As maiores zebras do futebol olímpico – Parte II

As maiores zebras do futebol olímpico – Parte II

Confira a segunda parte do especial, com mais resultados surpreendentes nas Olimpíadas

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O espírito olímpico pode ser descrito de várias formas, mas normalmente quando se fala sobre os triunfos nos Jogos, uma palavra que costuma se repetir é “superação”. Uma virtude praticamente obrigatória para todos os atletas tidos como azarões que tentam surpreender os gigantes.

É assim que surgem as zebras, inclusive no futebol olímpico, como já vimos nos cinco casos descritos na primeira parte deste especial. Para completar essa história de resultados surpreendentes, confira agora a segunda parte:

1988 – Zâmbia 4×0 Itália

De um lado, uma das maiores potências do futebol, com três títulos mundiais conquistados até então. Do outro, uma seleção que realizava sua primeira grande competição fora do continente africano. As apostas pareciam ser óbvias, mas a lógica não prevaleceu.

No jogo válido pela segunda rodada, o favoritismo da Itália parecia ainda maior por conta do desempenho das equipes nos jogos anteriores. A Zâmbia não saiu de um empate em 2×2 na estreia contra o Iraque, enquanto a Azzurra passou por cima da Guatemala com um impiedoso 5×2.

Mas o estádio em Gwangju veria uma zebra passeando em grande estilo. Com um futebol envolvente, a Zâmbia triturou a renomada defesa da Itália, com gente do calibre de Mauro Tassotti e Ciro Ferrara.

A estrela da noite foi Kalusha Bwalya, autor de três gols, que na temporada seguinte garantiria uma transferência para o PSV Eindhoven, muito devideo ao seu desempenho na Olimpíada de Seul. Jonson Bwalya completou o placar: 4-0. A Itália acabaria se recuperando e chegando às semis, mas o vexame histórico permaneceu marcado.

1988 – Austrália 1×0 Iugoslávia

A surpreendente partida entre Zâmbia e Itália ficou marcada como a maior zebra dos Jogos Olimpícos daquele ano, mas não foi a única. Um dia antes o torneio já havia sido palco de um resultado que pouca gente esperava.

Reconhecida e temida pela capacidade de produzir jogadores de técnica apurada, a Iugoslávia havia conquistado duas medalhas de prata no futebol olímpico e teoricamente não teria problemas contra a Austrália, país onde o esporte ainda engatinhava.

Mas a tradição não foi suficiente, e nem mesmo o esforço do grande craque iugoslavo daquele time, o cerebral Dragan Stojkovic. Em um clássico duelo do tipo “ataque contra defesa”, a Austrália soube aproveitar uma das poucas chances que teve para abrir o placar no início da segunda etapa e segurar o 1×0 até o fim.

1996 – Japão 1×0 Brasil

Ronaldo tenta fugir da dura marcação japonesa (Foto: Divulgação/FIFA)

Quando se fala do futebol nos Jogos Olimpícos de 1996, em Atlanta, a primeira imagem que vem à cabeça para os brasileiros é da dolorida e inesperada derrota para a Nigéria na semifinal, a partida que consagrou o “perigoso” Nwankwo Kanu.

Mas aquela ótima geração brasileira, com nomes do calibre de Ronaldo, Rivaldo e Roberto Carlos, já havia sido surpreendida logo na estreia da competição, no Orange Bowl de Miami. Na ocasião, os algozes foram os japoneses, que aproveitaram uma falha de Dida para sair na frente aos 27 do segundo tempo.

O nervosismo tomou conta da seleção canarinho, que não conseguiu se recuperar a tempo. O empate não veio, e sacramentou a derrota que nem o mais otimista dos japoneses poderia prever.

2000 – República Tcheca 2×3 Kuwait

A República Tcheca não chega a ser considerada uma das gigantes no futebol, mas ainda assim havia obtido resultados expressivos no esporte, entre eles o ouro olímpico nos Jogos de Moscou, em 1980, quando ainda fazia parte da Tchecoslováquia.

Com isso, nada mais justo que considerar os tchecos liderados por Jankulovski e Baros os francos favoritos no duelo contra o Kuwait, válido pela segunda rodada. Ambas as equipes precisavam da vitória para se recuperar dos tropeços na estreia. E os azarões conseguiram, de virada.

Marek Heinz abriu o placar para a República Tcheca logo aos 2 minutos, indicando o que parecia ser uma vitória fácil. No segundo tempo o Kuwait reagiu, e com dois gols de Saeed e um de Al Mutairi disparou na frente do placar. Os tchecos ainda diminuíram nos acréscimos, com Lengyel, mas era tarde.

2004 – Portugal 2×4 Iraque

O empate em 0x0 com o Brasil na Olimpíada do Rio não foi a única vez em que o Iraque se tornou a pedra no sapato de um favorito. Em 2004, a seleção portuguesa, embalada pelo jovem craque Cristiano Ronaldo, sentiu a força da seleção do Oriente Médio.

Portugal ainda contava com outros atletas de renome na Europa, como Hugo Almeida, Bruno Alves e Bosingwa, e abriu o placar no início da partida com um gol contra. Mas pouco tempo depois o Iraque empatou com um gol de Emad Mohammed.

O jogo continuou em ritmo acelerado. Hawar Mohammed virou para o Iraque, e Bosingwa igualou novamente pouco antes do intervalo. Na volta para o segundo tempo, os iraquianos se mostraram mais inteiros fisicamente, e alcançaram a vitória com gols de Mahmou e Sadir.

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