Por ouro inédito, Brasil luta contra retrospecto negativo de anfitriões nas Olimpíadas

Por ouro inédito, Brasil luta contra retrospecto negativo de anfitriões nas Olimpíadas

Histórico dos donos de casa no torneio de futebol olímpico conta com poucas medalhas e muitas decepções.

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Seleção olímpica em ação no amistoso contra o Japão (Foto: Reprodução)
Seleção olímpica em ação no amistoso contra o Japão (Foto: Reprodução)

De quatro em quatro anos a discussão se repete: o que falta para o Brasil, maior campeão mundial de futebol, conquistar pela primeira vez a medalha de ouro olímpica na modalidade? Talento nunca faltou. Seria um problema de organização? Falta de seriedade, ou até mesmo de espírito olímpico?

Existem diversas teorias, que provavelmente só serão cessadas após a tão esperada conquista dourada. E o Brasil inicia mais um capítulo desta saga na próxima quinta-feira (04), às 16h, contra a África do Sul, tentando fazer valer um ponto que o diferencia dos demais candidatos ao título: o fator casa.

De fato, combinar a ótima geração de Neymar, Gabriel Jesus e Gabigol com o apoio da torcida pode ser fundamental na briga pela medalha. Mas a história das Olimpíadas mostra que atuar em seus domínios não traz garantia de título. Longe disso, na verdade.

Foram raras as vezes em que os anfitriões subiram ao lugar mais alto do pódio após o torneio de futebol nos Jogos. Contando as 26 vezes em que a modalidade esteve presente, em apenas três delas a medalha de ouro ficou com os donos da casa.

A primeira a conseguir o feito foi a Grã-Bretanha, nos Jogos de 1908, que foram os primeiros reconhecidos pela FIFA como competição oficial. Em um torneio marcado por desistências e resultados bizarros, os britânicos superaram a Dinamarca por 2×0 na final e comemoram o título.

Doze anos depois, na Antuérpia, foi a vez dos belgas comemorarem o ouro junto à sua torcida, em uma final polêmica. A arbitragem do inglês John Lewis, de 65 anos, desagradou aos tchecoslovacos, que abandonaram o campo aos 40 minutos do primeiro tempo, quando o placar já apontava 2×0 para a Bélgica.

Seriam necessários mais 72 anos para que a Olimpíada tivesse outro anfitrião conquistando a medalha de ouro no futebol. Bom para a Espanha, que liderada por Luis Enrique, Guardiola e Kiko, ganhou o torneio de maneira avassaladora. Os espanhóis só foram sofrer gols na final contra a Polônia, vencida por 3×2.

Esses três casos são meras exceções em um histórico que mostra a dificuldade dos anfitriões nas Olimpíadas. Além dos raros ouros, já citados, as outras medalhas também não costumam vir de maneira fácil.

Foram apenas duas medalhas de prata conquistadas pelos donos da casa, em 1900 e 1904, e ambas com asterisco. Naquela época, a modalidade era disputada por combinados de universidades e clubes amadores, e não pelas seleções nacionais. Com isso, franceses e norte-americanos, respectivamente, ficaram no segundo lugar.

A medalha de bronze também não é fator comum para os anfitriões, sendo que a única conquista ocorreu em 1980, quando os soviéticos superaram a Iugoslávia por 2×0 na disputa pelo 3º lugar dos Jogos disputados em Moscou.

Caberá ao Brasil fugir da escrita e quebrar dois tabus de uma vez só. E fazer com que o futebol olímpico, que frequentemente é visto como algo alheio ao restante dos Jogos, deixe de ser uma obsessão e se torne uma retomada do orgulho brasileiro no esporte, ferido após a última Copa do Mundo.

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