O Chelsea é, sem dúvidas, uma das principais equipes do século XXI. Não só pelo poderio econômico, mas pelos títulos conquistados recentemente. A força dentro do cenário inglês é maior ainda. Dos últimos 10 Campeonatos Ingleses, o Chelsea conquistou três títulos.
E a primeiro título tem mais de 60 anos. Distante. Fato que dá argumentos para os que contestam a frase de que “o Chelsea só existe desde 2003”. Muito pelo contrário. Tradicional no norte de Londres, a equipe levou o seu primeiro título inglês na temporada 1954-55. Um título simbólico. E suado.
Até aquele momento, a equipe fazia campanhas medianas, mas sempre se mantinha na primeira divisão – 20º seguida. Naquele ano, recebeu o Jubileu Dourado pela sequência de 50 anos no futebol inglês, já que o clube foi fundado em 1905.
Para elevar seu nível, o Chelsea buscava o título inédito inglês. Mas a expectativa não era para aquele ano. Desacreditado, o clube vinha de 10 campeonatos ruins, no meio da tabela. E o início de campanha, não tão boa, diminuía as esperanças da torcida.
Público importante durante toda a competição – com média de quase 50 mil pessoas. Principalmente, quando a equipe engrenou. Com o aspecto duro na parte displinar, além de uma equipe aguerrida, o título começou a ser vislumbrado com uma sequência.
O técnico Ted Drake, à época com 42 anos, comandava a equipe com pulso firme. Para provar a sua qualidade, Drake sofreu – muito em função da história no Arsenal, clube em que foi um dos maiores centroavantes da história. Ao chegar em 1952 ao Chelsea, Drake não espera se tornar um dos maiores técnicos da história. Foram nove anos de vitórias e muita motivação vinda do banco.
O capitão da equipe, e homem de confiança de Drake, também era um camisa 9. Daqueles bem à moda inglesa dos anos 50. Roy Bentley era certeza de gols. E de muita briga pela bola. Em oito anos de Chelsea, o atacante foi artilheiro em todos – foram “somente” 128 gols em 324 partidas.
Nesta temporada, em específico, 21 gols em 41 jogos. Ele era o único grande jogador da equipe. O que não significava que os outros não ajudavam. Pelo contrário. Cercado por grandes coadjuvantes, o Chelsea se mantinha firme e forte na briga pelo título – principalmente contra o Wolverhampton.
A semelhança entre Bentley e alguns de seus companheiros estava no fato de defenderem a Inglaterra na Segunda Guerra Mundial. Inclusive, com o atacante servindo à Marinha do país. Reconhecidamente cascuda à época, o Chelsea era um time “copeiro”, com um estilo aguerrido e que lutava até o fim.
Derek Saunders e Eric Parsons incorporaram bem esse estilo. Os dois foram os únicos a jogar as 42 partidas da temporada. O primeiro foi um lateral-esquerdo razoável. Já Parsons era diferente. Um ponta-esquerdo habilidoso, capaz de ir em velocidade até o fundo e ser uma válvula de escape importante.
Na campanha, o Chelsea disputou 42 jogos, conquistando 52 pontos (vale lembrar que a vitória valia 2 pontos na época). Somente na antepenúltima rodada, ao empatar com o Portsmouth por 0 a 0, em Fratton Park.
