Edenilson Bergonsi é um dos vários casos de jogadores brasileiros que passaram despercebidos pelo futebol nacional e ganharam a vida atuando no exterior.
Hoje com 27 anos, o volante defende as cores do tradicional CSKA Sofia, da Bulgária. Entretanto, ele está lesionado e realiza tratamento no Brasil. Revelado pelo Grêmio-RS, o atleta pertenceu às categorias de base do clube gaúcho por cinco anos, sendo dispensado por causa de sua altura.
— Quando chegou a oportunidade de subir para o primeiro ano de juvenil fui dispensado por causa de minha estatura, pois o Grêmio tinha uma política de jogadores altos, e eu era muito baixo.
Sem perspectiva no futebol brasileiro, aos 18 anos o jovem volante viajou à Europa para retirar sua cidadania italiana. De volta ao Brasil, atuou no Juventude até os 22 anos, quando acertou sua transferência ao Varese-ITA.
— Fiz a cidadania já pensando em atuar na Europa. O futebol italiano só é parecido com o gaúcho na “pegada”, mas taticamente difere muito.
Depois da Itália era hora de se aventurar no futebol belga. Lá, jogou por duas temporadas.
— Comecei no Brussels, da capital Bruxelas, e fui escolhido como um dos melhores da competição, que no caso era a segunda divisão do nacional. O time estava em último lugar, mas vencemos sete partidas consecutivas, empatamos outra e o salvamos do rebaixamento.
Após ser grande responsável por este feito, chamou a atenção do Standard de Liège, um dos grandes clubes da Bélgica, que o contratou.
— Cheguei numa época conturbada no clube, com mudança de presidência e diretoria, então não foi muito bom para mim.
Foi então que, em 2012, o jogador recebeu uma boa proposta do futebol búlgaro, especificamente do modesto Cherno More.
— Fui o jogador que mais esteve em campo com o clube nos dois anos que fiquei por lá.
Isso ajudou, e muito, o volante a transferir-se para uma equipe maior, também da Bulgária, o tradicional CSKA Sofia, clube mais vezes campeão nacional.
— Fui para o CSKA em 2014, no fim do meu contrato com o Cherno More. A torcida deles é fanática e cobra muito.
Durante a conversa sobre sua vida na Bulgária, Edenilson aproveitou para falar um pouco sobre política.
— O CSKA não preserva as raízes do comunismo, não. Porém, a Bulgária ainda tem rastros daquela época. Isso é percebido em prédios muito antigos e cidades do interior.
O volante ainda aproveitou para falar de uma experiência inesquecível, elogiar o futebol búlgaro e também fazer uma pequena crítica.
— Com o CSKA pude disputar as eliminatórias da Liga Europa, foi muito bacana. O nível da Bulgária é bom, basta ver o Ludogorets, que foi para a fase de grupos, no grupo do Real Madrid. Mas os clubes precisam investir mais na estrutura se quiserem almejar algo a mais no futebol europeu.
Sobre um possível retorno ao Brasil, o atleta não descartou e ainda revelou sentir falta do País.
— Tenho saudades do Brasil, principalmente dos momentos de folga, da família, amigos e, claro, de alguns costumes brasileiros. Recebi algumas propostas para retornar, ano passado, mas não me agradaram. Mas quero voltar e fazer meu nome conhecido.