Depois de sair do Vasco em 2015 com um rebaixamento na conta, Guiñazu retornou ao futebol argentino em 2016, defendendo as cores do Talleres, na Segunda Divisão. Ou seja, o volante argentino permaneceu na Segundona, mudando apenas de país.
No entanto, ele conseguiu um sucesso maior que no Gigante da Colina. No último fim de semana ele foi responsável por levar o clube cordobês à elite do futebol argentino, e de uma maneira heroica. Mas antes, criemos um contexto relacionando o volante e sua atual equipe.
Guiñazú iniciou sua carreira profissional em 1996, no Newell’s Old Boys, onde ficou até 2000, quando foi contratado pelo Peruggia-ITA. Permaneceu por uma temporada no futebol italiano, retornando à Argentina para defender as cores do Independiente.
Jogou de 2001 a 2003 até voltar ao seu clube de origem, o Newell’s. O Saturn-RUS acabou se interessando no futebol do volante, contratando-o para a temporada seguinte. Porém, acabou ficando apenas uma temporada no futebol russo.
Enquanto isso, de 1996 a 2000, justamente o período onde Guiñazú jogou pelo Newell’s pela primeira vez, foi mais ou menos o mesmo tempo que o Talleres jogou na Segunda Divisão argentina pela segunda vez em sua história.
Retornaram em meados de 99 para a elite, permanecendo até meados de 2004, quando Guiñazú retornou à América para jogar pelo Libertad-PAR. O volante jogou de 2004 a 2007 no Paraguai, quando foi contratado pelo Internacional, onde foi ídolo.
No Inter, Guiñazú conquistou Libertadores, Copa Sul-Americana, entre outros títulos, e jogou até o final de 2012, quando retornou ao Libertad. Ficou pouco tempo no Paraguai até voltar a jogar no futebol brasileiro, já pelo Vasco da Gama, em 2013. Enquanto isso, o Talleres vivia um momento ioiô: jogava a Segundona, caía para a Terceira, voltava para a Segunda Divisão, e por aí vai
Mas isso até o dia 5 de junho de 2016. Líder, o Talleres se via com 44 pontos, a uma vitória do retorno á elite do futebol argentino. Contudo, a equipe de Guiñazú saiu perdendo para o All Boys, e para complicar, acabou tendo um jogador expulso. O jogo caminhava para o seu término, o placar seguia 1 a 0 até que aos 39 do segundo tempo Klausener empatou para o Talleres. O gol motivou os jogadores, que partiram para o ataque.
Foi aí que a estrela de Guiñazú brilhou. Em chute de rara felicidade, ainda mais para o volante, que nunca foi de fazer gols, o jogador de 37 anos acabou marcando um verdadeiro golaço. Aos 49 minutos do segundo tempo. Um gol heroico, que levou o Talleres para a Primeira Divisão do Campeonato Argentino.
Foi impossível conter a invasão de campo por parte dos atletas. Era o gol da vitória. Da superação. O gol que dava de volta a chance de jogar entre as melhores equipes do futebol argentino. Depois de quase 11 anos, o Talleres voltava à Primeira Divisão. Para a alegria da fiel torcida da equipe de Córdoba, a maior do interior da Argentina. Com a vitória, o Talleres chegou a 47 pontos, e faltando duas rodadas para o fim da competição, não há mais como o Chacarita Jrs, segundo colocado, alcançá-lo.
Agora o Belgrano que se cuide, pois seu maior rival está de volta. O clássico de Córdoba promete. Já Guiñazú, que passou por momentos difíceis no Vasco, hoje pode dormir em paz. Foi heroi. Um gol que jamais sairá de sua memória. Não só da sua, mas também do torcedor, de seus companheiros, da minha memória, pois quem ama o futebol, precisa saber desta história. O dia em que Guiñazú, com seus 37 anos de idade, se tornou imortal.