Chegar em uma Copa do Mundo é uma conquista para qualquer seleção, e em um torneio tão curto é importante ter uma coisa em mente: Uma derrota pode colocar tudo em risco. Nesses 88 anos em que a Copa é disputada muitos times foram bem sucedidos na tarefa de não dar aos seus adversários o gostinho da derrota nos 90 minutos (ou 120, no caso de prorrogações).
No entanto, mesmo a difícil missão de passar invicto em um torneio com as melhores seleções do mundo não é garantia de título. Há diversos exemplos de times que acabaram sendo eliminados sem perder uma partida sequer, e é deles que falamos agora.
Brasil
A seleção mais vitoriosa do futebol mundial não escapou da decepção de sair de uma Copa do Mundo sem ser derrotada. E isso aconteceu não apenas uma, mas duas vezes em um curtíssimo espaço de tempo, marcando uma das melhores gerações que o futebol brasileiro já produziu.
Em 1978, com um time que mesclava veteranos de mundiais anteriores, como Leão e Rivelino, com jovens estrelas que brilhariam nas Copas seguintes, casos de Zico e Cerezo, o Brasil sofreu na primeira fase, empatando os dois primeiros jogos, contra Suécia e Espanha, e vencendo a Áustria no sufoco para garantir a classificação.
Na segunda fase, a seleção canarinho melhorou e venceu bem o Peru e a Polônia, além de ter empatado com os anfitriões argentinos. No entanto, graças ao regulamento bizarro da segunda fase e ao suspeito 6×0 da Argentina sobre o Peru, o Brasil acabou eliminado no saldo de gols, restando apenas a decisão do terceiro lugar, contra a Itália. Os brasileiros venceram por 2×1 e se consideraram “campeões morais do torneio”
Oito anos depois, em 86, o regulamento já era outro, mas a decepção foi parecida. Depois de superar Espanha, Irlanda do Norte e Argélia na primeira fase e atropelar a Polônia por 4×0 nas oitavas, o Brasil se viu diante da França de Platini. Careca colocou os brasileiros em vantagem, mas a França empatou. Zico perdeu um pênalti no tempo normal, a partida foi para os pênaltis e os franceses levaram a melhor.
Escócia
Os escoceses têm motivos para se sentirem frustrados com a Copa do Mundo. Mesmo participando oito vezes, jamais passaram da primeira fase. Em 1974 a situação foi ainda mais decepcionante: Depois de uma vitória por 2×0 contra o Zaire na estreia e de segurar um emapte contra o atual campeão Brasil no segundo jogo, os escoceses precisavam apenas de mais uma vitória para passar de fase.
Mas o empate contra a Iugoslávia na última rodada do grupo levou a um tríplice empate dos times na ponta, com os escoceses levando a pior no saldo de gols.
Inglaterra
Mais um time acostumado com decepções, algumas cruéis. Em 1982, a Inglaterra não só foi eliminada invicta como teve a melhor defesa do torneio, sofrendo apenas um gol. Mas os dois empates em 0x0 na segunda fase, contra Espanha e Alemanha, acabaram com as chances de classificação para a semifinal.
Em 2006, mais uma vez o English Team caiu invicto. Nem mesmo uma legião de jogadores consagrados, como Gerrard, Lampard, Beckham e Rooney, conseguiram evitar a eliminação inglesa nos pênaltis contra Portugal, consolidando uma campanha com 3 vitórias e dois empates no torneio.
Camarões
Em 1982, ano de sua primeira participação em Copas, os camaroneses não foram o saco de pancadas que boa parte do mundo do futebol esperava. Em um grupo difícil, que contava com Itália (futura campeã), Polônia e Peru, o time de Roger Milla acabou eliminado ainda na primeira fase, mas sem perder nenhum jogo. A campanha com três empates foi suficiente para preparar Camarões para a boa campanha que viria oito anos depois.
México
Jogar em casa e perder na frente de seus torcedores pode ser trágico, o Brasil que o diga. Em 1986 os mexicanos ficaram com um gosto amargo, mas não por conta de derrotas. mesmo sem convencer muito o time passou da primeira fase com vitórias contra Bélgica e Iraque e um empate contra o Paraguai. Nas oitavas venceram por 2×0 a Bulgária, mas nas quartas veio a impiedosa Alemanha. Depois de 0x0 no tempo normal, os alemães passaram nos pênaltis e acabaram com o sonho dos invictos mexicanos.
Itália
Assim como o Brasil, a Itália teve uma geração que ficou marcada por eliminações invictas. Em 1990, os italianos foram anfitriões do Mundial e fizeram uma campanha impressionante até a semifinal contra a Argentina, vencendo todos os 5 jogos sem tomar gol. E a Itália ainda saiu na frente na semi com um gol de Schillachi, mas Caniggia empatou para os argentinos. Nos pênaltis, deu Argentina. A Itália ainda superou a Inglaterra na disputa de terceiro lugar para encerrar sua participação.
Já em 1998, na França, a mesma geração de Baggio, Maldini e cia. viu o sonho do título cair por terra, mais uma vez nos pênaltis. Depois de empatar com o Chile na estreia, o time venceu Camarões, Áustria e Noruega, e só parou nas quartas contra os franceses, que levaram a melhor nas batidas da marca da cal.
Bélgica
A Itália não foi a única eliminada invicta na Copa de 1998. Mesmo com menos brilho, os belgas também podem dizer que faltou sorte. A seleção que contava com o veterano Scifo e os bons atacantes Wilmots e Nilis foi eliminada do Mundial com três empates, contra Holanda, México e Coreia do Sul.
Irlanda
Os irlandeses igualaram sua melhor campanha em Copas em 2002, chegando às oitavas. A situação poderia ser ainda melhor, considerando que o time não perdeu nenhum jogo. Empates contra Camarões e Alemanha e uma vitória contra a Arábia Saudita deram a vaga para os irlandeses, que só seriam eliminados na segunda fase, nos pênaltis, para a Espanha. Aliás, falando de Espanha…
Espanha
Eliminação invicta já doi, com erro de arbitragem então… Foi o que aconteceu com a Espanha em 2002. O time venceu os três jogos da primeira fase, contra Eslovênia, Paraguai e África do Sul, e passaram nos pênaltis pela Irlanda nas oitavas. No entanto, depois de uma atuação desastrosa do homem do apito no jogo contra a anfitriã Coreia do Sul, a decisão foi para os pênaltis mais uma vez, e nessa não deu para os espanhois.
Argentina
A Argentina foi a seleção que mais encantou durante a Copa de 2006. Depois da vitória na estreia, contra a Costa do Marfim, os hermanos massacraram a Sérvia e Montenegro por 6×0, e empataram com a Holanda na última rodada. Depois, venceram o México na prorrogação das oitavas, chegando nas quartas contra a anfitriã Alemanha. Os argentinos saíram na frente, mas cederam o empate no fim e acabaram sucumbindo nos pênaltis.
Suíça
O ferrolho suíço foi uma expressão bastante usada durante a Copa de 2006. Muito por conta da impressionante postura defensiva do time, que parecia impenetrável. De fato, os suíços caíram do Mundial nas oitavas contra a Ucrânia, mas não só saíram invictos como não sofreram um gol sequer. A campanha teve duas vitórias, contra Coreia do Sul e Togo, e um empate contra a França na primeira fase.
França
A França não escapou da zica de 2006, que teve quatro eliminados invictos. Depois de empatar os dois primeiros jogos, contra Suíça e Coreia do Sul, os franceses venceram Togo por 2×0 e engataram uma boa sequência nos mata-matas, vencendo Espanha, Brasil e Portugal. Na final, enfrentaram a Itália e saíram na frente com Zidane, mas sofreram o empate com uma cabeçada de Materazzi. Nos pênaltis, deu Itália.
Nova Zelândia
Antes de começar a Copa 2010, dificilmente alguém apostaria em uma campanha digna da Nova Zelândia. Mas foi isso que a seleção fez. Não venceu nenhum jogo, mas também não perdeu, o que já estava bem acima do esperado. Empates por 1×1 contra Eslováquia e Itália e um 0x0 contra o Paraguai garantiram não só a invencinbilidade como o terceiro lugar do grupo, a frente da então atual campeã Itália.
Costa Rica
Não faltaram piadinhas no sorteio da Copa do Mundo 2014. O grupo D seria disputado pelas tradicionais seleções da Itália, Inglaterra e Uruguai, e a zebra costarriquenha. Mas os Ticos calaram todos, vencendo Uruguai e Itália e empatando com a Inglaterra. Nas oitavas, vitória nos pênaltis contra a Grécia. A eliminação viria nas quartas, contra a Holanda, somente na disputa de pênaltis.
