De olho em 2022, Catar faz sucesso nas Eliminatórias para a Copa...

De olho em 2022, Catar faz sucesso nas Eliminatórias para a Copa na Rússia

Para não passar vergonha em casa, seleção busca adquirir experiência no próximo Mundial

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Catar tem a melhor campanha das eliminatórias asiáticas (Foto: Divulgação/Federação Catariana)
Catar tem a melhor campanha das eliminatórias asiáticas (Foto: Divulgação/Federação Catariana)

Desde sua escolha como sede da Copa do Mundo de 2022, o Catar tem sido palco de inúmeras polêmicas, que passam pela compra de votos na eleição, denúncia de graves violações aos direitos humanos e trabalho escravo nas obras até a mudança do período em que o torneio será disputado, por conta do clima local.

Com tantos temas passíveis de discussão, um assunto ganha menos destaque em meio ao planejamento catariano. Por mais irônico que seja, pouco se fala sobre o futebol jogado no país, e como este está se preparando para não fazer feio dentro de campo como anfitrião.

Mesmo correndo o risco de perder o direito de sediar a competição mais importante do mundo, o Catar investiu pesado no futebol nos últimos anos, uma forma de suprir a falta de interesse no esporte historicamente. O primeiro passo seria fortalecer a liga nacional.

Turbinados pelo dinheiro dos magnatas do petróleo, os times locais acabam sendo um reflexo da sociedade catariana, que tem estrangeiros compondo 94% de sua população economicamente ativa. Apenas 300 mil habitantes nasceram no território do país.

O segundo estágio consiste na classificação do Catar para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia, que seria um feito inédito para o selecionado. A etapa está em andamento, mas os resultados até aqui são promissores.

No momento, o Catar é a equipe que tem o melhor desempenho das Eliminatórias Asiáticas. Apesar de fazer parte de um grupo tranquilo na segunda fase, enfrentando China, Hong Kong, Maldivas e Butão, foi surpreendente a facilidade com que o time superou seus adversários.

Ao todo, foram seis vitórias em seis partidas disputadas, com 27 gols marcados e apenas dois sofridos. Em setembro, a goleada de 15×0 aplicada contra o Butão entrou para a história como o melhor resultado da história da seleção.

Como não poderia deixar de ser, a mescla entre nativos e naturalizados é facilmente perceptível no time. Um dos titulares é o volante brasileiro Carlos Junior, uma das peças importantes junto com o goleiro francês Claude Lecomte, o meia bareinita Ali Assadala e o atacante ganês Mohammed Muntari.

Mas o destaque catariano nasceu no próprio país. Camisa 10, capitão e artilheiro, o meia-atacante Hassan Al-Haidos, do Al-Sadd, é o expoente técnico dentro de campo, e, por conta da idade (24 anos), é tido como uma das principais esperanças para conduzir a seleção tanto nesse como no próximo ciclo de Copas.

Al-Haidos é o maestro do time (Foto: Divulgação/AFC)
Al-Haidos é o maestro do time (Foto: Divulgação/AFC)

O Catar também conta com uma jovem promessa: o meia Akram Afif, de apenas 19 anos. Destaque da participação do país no último Mundial Sub-20, o atacante Akram Afif estreou pelo time principal justamente nos 15×0 contra Butão e deixou sua marca com um gol e uma assistência. Ele atua no Eupen, da Bélgica.

Agora classificado para a terceira fase das eliminatórias, o Catar terá pela frente um desafio maior, com equipes mais acostumadas a participar de competições internacionais, como Japão, Coreia do Sul e Austrália.

Passar por esses obstáculos e garantir uma vaga para a Copa na Rússia será  um indício de que, ao menos dentro de campo, o quadro pode ser melhor do que está sendo mostrado nos bastidores fora dele.

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