Ícones, Song e Hassan detêm recorde de participações na Copa Africana

Ícones, Song e Hassan detêm recorde de participações na Copa Africana

Defensor camaronês e meia-atacante egípcio marcaram época de glórias no passado recente

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As camisas os separaram ao longo da vida profissional, mas existem fatores significativos que unem o camaronês Rigobert Song e o egípcio Ahmed Hassan, como o simbolismo deles para o futebol de seus respectivos países e um feito histórico dividido por ambos na Copa das Nações Africanas: são os jogadores que mais participaram do torneio (8).

Hoje aposentados, Song e Hassan marcaram época no fim da década de 1990 e nos anos 2000, quando protagonizaram grandes embates entre duas seleções no auge. De 1998 a 2008, Camarões e Egito ganharam cinco das seis edições do certame, tendo decidido o título em 2008 (veja abaixo). A história dos ex-jogadores, porém, começou ainda antes.

Tanto o defensor camaronês quanto o meio-campista egípcio foram convocados pela primeira vez para a Copa Africana em 1996, na África do Sul. Desde então, estiveram presentes em todas as disputas até o evento realizado em 2010, em Angola.

Rigobert Song é um ícone do futebol camaronês (Foto: Divulgação/CAN)
Rigobert Song é um ícone do futebol camaronês (Foto: Divulgação/CAN)

Por um lado, esse foi o início de uma grande carreira internacional para Song, que capitaneou sua seleção até 2010 (recorde) e levantou duas taças, uma em 2000 e a outra 2002, o que representa a metade de todas as conquistas do país na competição. Ele também é o atleta que mais vestiu a braçadeira do selecionado camaronês (137 jogos).

Do outro, Hassan demorou um pouco mais para brilhar, o que não o impediu de ter uma trajetória invejável. Após 10 anos de seu debute no campeonato, ele tornou-se capitão e foi destaque na campanha do título, façanha repetida em 2010, aos 34 anos. Além de quatro taças, ele também é o jogador que mais vezes representou uma seleção (181).

O ídolo egípcio Ahmed Hassan (Foto: Divulgação/CAN)
O ídolo egípcio Ahmed Hassan (Foto: Divulgação/CAN)

Embora tenham defendido vários clubes – compartilharam os gramados no futebol turco por certo tempo, o camaronês no Galatasaray e o egípcio no Besiktas -, foi na Copa Africana que seus caminhos se encontraram com rara e grande intensidade.

No total, houve seis confrontos entre Camarões e Egito enquanto eles estiveram na ativa. Em 1996, as seleções mediram forças ainda na fase de grupos, com vitória camaronesa por 2 a 1. Ironicamente, quem avançou foram os egípcios, sem ir muito longe, contudo.

Os países só voltaram a se encontrar em 2002, depois de um título para cada lado. O embate foi válido pelas quartas de final, da qual os camaroneses saíram vitoriosos graças a um gol de Patrick Mboma. Os Leões Indomáveis, para registro, seriam novamente campeões neste ano, o que aumentou a sede de vingança dos “Faraós”.

Em 2004, novo duelo pela primeira fase, com um empate sem gols. Entre 2006 e 2010, porém, o Egito faturou o tricampeonato e se vingou de Camarões em três oportunidades. A primeira delas pela fase de grupos em 2008, com goleada por 4 a 2. A segunda, já citada lá em cima, na final do mesmo ano, por 1 a 0, com gol de Mohamed Aboutrika.

Pelas quartas de final de 2010, na despedida de Hassan e Song do certame continental, os Faraós levaram a melhor nos acréscimos, com dois gols do meia-atacante egípcio na vitória por 3 a 1. Assim, o Egito ganhou três das seis partidas, contra dois triunfos de Camarões e um empate.

Coincidentemente, desde que ambos os ícones se retiraram de suas seleções, os dois países nunca mais celebraram a volta olímpica na Copa Africana. Ídolos, Song e Hassan representaram uma era repleta de êxitos que, infelizmente, ainda não encontrou linha sucessória do mesmo nível, deixando assim uma grande lacuna no futebol africano.

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Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, é apreciador do futebol latino, do teor político-social do esporte bretão e também de seu lado histórico.