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Napoli e Juventus? A defesa menos vazada da Itália é do Matelica, da 4ª divisão

Líder de seu grupo no torneio nacional, Matelica tem a defesa menos vazada do calcio no momento

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Solidez defensiva é o segredo do Matelica (Foto: Reprodução)
Solidez defensiva é o segredo do Matelica (Foto: Reprodução)

Esqueçam as zagas de Napoli e Juventus. A defesa menos vazada do Calcio na vigente temporada não é formada por Reina, Koulibaly, Albiol, Hysaj e Ghoulam, nem por Buffon, Chiellini, Benatia, Lichtsteiner e Alex Sandro. Por incrível que pareça, o dono dessa marca é o humilde Matelica, atualmente membro do grupo F da quarta divisão nacional.

Enquanto os Partenopei levaram 14 gols em 22 jogos sob o comando de Maurizio Sarri, um a menos que a Velha Senhora treinada por Massimiliano Allegri, o Matelica do jovem Luca Tiozzo, de 36 anos, viu os adversários estufarem suas redes apenas 11 vezes em 21 rodadas, o que lhe dá a média de 0,52 gols sofridos por partida, a menor do país.

Fundado em 1921, o time da comuna homônima, localizada na região central da Itália, está no mais alto patamar de sua existência desde o histórico acesso à Série D em 2012/2013, vencendo o título do Eccellenza, campeonato regional equivalente à quinta divisão. Porém, engana-se quem pensa que o Matelica se resume ao mero catenaccio.

Além de ter um setor defensivo sólido, a equipe de Tiozzo também se destaca lá na frente, tendo marcado 46 gols. É o melhor ataque do grupo e o sexto melhor da quarta divisão. Com tanta qualidade em ambas as partes do campo, é de se imaginar que Matelica lidera de forma disparada. São 53 pontos: 17 vitórias, 2 empates e 2 derrotas.

Desse modo, a squadra caminha com tranquilidade para garantir a promoção direta para a Série C. Segundo colocado, o Vis Pesaro está com 9 unidades a menos. Se depender da boa fase do centroavante Andrea Magrassi, a vantagem dificilmente será revertida, pois o jogador de 24 anos já vazou as metas adversárias em 16 oportunidades.

Embaixo das traves, o grego Armando Demalija, que substitui o lesionado Stefan Kerezovic, de origem sérvia, foi titular nos dois últimos duelos. No primeiro deles, passou incólume. No segundo, sofreu com o Vastese, 3º colocado, na vitória por 3×2, em casa. Mas ele não deve ter problemas na medida em que for adquirindo mais ritmo de jogo.

No 4-2-3-1, com De Gregorio, Messina, Meneghello e Brentan atrás, protegido pelos volantes Callegaro e Lo Sicco, o Matelica demonstrou um padrão eficiente para anular os rivais e desfrutou ainda das habilidades do meia  Gabbianelli para abastecer Magrassi. O próximo desafio deles será neste sábado (3), quando visitam o Monticelli, vice-lanterna.

Se vai conseguir manter ou não o notável desempenho na retaguarda a ponto de ser o melhor time do país nesse quesito ao final da temporada, não é possível cravar, infelizmente. No entanto, o trabalho recente de Luca Tiozzo é admirável e pode trazer ao Matelica resultados ainda melhores dos que os já conquistados pelo clube até hoje.

 

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Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, é apreciador do futebol latino, do teor político-social do esporte bretão e também de seu lado histórico.