Grandes viradas… que acabaram não acontecendo

Grandes viradas… que acabaram não acontecendo

Relembre times que chegaram perto de feitos históricos, mas acabaram ficando no "quase"

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Entre as diversas frases de efeito propagadas no mundo do esporte, uma das mais antigas é dizer que “de virada é mais gostoso”. Afinal, a sensação de ver seu time se reerguer das cinzas e alcançar o êxito mesmo quando tudo apontava o contrário, saindo de uma grande desvantagem, é uma das coisas mais vibrantes que existem nas competições esportivas, incluindo o futebol.

Apesar de incorporarem o espírito guerreiro da remontada, muitos times acabam ficando no “quase”, a um passo da glória, sem concretizar a grande virada. Um exemplo recente aconteceu na última semana, pela Copa da Itália. Depois de perder a partida de ida contra a Juventus por 3×0, em Turim, a Internazionale conseguiu devolver o placar em Milão, uma reação histórica. Ou quase. Nos pênaltis, a Juve levou a melhor e passou para a final.

Existem vários casos como esse na história do futebol, com uma espécie de anticlímax tomando conta dos torcedores da equipe que ficou prestes a executar a virada, e um grande alívio para quem conseguiu segurar-se em meio à pressão. O Alambrado relembra abaixo alguns deles. Confira:

Palmeiras 5×1 Grêmio – Copa Libertadores de 1995 

Confronto rendeu uma das maiores "quase-viradas" da história (Foto: Reprodução)
Confronto rendeu uma das maiores “quase-viradas” da história (Foto: Reprodução)

Palmeiras e Grêmio protagonizaram vários duelos importantes na década de 1990, mas com certeza o mais marcante foi o embate histórico nas oitavas da Copa Libertadores de 1995. Na partida de ida, o time gaúcho, comandado por Felipão, aplicou um incontestável 5×0, com atuações inspiradas de Arce e Jardel, que marcou três gols.

Na partida de volta, no Palestra Itália, poucos pensavam que o time alviverde pudesse sequer esboçar uma reação, ainda mais com os desfalques de Roberto Carlos, Válber e Rivaldo. Pouco mais de sete mil pessoas compareceram ao estádio palmeirense, mais por desencargo de consciência do que qualquer outra coisa.

A situação que já parecia irreversível ficou ainda mais complicada quando Jardel, aproveitando vacilo do adversário em cobrança de escanteio, abriu o placar para o tricolor gaúcho. Só que o Palmeiras ainda tinha um ótimo time, com Antônio Carlos, Cafu e Muller, entre outros, e aos poucos foi entrando nos trilhos.

Ainda no primeiro tempo a equipe paulista conseguiu a virada, com gols de Cafu e Amaral. Paulo Isidoro, logo no início da segunda etapa, aumentou o placar, o que já colocou uma pulga atrás da orelha dos gremistas. Pouco depois, Mancuso, de pênalti, fez 4×1. E Cafu, aos 39 minutos, marcou o quinto. Só faltava um gol, com um certo tempo para jogar. Apesar da pressão alviverde, o placar terminaria em 5×1, resultando na classificação gremista. A virada palmeirense não veio, mas a história ficou.

Real Madrid 3×4 Schalke 04 – Liga dos Campeões da Europa 2014-15

Huntelaar bem que tentou, mas não deu para o Schalke contra o Real Madrid (Foto: Divulgação/UEFA)
Huntelaar bem que tentou, mas não deu para o Schalke contra o Real Madrid (Foto: Divulgação/UEFA)

Enfrentar um gigante é sempre difícil. Imagine então ter que reverter uma vantagem contra um gigante milionário, que conta com o melhor jogador do mundo naquela temporada, e, acima de tudo, na casa do rival. Essa era a missão do Schalke contra o Real Madrid nas oitavas de final da Liga dos Campeões na temporada passada.

A partida na Alemanha correu como o esperado. Apesar de jogar em casa, o Schalke passava longe de ser o favorito, o que acabou se confirmando, com o time da capital espanhola saindo de Gelsenkirchen com um confortável 2×0 na bagagem.

A volta, em Madri, parecia apenas para cumprir tabela ou dar a chance para Cristiano Ronaldo inflar ainda mais suas estatísticas de gols no torneio. Mas foi o desacreditado Schalke que abriu o placar, com gol de Fuchs. Cinco minutos depois, as coisas pareciam retomar a ordem, com Cristiano Ronaldo empatando a partida.

Huntelaar, aos 40 minutos, colocou os alemães novamente à frente do placar. Só que Ronaldo, de novo, acabaria empatando a partida ainda antes do intervalo. Com um gol de Benzema, os merengues finalmente tomariam a vantagem, praticamente destruindo as esperanças do time azul-real.

Porém, incrivelmente, o Schalke continuou em cima. Empatou a partida novamente, com um gol do garoto Sané. E aos 39 minutos, a virada, com gol de Huntelaar. Se conseguissem marcar mais uma vez, os alemães se classificariam por conta do gol fora de casa. Mas nem mesmo uma forte pressão foi capaz de tirar a vaga dos madrilenhos. Vaias no Santiago Bernabéu.

Fluminense x LDU – Copa Libertadores de 2008 e Copa Sul-Americana de 2009

Ficar perto de viradas históricas e morrer na praia em casa já é cruel. Quando isso acontece seguidamente envolvendo as mesmas equipes, pior ainda. Foi o que aconteceu com Fluminense e LDU por dois anos, em 2008 e 2009.

Na primeira vez, o que não faltavam eram tons épicos. Final de Libertadores, dois times tentando ganhar títulos inéditos, Maracanã completamente lotado com uma torcida que fez de tudo para apoiar o Fluminense em busca da retomada no jogo de volta. A ida, no Equador, trazia o placar de 4×2 para a LDU.

Depois de ter deixado São Paulo e Boca Juniors pelo caminho, nada mais parecia impossível para o Flu. Porém, a situação se complicou quando Bolaños abriu o placar para os visitantes, logo aos cinco minutos. O time da casa não se abateu, e, antes mesmo do minuto trinta, já tinha virado o placar, com dois gols de Thiago Neves. Ele mesmo marcaria o terceiro, aos 11 do segundo tempo, acabando com a vantagem equatoriana.

Ainda havia muito tempo de jogo, mas o Fluminense não conseguiu marcar mais nenhum gol. Veio a prorrogação, e mais uma vez, nada. Em uma daquelas peças que só o futebol é capaz de pregar, a partida acabou indo para os pênaltis. E justamente as três maiores estrelas daquele time acabariam falhando. Conca, Thiago Neves e Washington desperdiçaram suas cobranças, o que deu o título ao surpreendente time de Quito.

No ano seguinte, os times se encontrariam de novo em uma final, dessa vez pela malfadada Copa Sul-Americana. Dessa vez, a LDU conseguiu uma vantagem ainda maior em casa: 5×1. Nem mesmo a decepção recente fez com que os tricolores deixassem de comparecer ao Maracanã.

Diguinho e Fred fizeram 2×0 para os cariocas ainda no primeiro tempo. Aos 27 da segunda etapa, Gum colocou o Flu a apenas um gol da prorrogação. Mas ela não veio. O placar acabaria no 3×0, e mais uma vez a LDU fazia a festa no Rio de Janeiro.

Arsenal 3×0 Milan – Liga dos Campeões – 2011-12

O Arsenal tem ficado no quase muitas vezes nos últimos anos, chegando muito perto de feitos históricos, mas costuma falhar na hora H. Entre tantas ocasiões, a mais marcante acaba sendo este duelo com o Milan, pelas oitavas de final da Liga dos Campeões.

Na ida, os rossoneros construíram uma confortável vantagem de 4×0, com grandes atuações de Robinho e Ibrahimovic. Em sua casa, o Emirates Stadium, o Arsenal tinha pouco a fazer a não ser ir com tudo para o ataque.

A estratégia de “abafa” mostrou resultado rapidamente. Aos sete minutos, Koscielny abriu o placar para os gunners. Aos 26, Rosicky ampliou. E aos 43, o artilheiro Robin Van Persie cobrou pênalti para fazer o 3×0. O time inglês ia para os vestiários com a maior parte da missão cumprida: só faltava um gol para levar a decisão para a prorrogação.

Só que a retomada parou aí. Aparentemente, a pressão intensa realizada no primeiro tempo acabou cansando os comandados de Arsène Wenger, que não mantiveram a intensidade na parte final do jogo. O Milan se fechou nos já conhecidos moldes da escola italiana e conseguiu ficar com a vaga.

Real Madrid 2×0 Borussia Dortmund – Liga dos Campeões de 2012-13 

Se no duelo contra o Schalke o Real Madrid ficou do lado “feliz” da história, contra o Borussia, em 2013, a história foi outra. O confronto, válido pelas semifinais da Liga dos Campeões daquele ano, acabaria com um gosto amargo para os merengues.

Na ida, Lewandowski deu um show para o Borussia, marcou quatro vezes e deixou o time alemão com uma vantagem de 4×1, algo que naquela altura já parecia improvável, considerando a força e a tradição do rival espanhol.

No Santiago Bernabéu, os aurinegros se seguraram por bastante tempo, mesmo com momentos de extrema pressão. O Real martelou muito durante boa parte da primeira etapa sem abrir o placar, e a tendência se repetiu também no segundo tempo.

No entanto, aos 38 minutos da etapa final, Benzema conseguiu, finalmente, furar a muralha amarela defendida por Weidenfeller. Cinco minutos depois, Sergio Ramos aumentou o placar, e também a esperança dos torcedores em Madri. Durante os acréscimos, o Borussia se defendeu como pôde e avançou para a decisão, fase em que seria derrotado pelo Bayern.

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