A Copa do Brasil Sub-20 teve um protagonista cheio de brilho. Pela segunda vez consecutiva, o São Paulo levou o torneio de forma invicta e, novamente, mostrando desempenho sólido sob comando de André Jardine – treinador que já acumula 37 títulos na carreira. Na final, nem mesmo a forte equipe do Bahia foi capaz de desbancar uma hegemonia que se iniciou em 2015.
Por permitir o uso de atletas nascidos a partir de 1996, muitos atletas que chegaram ao profissional voltaram à competição para readquirir ritmo e fechar o ciclo com chave de ouro. No São Paulo, por exemplo, Auro, Artur e Pedro reforçaram o time na fase final.
Os números da campanha tricolor reforçam a ótima fase da equipe sub-20 – que em 2016 já tinha conquistado a Copa Ouro e a Libertadores. Foram 22 gols e cinco tentos sofridos em nove jogos.
O vice-campeonato ficou para o Bahia, do vice-artilheiro da competição – o atacante Kainan, que marcou cinco gols. Destaques também para os meio-campistas Hugo Freitas e Mayron, e o centroavante João Paulo, emprestado pelo São Paulo.
Aliás, Bahia e Sport, outro semifinalista, seguiram com a tradição dos nordestinos na Copa do Brasil Sub-20. Em cinco edições, a região acumulou um título (Vitória, em 2012), dois vice-campeonatos (Vitória, em 2013, e Bahia, em 2016), e duas semifinais (Bahia, em 2013, e Sport,em 2016).
O outro semifinalista deste ano foi o reforçado Cruzeiro. Com Joanderson, Caio Rangel e parte do elenco que ficou no quase na Copa São Paulo, a semifinal mais uma vez foi o entrave para a conquista do título.
Diante de um panorama competitivo e de qualidade técnica, o feito do São Paulo é admirável. Um dos últimos ensaios para a Copinha, a Copa do Brasil Sub-20 servia para atentar a alguns jogadores que podem se destacar na grande competição que ocorre em janeiro. Como de costume, o Alambrado escolheu alguns destaques para a seleção do torneio.
Seleção formada em um 4-3-3
Goleiro
Lucas Perri- 10/12/1997- São Paulo
Uma das maiores promessas da posição nos últimos anos, Perri evoluiu muito nessa temporada. Além de mais agilidade, mostrou segurança nas saídas do gol e muita tranquilidade. Deve estar entre os profissionais no ano que vem.
Lateral-direito
Foguete- 02/01/1996- São Paulo
Apesar de algumas críticas quanto ao seu potencial técnico, Foguete fez bom torneio. Discreto, ocupou, como nos últimos dois anos, a posição no sub-20, e mais uma vez levou o título. São seis conquistas pelo clube nos últimos dois anos.
Zagueiros
Adryelson- 23/03/1998- Sport
Joia da zaga do Sport, Adryelson fez parte da segunda menor média de gols entre os finalistas. Foram seis tentos sofridos em oito partidas. Rápido, com boa técnica e muito raçudo, o zagueiro esteve no Sul-Americano Sub-17 de 2015 com a seleção brasileira.
Lucas Kal- 16/03/1996- São Paulo
Membro frequente entre os titulares do São Paulo desde 2013, Kal é um dos membros restantes da geração /96 do clube que ainda está na base. Multicampeão, terminou o ciclo com mais uma conquista. Liderou a defesa do São Paulo, a menos vazada do torneio. Muito técnico.
Lateral-esquerdo
Junior Tavares- 07/08/1996- São Paulo
Vindo do Grêmio ainda neste ano, Junior se adaptou bem ao time. Lateral de apoio, mas que marca bem, já é apontado como possível aposta da equipe profissional na próxima temporada. Chegou a atuar pelo time principal do Grêmio.
Meio-campistas
Éder Militão- 18/01/1998- São Paulo
Volante/zagueiro de ótima qualidade técnica, Militão atuou no meio-campo na Copa do Brasil. Fez partidas de alto nível, como na primeira semifinal diante do Sport, no Morumbi. Alto e de muita imposição física, possui muita maturidade. Tem ótimo senso tático e se posiciona bem.
Mayron- 18/11/1996- Bahia
Meio-campista dinâmica, vestiu a 10 do Bahia na competição. Surgiu no Audax, do Rio de Janeiro, e chegou ao Bahia como promessa da posição. Já havia feito bom 2015, e reafirmou o status com muitas jogadas de efeito. Fez um gol e distribuiu diversos passes efetivos.
Shaylon- 27/04/1997- São Paulo
Emprestado pela Chapecoense ao São Paulo em 2015, Shaylon teve seu auge na Copa do Brasil Sub-20. Com a 10 nas costas, chamou a responsabilidade, foi o artilheiro do torneio, com seis gols marcados, e deu show na final. O melhor jogador da competição. Parece estar maduro para os profissionais.
Atacantes
Raniel- 11/06/1996- Cruzeiro
Talento nato, Raniel voltou à velha forma no empréstimo do Santa Cruz. No clube mineiro, liderou a equipe até as semifinais, quando era o melhor jogador do time. Sem ele, caiu para o Bahia e perdeu o brilho do setor ofensivo. Dos quatro gols marcados, dois foram pinturas.
Kaynan- 16/07/1997- Bahia
Marcou cinco gols na competição, apesar de não ser centroavante e atuar aberto. Rápido, incomoda os zagueiros adversários com sua leveza. Deve integrar a equipe do Bahia que vai forte em busca do título.
Caique- 14/06/1998- São Paulo
Até o sub-17, Caique era um dos laterais-esquerdo mais promissores do país. No seu primeiro ano de sub-20, Jardine o testou no ataque, atuando aberto – em função de suas qualidades ofensivas. Deu certo. O atacante vem fazendo gols e dando assistências, cmo pôde ser visto nas duas partidas contra o Bahia.
Técnico- André Jardine- São Paulo
Com 37 títulos na carreira, e campeão de tudo pelo São Paulo – do Paulista à Libertadores, Jardine conta com prestígio no clube. Consegue dar padrão de jogo ao time e faz com que a equipe seja hegemônica no sub-20. Foi treinador da equipe principal em dois jogos neste ano.