Sempre em uma competição, não só na Copa São Paulo, mas também em torneios profissionais, espera-se que grandes clubes do futebol brasileiro façam uma boa campanha e conquistem os campeonatos. Mas nem sempre isso acontece. Uma dessas exceções à regra aconteceu na Copa São Paulo 2008. Esta é mais uma história que você confere agora, no Alambrado!
A Copa São Paulo 2008 tinha o Cruzeiro, famoso por ter grandes jogadores em suas categorias de base, e atual campeão do principal torneio de juniores do Brasil e um dos melhores do mundo. Corinthians, Palmeiras, Santos, São Paulo e Inter também vinham como favoritos, e fizeram o dever de casa ao se classificarem em primeiro de seus respectivos grupos.
O Rio Branco também fez seu dever e muito bem, diga-se de passagem. Em seu grupo estavam Náutico, Criciúma e Guarani. No primeiro jogo, venceu por 8 a 0 o Náutico. Depois, 3 a 0 em cima do Guarani, selando a classificação com 5 a 3 sobre o Criciúma. Impressionante. Destaque para o meia-atacante Felipe.
Já o Figueirense acabou classificando-se em segundo de seu grupo. Venceu os dois primeiros jogos, contra Vila Nova-GO e Vilavelhense-ES. Depois, acabou perdendo a disputa pelo primeiro lugar contra o Pão de Açúcar-SP. Destaques para o goleiro Gustavo, para o técnico Rogério Micale, que hoje treina as seleções de categoria de base do Brasil e para o jovem meia-atacante Maicon Talhetti.
Então vinha a segunda fase da competição, o mata-mata. Corinthians, São Paulo, Santos e Internacional avançaram. O Rio Branco venceria a Ferroviária por 3 a 1. O Figueirense teria sua primeira prova de fogo já contra o Palmeiras. Sem problemas, vitória magra por 1 a 0. Nas oitavas, o Timão cairia nos pênaltis para o Fortaleza. Santos e Inter avançariam, e o Tricolor também. O Rio Branco venceria novamente por 3 a 1, mas desta vez a vítima seria o Taboão da Serra. O Figueirense eliminaria o União São João por 2 a 1.
Nas quartas, o Rio Branco venceria o Fortaleza, que havia eliminado o Corinthians, por 4 a 1, avançando para as semifinais da Copa São Paulo. O Santos faria um grande jogo com o Internacional, mas seria eliminado nos pênaltis. O São Paulo derrotaria o Grêmio e o Figueirense venceria apertado, por 1 a 0, o São Carlos.
Desta maneira, as semifinais seriam entre Rio Branco e Internacional e São Paulo e Figueirense. O Rio Branco finalmente encontraria uma partida difícil nesta Copa São Paulo, e de fato foi. Após empate em 1 a 1 no tempo normal, a vaga para a grande decisão seria decidida nos pênaltis. Acabou que o Rio Branco venceria por 4 a 2 nas penalidades e conquistava um feito inédito. O Figueirense também não teria vida fácil diante do São Paulo, mas venceu heroicamente e também chegou à decisão.
Vale lembrar que, no mata-mata, o Figueirense só encarou clubes paulistas (Palmeiras, União São João, São Carlos, São Paulo e Rio Branco), um fato curioso desta Copa São Paulo. O Rio Branco, por sua vez, tinha a melhor campanha da competição e estava invicto, estava confiante para a decisão.
Tradicionalmente, a decisão da Copa São Paulo é realizada no estádio do Pacaembu, porém, a decisão foi “menosprezada” por não ter equipes tradicionais do futebol brasileiro, portanto, a final da Copinha acabou sendo realizada no estádio Nicolau Alayon, do Nacional-SP.
A decisão começou equilibrada. Com o Rio Branco apostando no seu poder ofensivo e o Figueirense na solidez de sua defesa. Desta maneira, a equipe catarinense buscava os contra-ataques, que não aconteciam da maneira desejada. Foi então que, aos 36 minutos do primeiro tempo, Massari, jogador do Figueirense, levou a bola para o centro da meia-lua do campo de defesa do Rio Branco e, com um passe magistral, deixou o centroavante Marcelo na cara do gol para abrir o placar para o Figueira.
A partir daí foi pressão do Rio Branco. Veio o segundo tempo e a pressão continuava, porém, a melhor equipe até então da Copa São Paulo não conseguia vencer o forte sistema defensivo do Figueirense que, com inteligência e precisão, neutralizava todas as investidas de seu adversário. Desta maneira, com uma equipe se lançando ao ataque, e a outra apostando somente em uma bola para matar o jogo, foi que o Figueirense sacramentou a conquista inédita.
Em mais um contragolpe, Marquinhos recebeu a bola na entrada da área, matou no peito e chutou fraco. O que seria uma defesa fácil para o goleiro Alisson, acabou se tornando um verdadeiro frango, pois a bola passou por entre suas pernas. Era o gol do título catarinense. Coube à equipe do interior paulista lançar-se ao ataque, mas de maneira desesperada, não conseguiu assustar o forte sistema defensivo. Era o primeiro título do Figueirense na Copa São Paulo.
Veja os gols da decisão: