Finalizada na última quarta-feira (27), em Medellín, a Copa Libertadores da América consagrou o Atlético Nacional, dono do futebol mais vistoso e de uma campanha praticamente irretocável. Só a derrota por 1 a 0 no jogo de ida contra o Rosario Central, na Argentina, manchou a vitoriosa caminhada até o bicampeonato “verdolaga”.
Mesmo tendo terminado há poucos dias, porém, o glorioso torneio continental já deixa saudade no coração do torcedor e uma grande lacuna nas noites do meio da semana.
Entre os fatos insólitos ocorridos, além de golaços, acidentes, festas e brigas, o Alambrado lista abaixo alguns dos fatores que tornaram essa edição do certame tão memorável. Você lembra de algum item para acrescentar nessa relação?
1-) Apesar dos esforços referentes à segurança para diminuir o clima de hostilidade na Libertadores, dado o conhecido histórico de arremesso de objetos em campo por parte da torcida local contra os visitantes, houve um registro curioso no jogo entre Racing e Boca Juniors, pela penúltima rodada da fase de grupos, no El Cilindro, em Avellaneda.
Com a vitória por 1 a 0 no fim do segundo tempo, o goleiro boquense Orión, ao cobrar tiro de meta, foi alvo de um vidro de perfume. Isso mesmo. Alguém levou um recipiente da fragrância para o estádio e, em um ato descontrolado, arremessou-o contra o arqueiro, que não foi atingido. “Já estamos acostumados”, disse Orión em entrevista.
2-) O São Paulo viajou até a Venezuela para encarar o Trujillanos. Como parte do protocolo da Conmebol, os jogadores do Tricolor se perfilaram antes do jogo para ouvir o hino nacional brasileiro, mas foram surpreendidos quando a organização trocou as músicas e executou o hino da Argentina. Só Centurión e Bauza entenderam a confusão.
3-) O Corinthians visitou a cidade de El Salvador, no meio do deserto do Atacama, no Chile, para enfrentar o Cobresal, então único invicto na história da Libertadores. Com 12 minutos de bola rolando, houve talvez a queda de energia mais rápida da história do torneio. O jogo ficou um bom tempo sem iluminação, e por isso o juiz só apitou o fim do primeiro tempo com quase 65 minutos.
4-) Quando a equipe comandada por Tite recebeu o Cerro Porteño em Itaquera, o técnico venezuelano César Farías quase perdeu as estribeiras com um gandula, aos 20 minutos do segundo tempo. Com a derrota dos paraguaios por 2 a 0, o treinador reclamou da reposição e tentou a bola tirar das mãos do rapaz, que sinalizava que já havia outra em campo. Apesar da rispidez, eles não chegaram às vias de fato.
5-) Outra vez o Alvinegro do Parque São Jorge, desta vez em jogo diante do Cobresal na Arena Corinthians. Cumprido o minuto de silêncio em respeito às vítimas de um terremoto do Equador, tudo pronto para o apito inicial, certo? Quase tudo. O árbitro uruguaio Andres Cunha mandou Rodrigo Reyes trocar o meião, que estava cortado na parte do pé, antes de começar o duelo. O jogador, então, sentou à beira do gramado e colocou o novo meião ali mesmo, atrasando bastante a saída de bola.
6-) Atuando no Estádio Monumental David Arellano, contra o Colo-Colo, pela fase de grupos, o Atlético-MG recebeu a melhor proteção possível para cobrar escanteio perto da torcida rival, ainda no primeiro tempo.
Um assistente de campo ergueu, atenção, um guarda-sol (!) para livrar o equatoriano Juan Cazares das gentilezas vindas das arquibancadas. Equipamento indispensável em qualquer partida.
7-) Libertadores não é Libertadores sem invasão animal. E 2016 não deixou a desejar. O Deportivo Táchira se lançava ao ataque para abrir o placar contra o Pumas quando o juiz, de maneira misteriosa, interrompeu o jogo aos 7 minutos. O motivo? Um alegre e simpático cachorro entrou no gramado para fazer parte do espetáculo. Como não pode haver mais de 22 jogadores, ele foi gentilmente retirado do campo.
8 -) A festa nas arquibancadas demonstram a paixão dos torcedores por seus clubes, e quando eles têm liberdade para organizar grandes recebimentos, o torneio fica mais charmoso ainda. Em 2016, a torcida do Atlético Nacional deu show em algumas oportunidades, mas não foi a única. O Nacional-URU, o São Paulo, o Corinthians, o Deportivo Cali e o Rosario Central também foram alguns dos times que sentiram a vibração de seus fãs.
9-) Como sempre se espera, embora alguns não manifestem publicamente esse desejo, também houve cenas lamentáveis. Talvez a mais memorável foi no duelo épico entre Atlético Nacional e Rosario Central, com expulsão, virada no último minuto e um princípio de confusão generalizada. Mas a turma do “deixa disso” apaziguou os ânimos.
10-) Lá atrás, ainda na fase da pré-Libertadores, o ônibus que transportava a delegação do Huracán sofreu um acidente no caminho para o Aeroporto de Caracas, na Venezuela, depois da classificação do time argentino para a fase de grupos do torneio. O veículo, que havia saído do hotel, perdeu o freio e capotou na estrada. Por sorte, ninguém ficou gravemente ferido.
BÔNUS
Golaços. Essas obras de arte, juntamente com belos dribles, são sempre bem-vindas em qualquer situação. E não faltaram finalizações plásticas e jogadas bem trabalhadas nesta Libertadores. Marlone, Borja, Ganso e outros jogadores contribuíram de modo precioso para enriquecer o acervo audiovisual da Copa mais cobiçada da América.