O outro golaço do Choque-Rei

O outro golaço do Choque-Rei

O clássico entre Palmeiras e São Paulo é pródigo em belos gols. Relembre um dos mais bonitos marcado na década de 90

COMPARTILHAR

O clássico Choque-Rei é – e sempre será – um dos mais importantes do país. Além da sua contribuição histórica, há também a rivalidade exacerbada entre torcedores dos dois times e, claro, entre as suas diretorias.

Uma rivalidade que começou na longínqua década de 30 e se ramificou na tensa final do Campeonato Paulista de 1942. Mas também há de se constatar a beleza dos clássicos disputados.

Além dos grandes jogos, os enormes gols. Na última quarta-feira (25), Robinho assinou mais uma obra-prima do clássico, na vitória incontestável do Palmeiras sobre o rival. Porém, outros gols, de ambos os lados, fazem os torcedores ainda vibrarem com tal preciosidade.

Em homenagem ao vencedor do último Choque-Rei e também ao golaço de Robinho, o Alambrado relembra um outro gol mágico do clássico.

Se você pensou na famigerada obra de arte de Alex contra o tricolor no Rio-São Paulo de 2002, enganou-se. A nossa equipe relembra um outro golaço palmeirense, mas esse um pouco mais antigo e em cima de outro ídolo tricolor.

O grande volante César Sampaio (Foto : Divulgação/palmeiras.com.br)
O grande volante César Sampaio (Foto : Divulgação/palmeiras.com.br)

4 de dezembro de 1993. Em jogo, a classificação para a final do Campeonato Brasileiro do mesmo ano. Pelo grupo B da segunda fase, Palmeiras e São Paulo acumulavam seis pontos cada um e a vitória praticamente garantiria o passaporte para a grande decisão para ao vencedor.

No primeiro turno, empate em 1 a 1. No segundo jogo, o Morumbi recebeu um bom público e a expectativa era de um jogão. Os pré-requisitos para uma grande partida estavam preenchidos.

De um lado, o atual campeão mundial e bicampeão da Libertadores, o São Paulo, que se preparava para o duelo contra o Milan no Japão (o Tricolor se sagraria bicampeão mundial batendo a equipe italiana por 3 a 2, nove dias após a derrota contra o Palmeiras). Do outro, a equipe palmeirense campeã paulista, galáctica e turbinada pelos milhões da Parmalat (mais tarde o Palmeiras sagraria-se bicampeão paulista e brasileiro).

Além de multivencedores e donos de grandes craques em suas fileiras, o duelo era especial também no banco de reservas. Telê Santana x Vanderlei Luxemburgo. Dois dos maiores técnicos da história do futebol brasileiro. Enfim, duas das maiores equipes da história recente de nosso desporto.

Voltando à partida e à temática dos golaços em clássicos, Edmundo, já no segundo tempo, abriu o placar para o Palmeiras. Mas, foi dos pés de um jogador coadjuvante à época que saiu o grande momento do dia.

Em um lampejo mágico, daqueles que não se pensa com antecedência, apenas se executa, César Sampaio partiu da intermediária, deixou Leonardo para trás na corrida, driblou magistralmente Luis Carlos Goiano e, finalmente, deixou Zetti na saudade para marcar um golaço no Morumbi.

Uma obra-prima. Um gol de placa. Um verdadeiro golaço. Aquele que, segundo o próprio César Sampaio, foi o mais bonito de sua carreira. Tento de extrema importância para o clássico e que ajudou o Verdão a conquistar o Campeonato Brasileiro. Alegria palmeirense e frustração momentânea Tricolor, que logo depois conquistaria o Mundial de Clubes.
Gol que simboliza bem os jogos memoráveis das duas grandes equipes na década de 1990.

Deixe seu comentário!

comentários