Regressos triunfais do mundo da bola

Regressos triunfais do mundo da bola

Eles inspiram Oswaldo de Oliveira a reeditar o sucesso de quase 20 anos atrás no Corinthians.

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Ser bem-sucedido em uma passagem de tempos atrás por um clube de futebol, na maioria das vezes, não garante que uma tentativa futura de regresso dê certo. O tempo não somente costuma eliminar certos detalhes do passado, como também faz mal à maioria dos envolvidos com o esporte.

É raro, mas há situações em que os prognósticos negativos simplesmente vão por água abaixo. É no que crê Oswaldo de Oliveira em seu retorno ao Corinthians, clube em que começou a carreira de técnico, há quase duas décadas, e no qual obteve suas maiores glórias.

O Alambrado traz alguns exemplos:

Cruyff

Maior nome da história do Ajax, Cruyff encantou o mundo entre 64 e 73. Títulos, grandes jogadas e inovações táticas marcaram sua expressiva passagem. Saiu para brilhar no Barcelona ao longo da década de 70.

Voltou para casa aos 34 anos, sob muita desconfiança. Sua última passagem havia sido pelo Levante, da Espanha, que disputava a segunda divisão. Cruyff passou despercebido pela modesta equipe espanhola.

Não foi tão impactante quando em sua primeira passagem, mas o astro holandês reafirmou sua condição de craque incontestável. Liderou a equipe a um bicampeonato nacional. Não quiseram renovar seu contrato por conta de sua idade avançada, e Cruyff assinou com o rival Feyenoord. Venceu a taça e a Copa, e se aposentou.

Zico

 

Zico: campeão brasileiro em 1987 (Foto: Reprodução)
Zico: campeão brasileiro em 1987 (Foto: Reprodução)

 

Jogador de uma cor só em clubes brasileiros, o ídolo do Flamengo construiu sua carreira entre 1971 e 1983. Depois de doze anos de conquistas em seu clube de coração, o meia aceitou o desafio de jogar na Itália.

Retornou em 1985, já aos 32 anos, com algumas dúvidas sobre seu futebol – isso aumentou ainda mais com uma grave lesão que o tirou do restante da temporada. Quando estava para voltar no ano seguinte, muitos duvidavam de sua capacidade.

Mas Zico voltou com tudo. Seguiu como grande estrela do Flamengo, voltou a disputar Copa do Mundo e conquistou títulos: o Carioca de 86 e o Brasileirão de 87, polêmicas à parte.

Romário

Se há algum especialista em retornos que contrariam as expectativas, é Romário. O craque explodiu no futebol na década de 80, revelado pelo Vasco, marcando uma centena de gols antes de se mudar para a Europa.

Voltou em 2000, já aos 34 anos, mas ainda não desconfiavam de seu futebol. Tinha sido artilheiro em todos os clubes pelo qual passou neste intervalo. Ficou até 2002, quando a torcida clamava por sua convocação para a Copa, após 137 gols marcados e quatro títulos: Brasileiro, Mercosul, Taça Guanabara e Taça Rio.

O terceiro retorno foi muito mais contestado. Aos 39 anos, em 2005, vinha de um ano ruim no Fluminense, algo raro em sua carreira. Enquanto muitos debatiam sobre sua aposentadoria, o Baixinho respondeu dentro e fora do campo: foi o artilheiro daquele Brasileirão, com 22 gols, e de quebra ainda recebeu a Bola de Prata da Placar.

Mesmo na quarta passagem pela Colina, já em busca do milésimo gol, o atacante não desapontou. Teve média de gols alta e fez o histórico tento em uma partida do Brasileirão, contra o Sport.

Tite

O próprio ídolo corintiano passou por situação semelhante no ano passado. Campeão de tudo em sua segunda passagem pelo clube, o técnico não conseguiu fazer o time render em 2013, quando tinha uma defesa forte, mas não conseguia marcar gols.

Tite foi “desligado” pela diretoria, que trouxe de volta Mano Menezes. Quando Mano fracassou, em um ano morno para o Corinthians, o anúncio do retorno de Tite em 2015 foi visto com apreensão pela torcida. Uma passagem ruim poderia diminuir seus feitos históricos?

Mas o professor surpreendeu. Transformou um time que parte da imprensa previa que iria lutar contra o rebaixamento em uma das mais empolgantes equipes do Brasileirão nas últimas décadas. Foi campeão novamente e saiu para a seleção com uma aura ainda maior.

Carlos Bianchi

Onipresente na história do Boca Juniors, o lendário técnico argentino teve três passagens pelo tradicional clube sul-americano. Na primeira, entre 1998-2001, foi campeão de tudo: Argentino (4), Libertadores (2) e Mundial (1).

Tirou um ano sabático em 2002, tal qual Tite, e retornou em 2003 para novamente levantar o troféu da Libertadores e do Mundial de Clubes. Na terceira passagem, contudo, não obteve êxito: passou em branco em 2013 e 2014, foi demitido e não voltou a treinar equipes de futebol desde então.

Luxemburgo

O “pofexô” viveu o auge da carreira no galáctico time do Palmeiras da década de 1990. Em duas passagens, acumulou títulos e transformou jovens de potencial em craques badalados.

Teve uma passagem apagada quando voltou em 2002, no entanto. Naquele mesmo ano, a equipe foi rebaixada para a Série B. Isso aumentou a desconfiança quando o técnico para sua quarta passagem pelo Palestra Itália, em 2008.

Luxa, contudo, foi bem. Levantou o título Paulista de 2008, o primeiro após o rebaixamento de 2002, muito festejado pela torcida alviverde. Acabou demitido no ano seguinte não por maus resultados, mas por desentendimentos com a diretoria.

Levir Culpi

Importante na história do Atlético-MG, Levir já passou quatro vezes pela equipe de Belo Horizonte. Apenas na segunda passagem, em 2001, não conseguiu títulos.

Em 1995, foi campeão mineiro. Em 2006-07, ajudou a reerguer o clube, conquistando a Série B e, no ano seguinte, o estadual. Na última passagem, mesmo veterano e um tanto esquecido, após anos de futebol japonês, provou ter sido a escolha certa para substituir Cuca, apesar da desconfiança inicial.

Nesta última passagem, Levir ajudou o clube a conquistar a Copa do Brasil e o Campeonato Mineiro do ano passado. Saiu do Galo como vice-campeão Brasileiro.

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