Cinco grandes momentos do recordista Óscar Tabárez

Cinco grandes momentos do recordista Óscar Tabárez

Treinador uruguaio bateu o recorde de jogos no comando de uma seleção

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oscar-tabarez-uruguai-desvantagem-altitude-futebol-latino-08-10Na última rodada das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo, disputadas no dia 10 de outubro, grande parte das atenções ficaram voltadas para o Mineirão, onde Brasil e Argentina protagonizavam mais uma edição de um dos clássicos de maior rivalidade do futebol internacional.

Um jogo que já entra para a história por si só, mas aquela não era a única partida marcante da noite. -No estádio Centenario, em Montevideo, o Uruguai entrava em campo contra o Equador, com um destaque especial para seu comandante, Óscar Tabárez. Este seria seu jogo de número 168 como técnico da seleção celeste. E o novo recorde mundial de partidas de um treinador de seleções.

Tabárez construiu a marca em duas passagens, a primeira entre 1988 e 1990 e a segunda, bem mais longa, que vai de 2006 até os dias de hoje. Durante todos esses anos, “El Maestro” conseguiu deixar sua marca arraigada no futebol uruguaio, com algumas particularidades que você confere aqui:

Início surpreendente

Com pouco mais de 40 anos de idade e um título da Copa Libertadores pelo Peñarol no currículo, Tabárez assumiu a seleção uruguaia com o desafio de classificar o time para a Copa de 1990. A missão foi cumprida, com a Celeste se qualificando à frente da Bolívia no saldo de gols.

Em 1989, o treinador conseguiu levar o time de Sosa e Francescoli até a final da Copa América contra o Brasil, anfitrião do torneio. Apesar da derrota para a seleção canarino, o time deixou boa impressão e prometia incomodar na Copa de 1990.

Frustração Mundial

O Uruguai de Tabárez acabou caindo em uma chave difícil no Mundial da Itália, brigando pelas vagas com os bons times da Espanha e da Bélgica, além da zebra Coreia do Sul.

Após empatar com os espanhois e perder para os belgas, o time conseguiu a classificação como um dos terceiros melhores após uma vitória por 1×0 contra os sul-coreanos. Mas na fase seguinte o Uruguai sentiria a força dos donos da casa mais uma vez: Derrota por 2×0 para a Itália de Baggio, e triste retorno para casa. Era o fim da primeira passagem de Tabárez.

El Proceso

Depois da saída da seleção, o técnico fez carreira adquirindo experiência em vários clubes da América do Sul e da Europa, como Boca Juniors, Vélez Sarsfield, Cagliari e Milan. Mais vivido e com uma bagagem respeitável, aceitou o convite para retornar ao comando do Uruguai em 2006, depois que o time fracassou na repescagem da Copa do Mundo.

Os anos fora serviram para ver que a mudança no futebol uruguaio precisariam ser muito mais amplas do que meras trocas de peças dentro de campo. Foi assim que Tabárez instituiu o “Processo de Institucionalização de Seleções e Formação de Futebolistas”.

A base do projeto era padronizar o estilo de jogo não apenas do time principal, como de todas as seleções de base uruguaias, usando o esquema 4-3-3 em todas. A formação dos atletas conta ainda com um centro de treinamento específico e cursos para os jovens, que incluem treinamento intelectual e esportivo.

Colhendo os frutos

“El Proceso” começou como um plano a longo prazo, mas os resultados acabaram surgindo rapidamente. O Uruguai acabou sendo uma das sensações na primeira Copa do mundo após o retorno de Tabárez, chegando nas semifinais após um confronto épico contra Gana nas quartas.

O quarto lugar no Mundial serviu para mostrar que a seleção estava no caminho certo, e a confirmação veio no ano seguinte. Na Copa América, a Celeste conseguiu quebrar um tabu de 16 anos sem títulos depois de vencer o Paraguai por 3×0 na final. Suárez e Cavani, destaques da seleção, eram expoentes do processo implantado pelo treinador.

O recorde

Poucos técnicos de futebol conseguem alcançar o status de unanimidade, ainda mais treinando uma seleção, onde a cobrança costuma ser maior. Tabárez chegou em um nível bem próximo a esse, contando com a confiança praticamente irrestrita dos amantes de futebol do país, o que explica sua chegada ao recorde de jogos no comando do time.

Atualmente, o treinador que mais se aproxima dos 168 jogos de “El maestro” é o alemão Joachim Low, que já comandou os germânicos em 141 oportunidades. Um ótimo concorrente, embora o trabalho de Tabárez seja muito mais do que apenas um número: É uma verdadeira retomada à grandeza do esporte no país.

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