A idolatria da torcida do Auxerre em torno de Guy Roux se justifica. Não está em discussão. O tamanho do treinador para a instituição e para o futebol francês é imensurável. Por esse motivo, tal personagem merece um texto à parte no Alambrado.
Em apenas um recorte da história quase que inseparável de Roux com o Auxerre, já dá para perceber a relevância dele dentro do clube. Foi na temporada 1995/96 que o time oriantado por Roux encontraria seu ápice, que veio em forma de títulos.
Uma era de êxitos
A dobradinha nacional – Campeonato Francês e Copa da França – elevou o status do clube. A festa no norte da França em virtude da conquista inédita do torneio nacional repercute até hoje na região.
Guy Roux já estava há 32 anos no cargo e tinha o trabalho reconhecido pela constante construção de uma equipe vencedora.
A evolução se mostrava nítida sob comando do ídolo. Na temporada 1995/96, o projeto estava enfim amadurecido.
Apesar disso, havia pedras no caminho. Os poderosos PSG e Monaco e o competitivo Nantes eram algumas delas. Sem muito alarde e contratações impactantes, a base sólida era o trunfo do Auxerre para vencer.
Porém, uma contratação, em especial, foi de suma importante para o Auxerre. O zagueiro Laurent Blanc. Aos 30 anos, o defensor vinha do Saint-Étienne, sem o status que teria anos depois, para transformar a história alviceleste.
Um gigante em forma de liderança e espírito. Foi ele o líder de que um time que ainda contava com Alain Goma e Taribo West na defesa; Philippe Violeau, Sabri Lamouchi e Moussa Saïb no meio-campo; Laslandes e Martins no ataque, além, é claro, do rápido Bernard Diomède, que mais tarde se transferiu para o Liverpool.
No total, foram 72 pontos ganhos em 38 partidas, com 22 vitórias, seis empates e 10 derrotas. A artilharia da equipe ficou com Corentin Martins, que fez 13 gols – oito atrás do primeiro colocado, o brasileiro Sonny Anderson, do Monaco.
Na final da Copa da França, diante do Olympique Nimes, Blanc e Laslandes lideraram a virada. O gol do atacante saiu aos 43 minutos e decretou a segunda taça no mesmo ano. Um título que fechava com chave de ouro uma temporada perfeita.
Foi a primeira e ainda única conquista do Auxerre na história do Campeonato Francês. Já a competição de mata-mata foi a segunda do clube alviceleste, que hoje possui quatro troféus dela. Sem dúvida, o auge de uma história lendária.