O futebol não para na Europa mesmo durante as férias dos principais clubes do continente e o encerramento das ligas mais famosas. Para curar a abstinência dos fanáticos pelo esporte no mês de julho, uma boa pedida é a fase decisiva do Europeu Sub-19, iniciada ontem (06).
O torneio é organizado pela UEFA e conta com oito fortes seleções em busca do título da categoria. Mantendo a tradição de acompanhar tudo o que acontece nas categorias de base, o Alambrado preparou um Guia apresentando os prováveis destaques desta edição, que acontece na Grécia. Confira:
Grupo A
Grécia
Em meio à crise econômica e um dos piores momentos de sua história recente, a Grécia sedia o Europeu Sub-19 buscando alegrar seus fanáticos torcedores e tentando ser uma espécie de rota de fuga para tantos problemas atuais.
Para sorte da seleção treinada por Giannis Goumas, o grupo A é equilibrado e conta com apenas uma grande potência. Para repetir a melhor campanha na competição – os vice-campeonatos conquistados em 2007 e 2012 -, os gregos confiam em um time bem compacto.
No último amistoso, disputado contra o Chipre, a Grécia venceu por 1 a 0 e demonstrou a sua força defensiva. Mas se você está pensando que os gregos apenas defendem, está bem enganado.
Os principais jogadores da seleção atuam do meio para frente. A concorrência no setor ofensivo é grande. O trio formado por Donis, da Juventus, Pozoglou, do PAOK, e Vergos, do Olympiacos, impõe respeito. Koulouris, jogador do PAOK, é outro que pode chamar a atenção.
No meio-campo, Orfanidis é quem dita as regras. O camisa 10 já se destaca no Xanthi e deve liderar o setor da seleção que busca surpreender a todos.
Ucrânia
Uma das surpresas positivas do Mundial Sub-20 deste ano, os ucranianos buscam ratificar a boa fase nas categorias de base. Com alguns atletas que estiveram na Nova Zelândia, o objetivo é de, no mínimo, chegar até as semifinais.
Tradicional na categoria, onde conquistou o título de 2009, a Ucrânia conta com uma geração excelente para ir longe. Invicta na fase de qualificação, a equipe do treinador Oleksandr Holovko conta com dois atletas especiais.
Viktor Kovalenko, do Shakhtar Donetsk, e Valeriy Luchkevych, atleta do Dnipro, já são considerados os grandes craques da categoria no país. Meio-campistas técnicos e habilidosos, formam uma dupla deve impressionar também em solo grego.
Em uma seleção bem caseira e muito entrosada, os dois podem ser os diferenciais nas partidas mais difíceis. Na frente, o prodígio Maryan Shved, já titular do Karpaty Lviv, é a esperança de gols.
Ele foi o grande herói da classificação para a fase final, marcando três gols na etapa de qualificação. Atacante de puro talento, mesmo mais jovem que a maioria dos companheiros.
França
Vivendo uma excelente fase nas categorias de base e atual campeã europeia Sub-17, a França vem para o Europeu Sub-19 como uma das favoritas.
Com sete títulos da competição, a seleção do técnico Patrick Gonfalone busca mais uma conquista para uma das maiores seleções da categoria.
No Elite Round, os franceses eliminaram a forte seleção inglesa. Agora, após cair em uma chave mais tranquila, o objetivo é avançar às semifinais e buscar a decisão.
A grande estrela da equipe é Kingsley Coman. Meio-campista da Juventus e com grande experiência entre os profissionais, é dele a obrigação de liderar um time ainda pouco experimentado.
Dividindo a responsabilidade no ataque, estão os badalados Maxwel Cornet, do Lyon, e Sehrou Guirassy, do Lille. No meio-campo, Samed Kilic, do Auxerre, e Alexis Blin, do Toulouse, dão boa sustentação, assim como o promissor zagueiro Lucas Hernández, do Atlético de Madrid.
Áustria
Outra seleção emergente tanto nas categorias de base como no time principal. Participou, só nesse ano, do Europeu Sub-17 e do Mundial Sub-20, fazendo campanhas digna nos dois.
Com uma forte geração /96, os austríacos tentam ir bem no Europeu Sub-19, mesmo sem boa parte dos atletas que disputaram o Mundial Sub-20 na Nova Zelândia.
O grande craque da equipe treinada por Hermann Stadler é Sascha Horvath. Comandante do meio-campo e promessa do futebol mundial, é dele a responsabilidade de marcar e armar, características principais do atleta.
Apesar de contar com um ótimo jogador, a principal qualidade da equipe é o jogo coletivo. Mesmo alterando peças, é difícil bater os austríacos.
E fica ainda mais duro quando o atacante Marko Kvasina, do Áustria Viena, está inspirado. Ele marcou cinco gols na fase de qualificação e é um dos pilares para a seleção austríaca voltar às semifinais do torneio.
Grupo B
Alemanha
Os alemães são sempre favoritos nas competições em que entram. Essa afirmação, que já cansou de ser repetida por torcedores e jornalistas, é verdadeira. Ainda mais quando se fala em categorias de base.
Uma das grandes potências mundiais da categoria Sub-20, os germânicos vão fortes para o Europeu Sub-19. O treinador Marcus Sorg conta com três promessas já muito experientes para conquistar o quarto título da competição, o bicampeonato consecutivo.
No setor defensivo, o poço de força Jonathan Tah, do Hamburgo, uma das maiores esperanças entre os zagueiros do país. Mais à frente, no meio-campo, Leroy Sané, jogador do Schalke 04 e uma das grandes surpresas da temporada do futebol alemão.
No ataque, a esperança é o craque Timo Werner. Com sete gols pelo time principal do Stuttgart, o habilidoso atacante tenta encantar na seleção Sub-19, repetindo o destaque que teve na equipe Sub-17, onde foi um fenômeno.
Espanha
Para manter o prestígio das categorias de base, a Fúria busca voltar a fazer uma boa campanha no Europeu Sub-19. Recordista de títulos juntamente à Inglaterra, com nove conquistas, os espanhóis contam com uma equipe bem jovem.
Com algumas das principais promessas do futebol europeu, o técnico Luis de la Fuente busca montar uma equipe equilibrada e entrosada.
No Elite Round, passou tranquila pela boa seleção de Portugal. Com quatro expoentes da ótima geração, a classificação no grupo da morte é vista como possível.
Dos mais jovens, o atacante Borja Mayoral, do Real Madrid, e o lateral Borja San Emeterio, do Racing Santander. Dos jogadores /96, Marco Asensio, promessa do Real Madrid, e Matías Nahuel Leiva, do Villareal, sobram. Promessa de habilidade, técnica e agilidade para vencer as defesas adversárias.
Holanda
A famosa geração /97 holandesa pode começar a dar os primeiros frutos. Com alguns jogadores que foram vice-campeões europeus Sub-17 no ano passado, a Holanda Sub-19 tenta resistir ao grupo da morte.
Com muita técnica e habilidade, além de priorizar o jogo ofensivo, é sempre um prazer acompanhar a Laranja mais que mecânica.
O técnico Aron Winter testa mais uma vez o esquema 4-3-3, paixão e tradição dos holandeses. Nas pontas, os ótimos e habilidosos Bilal Ould-Chikh, agora atleta do Benfica, e Gervane Kastaneer, do ADO Den Haag.
Mais centralizado, o responsável pelos gols é van Amersfoort, do Heerenveen. Ele ajudou na fase de qualificação a manter a equipe holandesa invicta.
Porém, o grande craque da seleção é mesmo Abdelhak Nouri, jovem de raro talento. Além de esperança da seleção, é também o jogador do torneio para se ficar atento. Jogadas espetaculares podem sair dos pés dele e, quem sabe, o gol do primeiro título da Holanda.
Rússia
Contar com uma seleção forte na base é importante, mas a transição para os profissionais é tão primordial quanto. A Rússia carece de uma competência maior neste segundo passo para colher os frutos das equipes mais jovens.
Com bons resultados nas categorias Sub-17 e Sub-19, falta aos russos levar esses jogadores a brilhar na seleção principal. Com uma equipe 100% caseira, o técnico Dmitri Khomukha busca o primeiro título para o país.
Na fase de qualificação, 100% de aproveitamento e goleadas. O ataque espetacular foi comandado por dois jogadores, que são as esperanças para enfrentar os grandes do grupo.
Aleksandr Golovin é o meio-campista clássico que busca cadenciar o jogo e dar as assistências. Com boa experiência no CSKA, é o líder da equipe.
Já o atacante Ramil Sheydaev, jogador do Zenit, é o grande craque da fase de qualificação. Com dez gols em seis partidas, é a promessa de bola na rede. Potencial para chegar ao time principal.