Passado, presente e futuro uruguaio

Passado, presente e futuro uruguaio

Ligação entre a seleção celeste e as duas principais equipes do país vai além da nacionalidade

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No dia 14 de junho vimos a realização de mais um Peñarol x Nacional no estádio Centenário. Em um dos clássicos mais tradicionais e acirrados do mundo, os dois clubes protagonizaram um jogo muito movimentado e, claro, com cenas lamentáveis, desta vez partindo da torcida Carbonera. Jogo que não acabou, mas que consagrou o Nacional com campeão uruguaio mais uma vez.

O intuito do texto não é discutir a partida ou contar um pouco da história desse grandioso clássico. A tentativa será fazer um comparativo entre os atuais elencos e traçar uma analogia com o momento recente do futebol uruguaio.

A fase que já foi muito ruim voltou a ser boa, mas não no mesmo nível dos anos gloriosos. Simultaneamente, as categorias de base “Charruas” evoluem e demonstram bons resultados. Cada vez mais se aposta no retorno de uma grande Celeste. Porém, falta uma afirmação maior a muitos jogadores que saem como promessas. Exemplos não faltam, mesmo que algumas exceções tentem contrariar essa linha de pensamento – Suárez, Cavani e Forlán.

Vista aérea do histórico estádio Centenário de Montevidéu (Foto: Divulgação/auf.uy)
Vista aérea do histórico estádio Centenário de Montevidéu (Foto: Divulgação/auf.uy)

Os dois grandes clubes uruguaios não têm estabilidade nem grandes destaques nas competições continentais há algum tempo. Hoje, os dois elencos são formados quase que da mesma maneira: Veteranos talentosos, promessas que não brilharam na Europa e jovens com talento que ainda buscam seu espaço. É o passado, presente e futuro uruguaio. O ontem, hoje e amanhã dos dois rivais.

Passado em alta

Antonio Pacheco – 39 anos – Peñarol

Nunca foi craque, mas sempre foi muito útil por onde passou, exceto na Inter de Milão, onde quase não atuou. Atacante de boa qualidade técnica, Pacheco surgiu no Peñarol ainda em 1994.

Tony Pacheco é um grande ídolo do Peñarol (Foto: Reprodução/sportal.com.au)
Tony Pacheco é um grande ídolo do Peñarol (Foto: Reprodução/sportal.com.au) 

Foram quase cem partidas na primeira passagem e mais de 50 gols até 2000. Após rodar por vários clubes europeus e ter uma curta passagem pelo Peñarol em 2003, voltou ao clube Carbonero, desta vez definitivamente, em 2007, permanecendo por lá mais quatro anos, em uma história grandiosa. Foram mais de 100 jogos e 54 gols, além do vice-campeonato continental. Após um ano no Montevideo Wanders, retornou ao Aurinegro em 2012.

A idolatria pelo ídolo cresceu ainda mais. Já são mais de 400 partidas com a camisa do Peñarol e cerca de 140 gols. Uma lenda do século na equipe aurinegra. Uma camisa que combina com Antonio Pacheco.

Álvaro Recoba- 39 anos- Nacional

Outro quase “quarentão” que ainda brilha no Uruguai. Formado pelo Danúbio e com passagem pelo Nacional na temporada 1996-97, não tem a mesma identificação com seu clube que Antonio Pacheco, mas tem muita categoria. Foram quase 10 anos de futebol italiano e brilho na Inter de Milão.

Recoba ainda é o craque do Nacional (Foto: Reprodução/meiovoleio.blogspot.com)
Recoba ainda é o craque do Nacional (Foto: Reprodução/meiovoleio.blogspot.com)

“El Chino” foi, e ainda é, um camisa 10 de respeito. Até o surgimento de Suárez, disputava com Forlán a condição de ídolo nacional. Foram 69 jogos e 11 gols com a camisa Celeste. Chegou ao Nacional em 2011, já aos 35 anos. Porém, mesmo com a idade avançada e o histórico de lesões, conseguiu virar ídolo. Peça importante nos quatro títulos que alcançou com o clube atual.

Presente da afirmação

Emilio MacEachen – 23 anos – Peñarol

Zagueiro que surgiu com muita força em 2011, quando tinha apenas 19 anos, MacEachen chegou a ser promessa para atuar na seleção uruguaia. Com apenas 16 partidas, foi vendido para o Parma em 2012. Porém, com apenas uma temporada e sem receber nenhuma chance em solo italiano, voltou para o clube de origem.

Talento que pôde ser visto no último Campeonato Uruguaio. Confirmação de um jovem promissor que não foi bem na Europa, assim como seu companheiro de Peñarol, Urretaviscaya.

Diego Arismendi – 27 anos – Nacional

Surgiu como um foguete no fim da década passada. Muito forte fisicamente, o volante foi um dos pilares da ótima campanha do Nacional na Libertadores 2009, quando chegou às semifinais. Logo depois, foi vendido como meio-campista promissor para o Stoke City. Na Premier League, não recebeu uma chance sequer.

Rodou por clubes menores na Inglaterra: Brighton & Hove Albion, Huddersfield Town e Barnsley. Em nenhum deles obteve grande destaque. Voltou para o Nacional em 2013, onde é peça importante da equipe desde então, assim como o companheiro Ignácio Gonzalez.

Futuro que dá gosto

Federico Valverde – 17 anos – Peñarol

A grande promessa em anos do Peñarol. Craque de apenas 17 anos e que foi um dos destaques da seleção uruguaia no último Sul-Americano Sub-17. Com um chute excepcional e uma excelente capacidade técnica, promete ser um dos novos astros do futebol local.

É um dos jogadores mais cobiçados do Peñarol e pode sair rapidamente da equipe. Até lá, deve encantar os torcedores com muitos gols. Bengochea, técnico do Peñarol, afirma nunca ter visto um jogador com tanto potencial.

Gáston Pereiro- 20 anos- Nacional

A joia do clube uruguaio. Meio-campista clássico, joga como se estivesse treinando em casa. Muita qualidade e ótima visão de jogo. Coqueluche do futebol nacional, já é peça importante da equipe do Nacional.

Já são 12 gols em 46 partidas. Números excelentes para um jogador tão jovem e já cobiçado por grandes europeus. Tem futebol e talento para chegar à seleção profissional e ser peça importante na equipe Celeste.

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