge Álvarez, que finaliza bem de fora da área, e o atacante Douglas Martínez, muito forte no jogo aéreo e capaz de fazer o pivô para os companheiros que chegam à área.
Vietnã
Até 2002, o Vietnã nem mesmo tinha uma seleção sub-20. Agora, o país se classifica pela primeira vez para um torneio oficial da FIFA. A história já foi feita, e apesar dos vietnamitas dizerem que querem chegar ainda mais longe, é difícil pensar em algo além de uma eliminação com três derrotas.
A vaga para o Mundial foi conquistada com muito suor e um pouco de sorte, além de importantes defesas do goleiro Bui Tien Dung. Com estilo pouco ortodoxo, ele costuma se atirar na frente dos adversários de maneira um pouco espalhafatosa, mas ainda assim eficiente.
Uma das principais armas da equipe é o jogo aéreo, com as subidas do zagueiro Doan Van Hau e do centroavante Ha Duc Chinh. É o chuveirinho em sua forma mais primitiva, mas que pode dar certo contra adversários desatentos.
Com a bola no pé, o grande destaque é o meia Ho Minh Di. Ou melhor, pequeno destaque. Com apenas 1,59 de altura, o baixinho é rápido e muitas vezes acaba até tropeçando na bola, mas em uma arrancada pode criar boas chances para o Vietnã.
Nova Zelândia
É sempre difícil prever o sucesso da Nova Zelândia em competições desse porte, muito por conta do baixo nível de competitividade dos torneios qualificatórios na Oceania, em que grandes goleadas acabam não sendo parâmetro para seguro para qualificar um time.
Na última edição do Mundial, em 2015, os neozelandeses conseguiram uma inédita vaga para a segunda fase, e agora a expectativa é de pelo menos repetir a campanha anterior. A missão parece possível, embora não muito provável.
As chances dependerão muito da forma de Myer Bevan, atacante revelado pela Nike Academy e eleito o melhor jogador das Eliminatórias Sub-20 da Oceania. Grandalhão mas com boa mobilidade, pode ser o diferencial do time no campo ofensivo.
O outro destaque é o meia-atacante Henry Cameron, do Blackpool, que volta de lesão tentando retomar o posto de grande promessa do futebol do país. Ele divide a responsabilidade de criação com o habilidoso Clayton Lewis, camisa 10 do time.
1ª Rodada
22/05 – 05:00 – França x Honduras
22/05 – 08:00 – Vietnã x Nova Zelândia
Grupo F
Equador
Uma das melhores levas de jogadores do Equador estará representando o país neste Mundial Sub-20. Depois de boa campanha no Mundial Sub-17 de 2015 e no Sul-Americano Sub-20 2017, a confiança está em alta.
Parte dela está depositada em três jogadores: Pervis Estupiñán, Juan Nazareno e Bryan Cabezas. Titulares absolutos da seleção equatoriana, o trio demonstra grande potencial para se destacar na equipe principal em pouco tempo.
Estupiñan é lateral-esquerdo de muita força ofensiva. A todo momento, chega à área adversária com perigo. O jogador, inclusive, já é peça do Granada B, da Espanha.
Nazareno é do Independiente del Valle, uma das melhores categorias de base do país. Volante de boa qualidade, é o ponto de sustentação da equipe. Com a 10, Bryan Cabezas, formado pelo Del Valle e adquirido pela Atalanta, é o mais técnico do time.
No ataque, nomes como Washington Corozo e Yeison Guerrero são garantia de gols. Ambos atuam pelo Independiente del Valle e possuem muito entrosamento.
Estados Unidos
A hora do passo mais longo pode estar chegando. Comandados por Tab Ramos, os norte-americanos vão em busca de grande campanha. A seleção, considerada muito forte, é a atual campeã da Concacaf Sub-20.
Apesar do desfalque de Pulisic, meio-campista do Borussia Dortmund que já atua pela seleção principal, a solidez defensiva e a confiança em Gedion Zelalem e Brooks Lennon, no setor ofensivo, endossam o discurso na luta pelo título.
Zelalem, do Arsenal, causou erupção no país quando estreou pelo clube inglês, em 2014. Porém, o meio-campista ainda não se afirmou, e tem no Mundial uma grande chance de mostrar talento – que é inegável.
Já Lennon, do Real Salt Lake, é atacante de ótima força física. É dele a missão de dar mais poder de finalização à equipe. Luca de la Torre, do Fulham, é outro atleta importante. Volante técnico, alto e muito bom nas finalizações, é peça de valor no meio-campo da seleção. Outro destaque é o excelente e inteligente zagueiro Cameron Carter-Vickers, do inglês Tottenham.
Arábia Saudita
Em seis participações no Mundial Sub-20, a Arábia Saudita jamais conseguiu ir além das oitavas de final. O sonho de superar essa barreira é difícil de ser alcançado neste ano, mas os sauditas tem alguns jogadores de talento para a missão.
O principal deles é Sami Al-Najei, capitão e grande estrela do time. Al-Najei atua como grande cérebro do meio-campo, mas não tem pudor em partir para o ataque. Foi assim que conquistou a artilharia na última edição da Copa Asiática Sub-19.
Outra grande promessa do setor ofensivo é o atacante Abdulrahman Al-Yami, do Al Nassr. Ele costuma atuar fixo na grande área e acaba participando pouco do jogo, mas não perde oportunidades fáceis.
O lateral-direito Al-Zubaidi é mais uma peça importante do time saudita, comandando a defesa e carregando a bola até o campo de ataque, quando preciso. Para que a Arábia Saudita alcance o objetivo, os três precisarão estar em ótima forma.
Senegal
Depois de uma ótima estreia em Mundiais Sub-20 na edição passada, quando alcançou as semifinais, Senegal chega para o torneio na Coréia do Sul ainda mais forte do que dois anos atrás, tentando consolidar a força de seu projeto de formação de jogadores.
O símbolo dessa iniciativa é o atacante Ibrahima Niane, mais um revelado pela Generation Foot, academia responsável pela formação de Sadio Mané e Papiss Cissé, entre outros. Niane, que já tem acordo assinado com o Metz-FRA, é certeza de velocidade e força pelo lado direito do setor ofensivo.
Soma-se isso à inteligência do meia Krépin Diatta, do Sarpsborg-NOR, e à força de Ndiaye, do Wadi Degla-EGI, e temos um time perigosíssimo, que sabe tocar a bola e armar contra-ataques extremamente rápidos e eficientes.
A identidade do time é ofensiva, mas a defesa também tem bons jogadores. Quem mais se destaca é o capitão Mamadou Diarra, excelente nas antecipações e na caça aos atacantes adversários, embora peque no posicionamento.
1ª Rodada
22/05 – 05:00 – Equador x Estados Unidos
22/05 – 08:00 – Arábia Saudita x Senegal