Eles são tradicionais e campeões mundiais por quatro vezes. Porém, a Itália não vive bom momento quando o assunto é seleção. Nas últimas três edições da Copas, a Azzurra caiu na fase de grupos. Em 2018, um resultado ainda pior: sequer se classificou.
Se o cenário atual não é dos mais otimistas, o time que irá iniciar este ciclo de Eurocopa 2020 deixa o torcedor um pouco mais calmo. Mas é na base que o cenário melhora. Em 2018, dois grandes resultados demonstram as boas gerações que estão surgindo.
Em maio, a seleção sub-17 ficou com o vice-campeonato do Europeu. No sub-19, o resultado foi o mesmo. Ambas finais que deixaram a sensação de poder mais. As belas campanhas, entretanto, não foram de capazes de tirar a equipe do jejum de praticamente 15 anos sem títulos na base.
Seleção ao ataque
Diferentemente das ideias já estabelecidas pelo público de seleções “retranqueiras”, as gerações /99, /00 e /01 foram o oposto disso. No Euro Sub-17, a Itália sofreu na defesa, com sete gols sofridos em cinco partidas. Já o ataque foi muito bem: 10 tentos.
O sub-17 foi um pouco melhor na defesa, com cinco gols sofridos. O ataque foi bem: sete gols feitos. Nas decisões diante de Portugal e Holanda, respectivamente, ficou a sensação de que o jogo poderia ter sido outro sem falhas de marcação constantes. No sub-19, Portugal venceu por 4 a 3. Já no sub-17, holandeses e italianos empataram em 2 a 2.
Esquemas parecidos e o “craque”
Ambas as seleções usaram – várias – a formação do 4-3-1-2, quase um Milan dos anos 2000. A função de armador e “camisa 10” foi importante nas campanhas. E ambos atletas de extrema qualidade e potencial exerceram com talento a função.
Nicolo Zaniolo, da Roma, era o meia do sub-19. Jogador capaz de exercer praticamente todas as posições do setor – mais recuado ou como um 10.
Recentemente vindo da Inter de Milão, Zaniolo se destacou tanto que já foi convocado para a seleção principal sem sequer ter feito a estreia como profissional em seu clube, seja Inter de Milão, anteriormente, ou Roma. Foram três assistências na competição.
Na equipe sub-17, a função foi de um Nicolo também, mas Fagiolo, da Juventus. Com quatro assistências, ele distribuiu bons passes no torneio. Além da capacidade de passar, o camisa 10 possui bom drible, chute e muita criatividade. Possivelmente, um dos melhores da geração. O jogador conseguia controlar mais o jogo, tendo à disposição dois atacantes muito técnicos.
O sub-19 já possui meio-campistas mais técnicos e capazes de segurarem a bola e ditarem o ritmo. Destaques para Filippo Melegoni, do Pescara, Davide Frattesi, da Roma, e Sandro Tonali, do Brescia. Volantes que fazem jus à linhagem liderada por Pirlo nos últimos anos.
As duas gerações possuem qualidade para integrar a seleção italiana nos próximos anos, conforme o Alambrado escreveu. E se depender da base, o tetra logo vira só lembrança.