Em 10 edições, Série D consagrou 8 estados e já teve público...

Em 10 edições, Série D consagrou 8 estados e já teve público superior ao do Brasileirão

A quarta divisão nacional registra mudanças, curiosidades e recordes desde que foi criada em 2009

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São Raimundo - 2009 - Série D
São Raimundo venceu o Macaé na primeira edição da Série D (Foto: Marcelo Seabra/O Liberal)

O desafio dos 10 anos tomou contas das redes sociais, e o Alambrado se vale do momento para fazer seu comparativo, mas de uma maneira um pouco diferente, afinal, ainda não existíamos em 2009. Naquele ano, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) reformulou o calendário nacional ao diminuir de 64 para 20 o número de clubes na Série C e inaugurar a quarta divisão com 40 participantes. Uma década depois, o que mudou?

Na edição de abertura do torneio, embora o regulamento previsse 40 clubes selecionados através dos estaduais, houve apenas 39, já que o Acre não enviou representante. Na temporada seguinte, a quantidade de times subiu para a proposta original e permaneceu assim até 2015 – à exceção de 2014, que contou com 41 devido aos cinco rebaixamentos na Série C. A partir de 2016, a Série D, enfim, passou a ser disputada com 68 times.

Desde que a bola rolou para Atlético Roraima x Genus-RO, no Estádio Ribeirão, em Boa Vista, em 5 de julho de 2009, poucas vezes o formato do quarto patamar nacional sofreu mudanças. Inicialmente, os clubes eram divididos em 10 grupos regionalizados com quatro integrantes – menos em 2009. Os primeiro e segundo colocados de cada um avançavam. Depois havia mais duas fases eliminatórias antes das quartas de final.

Em 2011, a CBF determinou a redução para oito grupos, sendo que os duelos já começariam nas oitavas de final. Em 2014, os cruzamentos nas instâncias de mata-mata deixaram de lado o fator regional e passaram a ocorrer entre os times com melhor desempenho nas etapas anteriores. E em 2016, a entidade máxima do futebol brasileiro estabeleceu a disputa com 17 grupos e um estágio que precede as oitavas de final.

Sampaio Corrêa - Série D - 2012
Sampaio Corrêa e Volta Redonda são os únicos campeões invictos da D (Foto: Reprodução)

Nesse período, a Série D consagrou 10 campeões de oito estados, tendo sido o primeiro deles o São Raimundo-PA.

As únicas unidades federativas com dois títulos cada são Minas Gerais (Tupi-2011 e Tombense-2014) e Ceará (Guarany de Sobral-2010 e Ferroviário-2018). Elas são seguidas por Maranhão (Sampaio Corrêa-2012), Paraíba (Botafogo-2013), São Paulo (Botafogo-2015), Rio de Janeiro (Volta Redonda-2016), e Paraná (Operário-2017).

Dessa forma, as regiões Nordeste e Sudeste estão empatadas em conquistas (4), à frente do Sul (1) e do Norte (1). Com a derrota do Atlético Catalano em 2012, o Centro-Oeste segue como o único finalista sem um campeão. Por sua vez, os estados que chegaram perto da taça foram Piauí (River), Goiás (Atlético Acreano), Alagoas (CSA), Pernambuco (Santa Cruz) Rio Grande do Norte (Globo) e Rio Grande do Sul (Brasil e Juventude).

Lá em 2009, o artilheiro foi Michel, do São Raimundo, com 10 tentos. Depois de 10 edições, o prêmio ficou nas mãos (graças aos pés) de Edson Cariús, do Ferroviário, que balançou a rede 11 vezes. O recorde, no entanto, pertence a Nino Guerrero, que vazou a meta adversária em 13 oportunidades em 2012 pelo Atlético Catalano, o popular CRAC.

Quando o assunto é arquibancada, a maior lotação em 2009 foi de 45.007 torcedores no duelo entre Santa Cruz e Central, no Arruda. O Santinha, aliás, teve a maior média de público de 2009 a 2011, superando inclusive a da Série A em 2010 (30.243), além de possuir os maiores recordes da divisão (o primeiro deles é de 59.966, em 2011). Em 2018, quem mais encheu a casa foi o Treze (12.713), diante do Imperatriz, no Amigão.

Santa Cruz - 2011
Santa Cruz é recordista de público na Série D com quase 60 mil torcedores (Foto: Antônio Carneiro)

Fora de campo, a Série D também se deparou com diversos episódios que foram resolvidos no tribunal. Um exemplo disso é o América-AM, que, apesar do vice-campeonato em 2010, foi punido devido a irregularidades na escalação de um jogador e viu o acesso ir para o Joinville.

Em 2011, houve uma quinta promoção (Treze) depois da exclusão do Rio Branco da Série C. Após longe briga jurídica, ambos jogaram em 2013 a terceirona, que teve 21 clubes e cinco rebaixamentos. Em 2014, logo, havia 41 times na Série D.

Em resumo, quanto ao formato, a Série D sofreu poucas mudanças em suas 10 edições. A alteração mais significativa é referente ao aumento do número de participantes. Mas hoje já se faz necessária a criação de mais um nível para o futebol nacional, pois muitos clubes ficam ociosos ao término dos estaduais. Até lá, seguiremos apreciando a quarta divisão, que nos brinda com tantas histórias, paixões e culturas.

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