As seleções africanas que disputaram apenas uma Copa

As seleções africanas que disputaram apenas uma Copa

Veja quais foram as nações africanas que estrearam e nunca mais voltaram à competição

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Ao longo da história, 13 seleções africanas disputaram alguma edição da Copa do Mundo, sendo que quatro delas tiveram apenas uma única oportunidade de fazê-lo. É o caso de Zaire, atual República Democrática do Congo, Senegal, Angola e Togo, que será relembrado individualmente mais abaixo.

Zaire – 1974

O Zaire, atual República Democrática do Congo, fez sua única participação em Copas em 1974, quando a Alemanha Ocidental recebeu o evento pela primeira vez na história. Com o feito, a equipe tornou-se a primeira nação subsaariana a disputar um Mundial, já que os dois representantes anteriores do continente africano haviam sido Egito, em 1934, e Marrocos, em 1970.

Comandados pelo técnico Blagoje Vidinic, nascido no território do antigo Reino da Iugoslávia que na atualidade corresponde à Macedônia, os Leopardos conseguiram faturar o bicampeonato da Copa Africana de Nações diante da Zâmbia, no Cairo, em março, antes da merecida viagem para a Europa, em junho.

A campanha para garantir vaga no Mundial contou com quatro estágios. No primeiro, a equipe eliminou Togo ao empatar sem gols fora de casa e aplicar 4 a 0 no jogo de volta, realizado em Kinshasa, capital do país. Depois, precisou de três jogos para decidir a classificação contra Camarões, vencendo o último por 2 a 0, novamente em Kinshasa.

Na terceira fase, o Zaire perdeu para Gana por 1 a 0 fora de seus domínios, mas se recuperou ao ganhar diante de sua própria torcida por 2 a 1. Com isso, o país disputou vaga diretamente com Zâmbia e Marrocos, em jogos de ida e volta. A campanha foi exemplar, e a equipe venceu todos os duelos – o último contra Marrocos por W.O.

Durante as eliminatórias, três nomes se destacaram bastente nas 10 partidas que foram disputadas. Foram eles os atacantes Emmanuel Kakoko Etepé, responsável por marcar seis gols, e Jean Kalala N’Tumba, autor de quatro tentos, além do meio-campista Jean Kembo Uba-Kembo, que anotou três gols.

Apesar das boas apresentações, o Zaire não teve o mesmo desempenho em gramados europeus. Primeiro, perdeu para a Escócia por 2 a 0, em Dortmund, antes da goleada por 9 a 0 aplicada pela Iugoslávia, em Gelsenkirchen. Na última rodada, os africanos caíram por 3 a 0 diante do Brasil, atual campeão, novamente em Gelsenkirchen.

Neste jogo, Mwepu Ilunga virou folclore. Ele simplesmente deu um pontapé na bola quando o juiz apitou para sinalizar que o Brasil poderia cobrar uma falta contra a meta do Zaire.

Com os tentos de Jairzinho, Rivellino e Valdomiro, os Leopardos se despediram na lanterna do grupo com 14 sofridos e nenhum marcado. Até 1991, quando a Primeira Guerra do Congo derrubou Mobutu Sese Seko do poder, o Zaire não voltou a disputar uma Copa. Depois dos eventos políticos citados, Laurent-Désiré Kabila assumiu a presidência e deu ao país o nome atual.

Senegal – 2002

Vice-campeão da Copa Africana à época, Senegal surpreendeu em sua estreia em Copas, protagonizada em 2002, quando Coreia do Sul e Japão sediaram o certame. Devido ao atual formato de 32 seleções, a Confederação Africana de Futebol (CAF) teve direito a cinco vagas na competição, ocupadas por África do Sul, Tunísia, Nigéria e Camarões.

Na rodada preliminar da eliminatória local, Senegal encontrou dificuldades diante de Benim, mas conseguiu avançar para a segunda fase após empatar por 1 a 1 fora de casa e ganhar por 1 a 0 em seus domínios. Com o resultado positivo, os Leões da Teranga foram sorteados no mesmo grupo de Marrocos, Egito, Argélia e Namíbia.

A campanha senegalesa contou com quatro vitórias, três empates e uma derrota, o que levou a equipe a somar 15 pontos e dividir a liderança com Marrocos, mas levando vantagem no saldo de gols, já que havia convertido 14 tentos e sofridos apenas dois, enquanto os marroquinos fizeram oito gols e sofreram três.

Na Copa do Mundo, o país repetiu o que Camarões havia feito em 1990 e se classificou para as quartas de final, façanha que também seria protagonizada por Gana em 2010. Até hoje, essa é a fase mais avançada que um time africano disputou em Mundiais. E emoções não faltaram para os Leões em terras asiáticas.

Na fase de grupos, Senegal disputava a vaga ao lado de França, atual campeã, Uruguai e Dinamarca. Logo na estreia, os africanos surpreenderam e derrotaram os franceses, em Seul, por 1 a 0, com gol do volante Papa Bouba Diop. Em seguida, arrancaram um empate por 1 a 1 com os dinamarqueses, em Daegu, após cobrança de pênalti de Salif Diao.

No fechamento da fase de grupos, a equipe comandada pelo técnico francês Bruno Metsu fez uma partida épica contra o Uruguai, em Suwon. A equipe chegou a abrir 3 a 0 no primeiro tempo, com gols de Khalilou Fadiga, de pênalti, e dois de Bouba Diop. Mas os sul-americanos reagiram após o intervalo e marcaram com Morales, Forlán e Recoba.

Com os outros resultados, Senegal garantiu a vice-liderança com 5 pontos, atrás da Dinamarca (7), enquanto Uruguai (2) e França (1) se despediram na primeira fase sem nenhuma vitória. Nas oitavas de final, os africanos enfrentariam a também surpreendente Suécia, que havia liderado invicta o grupo de Inglaterra, Argentina e Nigéria.

Em Ōita, outro jogo emocionante. Os suecos abriram o placar com Larsson aos 11 minutos. O empate senegalês veio antes do intervalo, com Henri Camara. A igualdade forçou a prorrogação, e o mesmo Camara decretou a passagem para as quartas de final com o extinto gol de ouro – um tanto agônico, pois a bola bateu na trave antes de atravessar a meta.

Na fase seguinte, o desafio para seguir fazendo história era a Turquia, que havia batido o Japão por 1 a 0. O jogo foi bastante duro, e novamente a equipe africana decidiu a vaga na prorrogação. Mas desta vez o destino não se repetiu. Ilhan Mansiz, que depois se dedicaria à patinação artística, decretou a classificação turca em Osaka.

Togo – 2006

Togo havia feito uma campanha ruim na Copa Africana de 2006, sofrendo derrotas para Angola, RD Congo e Camarões. Mas antes teve relativo domínio nas eliminatórias locais. Superou a concorrência de Senegal, Zâmbia, Congo, Mali e Libéria, liderando este grupo com sete vitórias, dois empates e uma derrota, com 20 gols feitos e 8 sofridos.

Classificada para a Copa do Mundo da Alemanha, onde fazia sua estreia mundialista, a equipe comandada pelo alemão Otto Pfister não engatou e foi eliminada sem triunfar. O atacante Emmanuel Adebayor, grande estrela da seleção e autor de oito gols na fase classificatória, não balançou a rede em campos europeus.

Na primeira partida, em Frankfurt, os togoleses perderam para a Coreia do Sul por 2 a 1. Coube ao atacante Mohamed Kader, então do Guingamp-FRA, marcar o único gol da seleção africana no Mundial. Contra Suíça, em Dortmund, derrota por 2 a 0, mesmo placar aplicado pela França em Colônia, na última rodada.

A Suíça avançou para as oitavas de final na liderança, com sete pontos, enquanto a França alcançou 5 e se classificou no segundo lugar. A Coreia do Sul obteve quatro pontos, enquanto Togo teve uma das piores campanhas, ao lado de Costa Rica e Sérvia e Montenegro, que também não somaram pontos em seus grupos.

Angola – 2006

Curiosamente, Angola esteve no mesmo grupo de Togo na Copa Africana de 2006, mas não teve um desempenho tão negativo quanto o lanterna, conquistando uma vitória, um empate e uma derrota. Os quatro pontos foram os mesmos do Congo, que levou vantagem no saldo de gols e se classificou para a fase seguinte, contra o Egito.

Nas eliminatórias, a equipe havia sofrido na primeira fase. A derrota de virada diante da seleção de Chade, por 3 a 1, fora de casa, quase acabou com o sonho das Palancas Negras. Mas a força da torcida em Luanda foi de vital importância para seguir na competição. O selecionado fez 2 a 0 em casa e avançou graças ao gol como visitante.

Na segunda fase, enfrentou Nigéria, Zimbábue, Gabão, Argélia e Ruanda. O desempenho de seis vitórias, três empates e uma derrota, com 12 gols feitos e 6 sofridos, foi o bastante para garantir uma vaga entre as nações que buscariam o título na Alemanha. Fabrice Alcebiades Maieco, mais conhecido como Akwá, se destacou com 5 tentos.

No entanto, o atacante pouco pôde fazer na Copa do Mundo. Na estreia, a equipe comandada pelo técnico local Luiz Oliveira Gonçalvez perdeu para Portugal por 1 a 0, em Colônia. Depois, empatou sem gols diante do México, em Hanover. Por fim, despediu-se ao empatar por 1 a 1 com o Irã, em Leipzig. O gol de honra foi convertido por Flávio

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