O atual Arsenal é de deixar qualquer torcedor decepcionado. O time nunca briga para não cair, sempre está entre os primeiros colocados, é bicampeão da Copa da Inglaterra, mas quando se trata de competições importantes, ele entra somente para participar. Na atual Premier League, os Gunners chegaram à liderança, perderam-na e agora se encontra na terceira colocação do nacional. Na Liga dos Campeões quase nunca passa das oitavas.
Mas houve um tempo o qual o Arsenal assombrou a Inglaterra, e quase conquistou a Liga dos Campeões. Começando por 2001-2002, quando conquistou a Premier League com sete pontos de vantagem sobre o vice-campeão Liverpool. Thierry Henry foi o artilheiro com 24 gols. Robert Pirés o rei das assistências com 15. O holandês Dennis Bergkamp também brilhou com 11 assistências.
Os Gunners venceram 26 partidas, empataram nove e perderam apenas três. Campanha irretocável com 79 gols marcados e apenas 36 sofridos. A zaga formada por Touré e Campbell era sólida, eficiente. Sem contar os laterais Lauren e Ashley Cole. O meio-campo formado por Vieira, Parlour, Ljunberg e Pirés era mágico. Sem contar a dupla de ataque Henry e Bergkamp.
Além da conquista da Premier League, os Gunners conquistariam a Copa da Inglaterra, decidida contra o Chelsea, um dos maiores rivais do clube londrino. A vitória seria de 2 a 0, gols de Parlour e Ljunberg. Mais tarde, em agosto, os Gunners conquistariam a Supercopa da Inglaterra sobre o Liverpool, por 1 a 0, gol de Gilberto Silva.
A temporada 2002-2003 seria um tanto quanto amarga para o Arsenal. Seria vice-campeão inglês, eliminado nas oitavas da Liga dos Campeões, porém, venceria mais uma vez a Copa da Inglaterra. Desta vez, sobre o Southampton, gol solitário de Pirès no final do segundo tempo.
Viria então 2003-2004, o ano histórico para o Arsenal. No entanto, começaria com os Gunners sendo derrotados na Supercopa da Inglaterra para o Manchester United, nos pênaltis. A redenção viria na Premier League. Os comandados de Arsène Wenger, que chegou ao clube em 1996, trazendo novas táticas e implantando no Arsenal um futebol envolvente e atraente, conquistariam de maneira invicta a principal competição da Inglaterra. Seriam 26 vitórias, 12 empates e nenhuma derrota. Foram 73 gols contra 26 sofridos.
O Arsenal seria o primeiro clube da era moderna a conquistar a Premier League de maneira invicta. Henry seria artilheiro com 30 gols marcados.
O feito deu ao Arsenal o nome de “Os Invencíveis”. Meses depois, o Arsenal vingar-se-ia da derrota na Supercopa da Inglaterra diante dos Red Devils, em 2003. No confronto, em 2004, os Gunners venceriam por 3 a 1, gols de Silvestre (contra), Reyes e Gilberto Silva.
Já em 2005, o Arsenal conquistaria apenas a Copa da Inglaterra. Em cima do Manchester United, claro. O fim da era invencível seria em maio de 2006, na decisão da Liga dos Campeões, a única na história dos Gunners, diante do Barcelona. Lehmann seria expulso logo no começo do jogo, dando lugar para Almunia e deixando sua equipe com um a menos.
Entretanto, Sol Campbell marcaria de cabeça para o Arsenal, levando sua equipe para o intervalo com a vantagem de 1 a 0 no placar. Mas o Barcelona de Ronaldinho Gaúcho e Deco viraria no segundo tempo com Eto’o e Belletti, acabando com o sonho londrino do título inédito.
Depois disso, o Arsenal foi reformulado, vieram outros jogadores, muitos deles jovens, e o clube londrino ficou nove anos sem conquistar um título sequer. O jejum foi quebrado em 2014, quando os Gunners derrotaram o Hull City na Copa da Inglaterra. Contudo, é pouco para a história do clube que já foi campeão invicto.
O Arsenal merece mais do que uma Copa da Inglaterra. Merece um título da Liga dos Campeões, reconquistar a Premier League, e não apenas “participar” destas competições. Talvez seja a hora de Arsène Wenger dar lugar a um outro treinador, com outra visão, mentalidade. Ou então ele muda a visão e mentalidade, e para de trazer jovens jogadores e de apostar em jogadores bizarros como Flamini, Gibbs, Walcott, entre outros.