Dukla Praga: Ascensão e queda do gigante tcheco

    Dukla Praga: Ascensão e queda do gigante tcheco

    Filme "Orgulho do meu clube" conta a história de conquistas do time de Masopust

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    O esquadrão do Duckla nos anos 1960, que contava com o lendário Masopust (Foto: Reprodução)
    O esquadrão do Duckla nos anos 1960, que contava com o lendário Masopust (Foto: Reprodução)

    Medidas de tempo costumam ser bastante relativas. Por exemplo, quarenta e oito anos podem parecer um período interminável para um adolescente, alguém que nunca viveu tantas primaveras. Mas podem ser pouco para alguém que quer deixar uma marca na história. Será que nesse tempo é possível é deixar seu nome escrito para sempre?

    Pois bem, foram necessários exatos 48 anos de existência para o Dukla Praga ficar marcado como um dos times mais vitoriosos da história da República Tcheca. Uma trajetória que se mistura com a própria identidade do país, e um nome emblemático na era em que os tchecos e eslovacos ainda viviam como uma mesma nação.

    Essa é a história contada pelo documentário “Orgulho do Meu Clube”, de 2014, dirigido por Ludek Svoboda. Com depoimentos e trechos de jogos históricos, o filme mostra como o Dukla tornou-se a maior potência da Tchecoslováquia a partir de sua fundação, em 1948, como o braço esportivo do exército nacional.

    A obra mostra a magnitude da reputação do esporte na sociedade tchecoslovaca da época. Além do time de futebol, as “organizações Dukla” contavam ainda com equipes de ciclismo, remo, handebol e atletismo, entre outros, sempre destacando-se como a maior força esportiva do país.

    Mas era com a bola nos pés que o Dukla Praga colhia seus melhores resultados. Com apenas 5 anos de fundação, o time já comemorava o seu primeiro título nacional. E aquele passaria longe de ser o único: foram 11 taças do Campeonato Tchecoslovaco, além de oito Copas e várias conquistas em troféus internacionais, como a American Challenge Cup e a Internacional Soccer League.

    O documentário dá um destaque especial para a época de ouro do clube, vivida na década de 1960. Foi aí que o Dukla montou um verdadeiro esquadrão para os padrões nacionais, liderados pelo craque Josef Masopust, escolhido como o melhor jogador europeu em 1962. Além dele, vários astros da seleção vice-campeã mundial naquele ano faziam parte das fileiras do clube aurirrubro, como o capitão Ladislav Novak e o zagueiro Pluskal.

    É interessante notar no filme o quanto os envolvidos com a história do Duckla tratam a ascensão do clube como uma espécie de fenômeno, algo que servia tanto para atrair torcedores como para melhorar a imagem do exército local perante o país. Mais que isso, a direção mostra a fase de transição entre essa sensação de invencibilidade e o futuro que estaria por vir.

    Coincidentemente ou não, as conquistas do Duckla Praga começaram a minguar conforme aumentavam as conversas de cisão na Tchecoslováquia. Logo na primeira temporada após a separação, em 1993-94, o Duckla amargou seu primeiro rebaixamento com uma campanha pífia, que incluiu apenas uma vitória em 30 jogos.

    Depois de chegar até a terceira divisão, o time acabou em 1996, mudando para a cidade de Pribram no ano seguinte, após uma fusão com o FC Portal. Em 2006, o time voltaria com seu nome original, chegando à elite tcheca novamente cinco anos depois. Mas a magia da fase de ouro já tinha passado, e sem grandes chances de voltar, como mostram os torcedores entrevistados no filme.

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