Os sete estágios virais do futebol brasileiro

Os sete estágios virais do futebol brasileiro

A decadência evidente do futebol nacional e a necessidade de mudança

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O vírus que assola a seleção brasileira é mutante. Passou por várias modificações durante o tempo e passou a prejudicar integralmente as artérias do futebol nacional. Médicos tentam estudar mais de perto os desdobramentos da doença e entender o que acontece com um paciente que outrora era conhecido pela sua força.

As descobertas mais recentes deram conta de que as mutações do vírus já aconteceram sete vezes e ele agora caminha para uma oitava forma, ainda mais agressiva. As justificativas para o agravamento do quadro clínico soam superficiais e não ajudam em nada na busca por uma cura.

O primeiro sintoma foi simbólico. A entidade máxima do esporte mais popular do país foi negligente e potencializou um vírus que incomodava. A cada decisão errada, o distanciamento dos clubes e elaboração de um calendário deficitário, os clubes perdiam força e viam os concorrentes europeus se revigorarem.

A estrutura inadequada e inóspita da maioria dos clubes brasileiros, prejudicada a cada dia por cartolas acéfalos e egoístas, mostrava que o vírus poderia se transformar. E ele transformou-se pela segunda vez.

Em uma terceira mudança, o vírus apresentou a síndrome do desprezo pelos jovens talentos. Categorias de base abandonadas e mal utilizadas. O processo de prospecção, desenvolvimento e transição deficitário fazia com que cada vez menos craques surgissem em solo nacional.

O vírus que acomete o futebol brasileiro (Foto: Reprodução/bahiaextra.com.br)
O vírus que acomete o futebol brasileiro (Foto: Reprodução/bahiaextra.com.br)

A empáfia era perigosa, poderia agravar mais o quadro. E agravou. O eterno “país do futebol” sempre será o melhor do mundo, nem mesmo um “apagão” pode acabar com tal status. É uma questão de ser e estar. Os cartolas sempre dirão que é uma crise passageira.

O quinto estágio da mutação pode apressar. Aquela pressa característica do torcedor e da imprensa. Ou seria a segunda mais apressada? Pressa por resultados e ótimos trabalhos, mesmo um time ou treinador tendo um mês de campeonato apenas.

A sexta mutação se mistura com a quinta. A falta de vontade de mudar e de evoluir é significativa. Revolução? A palavra passa longe do diário do cartola. Sempre é mais importante jogar para a torcida e seguir o ciclo que se repete.

Chegamos ao sétimo estágio. Este parece ser perigoso e pode levar o paciente a danos quase irreversíveis. A insistência no erro e a falta de diagnóstico estão fazendo o vírus sofrer a oitava mutação.

A gravidade parece impossível de não ser notada. A cegueira de alguns compromete a revolução e a reconstrução. De alívio, a certeza de que o talento existe. “Basta” ser notado. Que cartolas combatam essa doença. Parece ser difícil. Esses que estão no poder querem a proliferação de um vírus mortal.

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