Atualmente, o Campeonato Brasileiro é lembrado pelos constantes erros de arbitragem, desorganização – e corrupção – da CBF e, por que não, dos 7 a 1? No entanto, há sim o que se comemorar no Brasileirão 2015. Primeiramente, o futebol não vistoso, mas eficiente e regular do líder Corinthians. A maneira ofensiva de jogar do Atlético-MG e do São Paulo, além das belas trocas de passes do Grêmio.
Enfim, um futebol bem jogado só é possível quando não há muita interrupção, ou seja, muitas faltas assinaladas. E é exatamente o que vem acontecendo já há alguns anos no principal torneio do país. Desde que os pontos corridos foram adotados, em 2003, a média de faltas apresenta uma franca decadência.
Para se ter uma noção, a média de faltas do Campeonato Brasileiro 2003 foi de 52,40 por jogo, número exagerado para o futebol pentacampeão do mundo. Todavia, de acordo com o site da CBF, desde que esse cálculo começou a ser realizado, em 1998, o pico aconteceu em 1999, quando a média foi de 55,80 faltas a cada partida.
Já em 2015, a média de faltas por jogo até o término da 27ª rodada é de 27,98. Números impressionantes se comparados aos anteriores, mas que, se relativizados com os de ligas da Europa, ainda deixam a desejar.
Na última edição do Campeonato Inglês, por exemplo, a média foi de 22,8 faltas por jogo. No Alemão, a média foi perto da do Brasileirão 2014 (32,8) e chegou a 30,7 faltas por jogo. Na Itália, 30,8 faltas por jogo e, por fim, na Espanha, 28,9 por jogo, sendo que metade delas deve ser em cima de Lionel Messi e Neymar, com o perdão da brincadeira.
E quem são os responsáveis por este acontecimento histórico no futebol brasileiro? Árbitros e treinadores. Árbitros porque não estão mais marcando “faltinhas” que param o jogo, não caem mais nas firulas de jogadores que insistem em cavar faltas. É necessário deixar a bola rolar para que um espetáculo de alto nível seja realizado.
Já os treinadores, por conta da mentalidade. Se antes alguns deles priorizavam a retranca, o futebol feio, a base de chutão e faltas duras, hoje os técnicos gostam que o time jogue bem, trocando passes, saindo do campo de defesa já construindo uma jogada. Alguns exemplos são Tite, Roger Machado, Eduardo Baptista, Marcelo Oliveira e Levir Culpi.
Sim, o futebol brasileiro está evoluindo. Um futebol mais bem jogado, sem paralisações desnecessárias, sem chutão, com construção de belas jogadas. Esta evolução ainda é tímida, cresce aos poucos, mas é motivo para celebrar e torcer para que superamos o fantasma da Copa do Mundo 2014.